domingo, julho 29, 2012

SER ou TER?Eis a Questão!!!


A pregação triunfalista se alastrou de forma avassaladora e vem deturpando cada vez mais o verdadeiro evangelho da graça de Cristo. Ela tomou conta de uma grande parte dos púlpitos modernos e trouxe de volta consigo uma verdadeira praga para o cristianismo, a saber, o antropocentrismo. O homem, agora, tornou-se o centro do evangelho que é pregado nas igrejas hoje e Deus é visto apenas como um mero despenseiro da vontade vil e egoísta do homem. E com isso surgem vários tipos  de bizarrices, tais como: em algumas orações o homem coloca Deus contra a parede e o obriga a realizar a sua vontade, ou seja, o homem se torna soberano e Deus um mero servo de sua perversa vontade; a vontade do homem é sim perversa.
O que mais me espanta é que “os cristãos” acham isso normal e encaram como se fosse algo bíblico, uma vez que alguns grupos que se dizem cristãos cantam músicas que apoiam essa deturpação clara do evangelho e dessa forma essa doença se alastra e toma conta da igreja moderna gerando uma séria crise na vida da igreja. Uma crise entre o SER e o TER.
 A pregação triunfalista ensina que o homem tem direito a TER tudo o que ele deseja, pois a Bíblia assim ensina e o grupo tal também canta canções que dizem isso também.
Hoje, o cristão só é abençoado se tiver uma vida na qual desfrute de uma situação financeira que lhe conceda um bom status social e que possa ser invejado pelos demais.  Não sou contra a prosperidade na vida desde que ela venha do fruto do trabalho do homem e que Deus seja glorificado por meio dela, mas fazer dela o parâmetro de uma vida abençoada isso é antibíblico e sou totalmente contra, pois isto é servir a Mamom e não a Deus.
 O cristão é levado e ensinado a TER e quanto mais ele tem mais se convence de que não tem o bastante e assim ele prossegue numa busca insaciável por TER e por essa causa ele se aproxima de Deus exigindo que suas orações egoístas sejam respondidas imediatamente, pois se não responder Deus não é Deus e é um mentiroso, pois disse em sua palavra que bastava pedir em seu Nome que a oração seria respondida.
Todavia, quando examino as Sagradas Escrituras me deparo com seguinte texto: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31), que me ensina que tudo o que tenho que fazer como cristão deve glorificar a Deus e isso inclui também as minhas orações.  Ao ler e estudar um texto como esse não posso crer que o parâmetro de uma vida abençoada seja o TER, mas sim o glorificar a Deus. “Os cristãos” estão se acostumando a celebrar e glorificar a bênção e estão se esquecendo, ou melhor, estão ignorando que “toda boa dádiva” procede do Pai das luzes e Ele sim deve ser celebrado, adorado e glorificado ao invés da bênção.
As Santas Letras nos ensinam que devemos SER cristãos que tomam sua cruz e que negam a si mesmos; SER aqueles que colocam a mão no arado e não olham para trás; SER santo como santo é nosso Deus; SER transformado pela renovação da nossa mente. Não encontro nenhuma passagem que me ensine que eu deva TER todas as minhas orações respondidas ou que me digam que Deus é obrigado a atender todas as minhas orações mesmo que sejam egoístas e vis.
Ao olhar para a história da cristandade, encontro os puritanos ingleses que procuravam viver suas vidas em plena harmonia com a Bíblia (não estou defendendo que eles eram perfeitos, uma vez que todos pecaram) e a única coisa que eles almejavam TER era “a mesma atitude que Jesus Cristo tinha” (Fp 2.5), algo que está muito longe de nós hoje.  Os grandes reformadores também tinham essa visão de que o SER era mais importante e agradava mais a Deus do que o TER, porém, os cristãos de hoje estão querendo mais agradar a si mesmos do que a Deus, e enquanto tiverem bitolados e entupidos pela má teologia propagada dos púlpitos e endossadas pelas canções de grupos que ensinam que TER é melhor que SER será difícil que venham a viver um evangelho autêntico e bíblico. 
Numa época em que a bênção é mais valorizada e celebrada do que o Deus que concede a bênção é um sinal para que fiquemos alertas e sejamos ainda mais vigilantes e sóbrios. Não podemos nos deixar corromper pela pregação triunfalista e sim nos atermos às bíblicas doutrinas da graça, a saber, a depravação total, a eleição incondicional, a expiação limitada, a graça irresistível e a perseverança dos santos. Tais doutrinas foram pregadas e ensinadas pelos grandes reformadores, a exemplo de Calvino e Knox, e que foram resgatadas por Whitefield, Spurgeon e Edwards. Além das santas doutrinas da graças devemos resgatar também os princípios bíblicos apregoados e defendidos veementemente durante a reforma protestante que, ficaram conhecidos como os cinco solas: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude no resgate das antigas e bíblicas doutrinas da graça e no resgate dos princípios da reforma protestante!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

terça-feira, julho 10, 2012

Enchei-vos!!!!!


Jesus antes de ascender aos céus prometeu enviar o Espírito Santo para permanecer para sempre com a igreja.
“Mas recebereis poder quando o Espiríto Santo descer sobre vós; e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
Não pode existir igreja sem a presença gloriosa do Espiríto Santo, e também não existe crescimento saudável da igreja de Cristo sem o agir poderoso e sobrenatural do Espiríto Santo. O príncipe dos pregadores, a saber, Charles Haddon Spurgeon, dizia que é mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que converter uma alma sem a obra regeneradora do Espiríto Santo.
Para ter uma idéia mais detalhada acerca do Espiríto Santo é necessário crer piamente na doutrina da Trindade (tema de um artigo futuro). O Espiríto Santo é Deus, assim como o Pai e o Filho são Deus. Cristo chamou o Espiríto Santo de “Conselheiro” e “Espiríto da verdade”. Ele disse que o Espiríto Santo guiaria os seus discípulos e consequentemente a igreja a toda verdade e concederia poder para que houvesse um testemunho autêntico da verdade (At 1.8).
Era sumamente importante e necessário para os discípulos e, por conseguinte à igreja que Jesus retornasse ao Pai (Jo 16.17). Jesus dissera antes a seus discípulos que o Espiríto Santo estava com eles (na sua pessoa, o Verbo encarnado), contudo depois de seu retorno para o Pai o Espiríto Santo estaria neles (Jo 14.17) e consequentemente na igreja. Isto ocorreu no Pentecoste, quando o Espiríto Santo os encheu e os transformou (At 1.8; 2.1-17). Há alguns que defendem que até o derramar do Espiríto Santo no dia de Pentecoste os discípulos não tinham o Espiríto Santo, o que é um absurdo sem tamanho, uma vez que se eles eram convertidos é certeza plena que tinham o Espírito Santo o que é asseverado pelas Escrituras (Rm 8.9). Todavia, após a sua ressurreição Jesus soprou sobre eles o Espiríto Santo, dizendo-lhes: “Recebei o Espiríto Santo” (Jo 20.22). Mas eles não estavam cheios do Espiríto Santo. Pois nas palavras do reverendo Hernandes Dias Lopes, ainda não havia chegado a hora da dispensação do Espiríto Santo. O Paracleto, o Consolador ainda não tinha sido enviado.
No dia de Pentecoste, dias depois da ascensão de Jesus e da oração incessante da igreja primitiva, o Espiríto Santo foi derramado. Os discípulos ficaram cheios do Espiríto Santo. Aqueles que já tinham o Espírito Santo, pois eram convertidos, agora foram cheios do Espiríto Santo e revestidos de poder para testemunhar. Após tal revestimento àqueles que antes eram apenas convertidos se tornaram poderosos e valentes embaixadores de Cristo. Um fato interessante é que até o derramar do Espiríto Santo os cristãos estavam escondidos com medo dos judeus os caçarem e os matarem tal qual fizeram com o seu Mestre Amado. Agora, os que antes se portavam como covardes, enfrentavam açoites, prisões e até mesmo a morte com galhardia e com uma fé inabalável e inquestionável, fé essa que fora despertada e fortalecida pelo agir soberano do Espírito Santo.
O derramar do Espiríto Santo impulsionou o crescimento vertiginoso da igreja. Uma vez que a igreja foi revestida de poder do Espiríto Santo, sua vida passou a evidenciar esse revestimento de poder, e o mundo foi impactado. Tal revestimento ficou visível através da firmeza doutrinária dos apóstolos, da sua intensa e fervorosa vida de oração, da adoração em espiríto e em verdade, da comunhão fraternal e de um testemunho santo e irrepreensível. Que enorme diferença há entre a igreja primitiva e a igreja dos nossos dias! Sei que, assim como a nossa igreja hoje, a igreja primitiva tinha suas falhas, mas a diferença entre ela e as nossas igrejas reside no fato de que ela foi revestida de poder do alto, e mesmo sobre a égide da mesma promessa onde está o poder hoje? Onde está o Espiríto Santo hoje? O que vemos não passa de uma deturpada imitação do derramar do Espiríto Santo, pois não posso crer que o Espiríto nos faça agir de maneira irracional e descontrolada como vemos em nossas igrejas. As manifestações que vemos hoje em nossas igrejas passam longe daquelas relatadas nas Escrituras e por serem diferentes e contrárias eu não posso aceitá-las como sendo o agir sobrenatural do Santo Espiríto de Deus que habita em nós desde o momento em que nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16. 8). Busquemos o verdadeiro revestimento de poder do alto!
O reverendo Hernandes Dias Lopes assevera que ser cheio do Espiríto Santo não é uma opção; é uma ordem. É um mandamento, não mera possibilidade. Há muitos cristãos que têm o Espiríto Santo, porém não estão cheios Dele. Ser habitado pelo Espírito Santo é uma coisa, outra bem diferente e ainda mais necessária é transbordar do Espiríto. Os apóstolos após o derramar do Espiríto Santo se tornaram transbordantes do Espiríto e suas vidas evidenciavam isso. Hoje, a igreja evidencia esse mesmo transbordar? Que Deus seja propício a nós pecadores e seres espiritualmente fracos e débeis!
A vontade soberana Deus para a sua igreja é uma vida abundante, produzida pela plenitude do Espiríto Santo. Portanto igreja do Senhor: “... enchei-vos do Espiríto” (Ef 5.18).

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e por sua soberana graça nos encha com o seu Santo Espiríto!!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira