sábado, maio 04, 2013

Culto Racional?!



 
Em 1517, o monge alemão Martinho Lutero lutou contra a imoralidade da igreja medieval, contra a depravação do clero e toda sorte de atos imundos que eram praticados que eram praticados “em nome de Deus”. As celebrações eram odiosas, pois a Bíblia (a qual só o clero e os de famílias abastadas tinham acesso) era ensinada de maneira torpe e vã com intuito de justificarem todas as abominações praticadas pela igreja medieval. Nesse contexto onde as Sagradas Escrituras eram deturpadas de maneira vil, Martinho Lutero inconformado com tão horrenda situação afixa nos portais da catedral de Wittenberg as suas famosas 95 teses dando inicio a Reforma Protestante. Nunca foi propósito de Lutero causar a divisão da igreja medieval. O que ele tencionava era que a igreja se reformasse voltando às Sagradas Escrituras e assim ensinar que a Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática, ou seja, Lutero queria que a igreja medieval se portasse como a verdadeira igreja, a noiva imaculada do Cordeiro de Deus.

Assim, como foi nos dias de Lutero, hoje a verdadeira igreja é uma sombra de do que deveria realmente ser! A igreja deve viver a verdade de que a Bíblia é a única regra de fé e prática. A verdadeira igreja deve prestar um culto reverente e dedicado inteiramente à glória de Deus.  Contudo, o que vemos é uma total irreverência para com Deus e sua glória.

O culto hoje se tornou um ridículo show onde o homem á personagem principal. Tudo o que é feito no culto é para o prazer e a satisfação da depravada, pecaminosa e morta vontade deste homem, que está tão envaidecido e cheio de orgulho e arrogância que não se dá conta de que está morto em seus delitos e pecados.

Outra abominação que assola o cristianismo hoje é que a verdadeira igreja tem seu tamanho medido físico e numericamente, uma vez que o que interessa é o crescimento quantitativo e que par alcançar esse inchaço os líderes lançam mão de tudo que é estratégia, inclusive transformar o culto, que deveria ser em honra a Cristo, em um espetáculo ridículo. E também cometem os mais perigosos dos erros. Deturpam a sã doutrina! Digo que a deturpação da sã doutrina é o mais perigoso de todos os erros porque uma vez que o evangelho da graça de Cristo é pregado de maneira torpe, todas as demais partes da liturgia do culto são distorcidas e vis, e assim não atribuem glória e honra a Deus! Com essa distorção litúrgica honrar, glorificar e louvar a Deus não é mais o objetivo dos cultos hoje; a parte da oração do Senhor: “... seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus” só tem valia para Cristo e apenas em agonia no jardim do Getsêmani, e não para o homem que hoje é a figura central dos cultos.

O culto hoje, de acordo como reverendo Kenneth Wieske, “é um conjunto de pessoas assistindo outras fazerem apresentações; é alguma coisa horizontal entre as pessoas que não têm reverencia, e que entram e saem porque já ouviram certos testemunhos por várias vezes. O povo não está na presença de Deus, estão sempre buscando manifestações e sinais”. A verdadeira igreja “adora a Deus em espírito e em verdade” (Jo 4.24) e ela tem noção de que tudo “deve ser feito com decência e ordem” (I Co 14.40), inclusive e acima de tudo, o culto em honra a Cristo.

A igreja que verdadeiramente segue a Deus e crê piamente em sua rica e bendita Palavra não busca sinais, nem adora ao homem morto em seus delitos e pecados. Não busca coisas que impressionam, mas sim busca acima de tudo a Deus. Jesus advertiu os fariseus e mestres da lei: “uma geração má e perversa busca sinais”. Tal advertência se aplica plena e completamente a igreja hodierna, pois se nos cultos não acontecem “manifestações espirituais” o povo não sente a “presença de Deus” e nem se convence pela autenticidade e veracidade da exposição da Palavra de Deus!

A verdadeira igreja deve buscar a Deus para que possa crescer na graça e no conhecimento do Senhor; crescimento espiritual e amadurecimento em Cristo! “Será que estamos crescendo dessa forma?” “Será que nos cultos aprendemos que temos que manifestar o amor de Cristo em nossas vidas?” As respostas para essas perguntas nós encontramos em um único lugar: A Palavra de Deus. Temos de retornar sempre à Palavra de Deus – Reformando, sempre se reformando!


Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude para que possamos lhe prestar um culto racional no qual apresentemos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Ele segundo suas ricas misericórdias (Rm 12.1).


Soli Deo Gloria!!!


Joel da Silva Pereira

quarta-feira, maio 01, 2013

Verdadeiros Adoradores?


Temos que cultuar a Deus de acordo com a Sua vontade. Quando nos debruçamos sobre as Sagradas Escrituras, mais especificamente sobre o livro do profeta Malaquias, vemos, que a realidade vivenciada pelo profeta não é tão diferente da nossa. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus: “o livro assim como os dias que hoje vivemos situa-se num contexto no qual adorar a Deus parece não fazer a diferença visível na vida dos que o buscam constantemente nos locais de culto”.
Os cristãos não entendem o privilégio imerecido que têm de adorar a Deus, sendo-lhe leal e executando assim a sua boa, agradável e perfeita vontade.
Assim como hoje, nos dias do profeta Malaquias o culto era vazio e superficial. O que vemos hoje é a realidade dos tempos de Malaquias onde os sacerdotes haviam se corrompido e estavam desmotivados, e dessa forma prestavam a Deus um culto não condizente com a Sua Glória e Majestade.
Nessa mesma linha de pensamento o príncipe dos pregadores, Charles Haddon Spurgeon, disse: “o fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outra coisa que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.
Assistimos a meros shows gospel, pois, foi nisso que o culto das maiorias das igrejas se transformou. Um culto assim leva o povo ao desânimo, e faz com que o amor pelas coisas de Deus diminua, levando o povo a se dispersar e a sair em busca de seus próprios interesses; algo que lhes satisfaça, nem que para isso tenham que trilhar o caminho da tolice como bem disse Spurgeon.
 Martyn Lloyd-Jones em seu livro Estudos no Sermão do Monte nos diz que “a mais notável característica da igreja atual é a sua superficialidade”. Essa verdade foi asseverada em 1959, o Doutor, como era conhecido (Martyn Lloyd-Jones), parece que estava descrevendo a nossa realidade onde a superficialidade impera e o amor de muitos esfria. “Então como cultuar a Deus sendo tão superficiais?” “O que nos difere dos sacerdotes dos tempos do profeta Malaquias, que se apresentavam diante de Deus de qualquer maneira e prestavam um culto e uma adoração deturpada e vil?”
Se tivéssemos que definir CULTO, creio que a melhor definição nos foi deixada por William Temple ex-arcebispo de Canterbury: “cultuar é vivificar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purificar a imaginação pela beleza de Deus, abrir o coração para o amor de Deus, devotar à vontade ao propósito de Deus”. Se colocarmos os cultos de hoje sob o crivo dessa definição estamos até piores do que os sacerdotes dos dias do profeta Malaquias.
O culto deve ser centrado na pessoa e na Palavra de Cristo, mas, o cativeiro do humanismo (ver o artigo anterior) aprisiona o homem em si mesmo e o faz adorar a criatura ao invés do Criador. A restauração do verdadeiro culto a Deus é um processo lento, demorado e progressivo e que acima de tudo é mais do que necessário. Para que tal restauração aconteça é necessário entendermos o que Jesus mesmo ensinou acerca do culto. Jesus restaurou o culto a Deus em um ambiente hostil e bastante estranho. Ele não o fez no Templo em Jerusalém como era de se esperar, mas o fez à beira de um poço em Samaria, e isso em um encontro com uma mulher que estava a tirar água do poço.  Jesus, em uma simples conversa à beira de um poço com uma mulher samaritana ensinou como deve ser o verdadeiro culto a Deus, contudo estamos muito distante das verdades asseveradas por Nosso Senhor Jesus Cristo! O culto que ora prestamos é frio e antropocêntrico, o que está totalmente dos padrões que Cristo expôs à mulher samaritana, o que infelizmente vemos é uma terrível semelhança com os tempos do profeta Malaquias.  Temos que ter consciência de que Deus tem zelo por seu nome, por sua glória e sua reputação, tudo isso estava sendo deixado de lado pelos sacerdotes dos tempos de Malaquias e temos que reconhecer que não estamos tributando a Deus a honra e glória que lhe são devidas. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus “o culto é a expressão pública do que a igreja acredita sobre Deus, sobre si mesma e sobre a salvação. Portanto, o culto é um assunto muito sério.” Estamos muito distante da verdade asseverada nessa citação. Encerro esse post citando novamente o reverendo Nicodemus: “As pessoas podem até querer adorar a Deus do seu modo, mesmo estando cheias, mas quem regula o culto a Deus é ele mesmo, não nós. Não devemos inventar uma maneira própria de adorar a Deus, pois ele dirá que o que está sobre o altar é pão imundo”.
Que Deus tenha misericórdia de nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira