“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” (Sl 122.1).
Essa verdade tem sido deturpada hoje! A maioria das igrejas hoje ao que parece não estão mais cultuando ao Deus Vivo. O convite que o salmista recebeu e com o qual se alegra, não mais ressoa nos corações dos cristãos com o mesmo valor e apreço que havia nas palavras do salmista. A ida à casa do Senhor não é mais um ato de alegria e amor, mas, sim um culto a religião, uma busca de mostrar à sociedade que zela-se também pelo âmbito espiritual em sua vida.
Infelizmente cultuar a Deus nos dias de hoje, tornou-se um negócio, um evento rentável. As atitudes dos crentes com relação a sua igreja apenas, piora quadro terrível que grassa o meio cristão, este horror se propaga, por intermédio de tele-evangelistas com suas pregações humanistas e triunfalistas elevam o homem a patamares gloriosos fazendo com que este sinta-se “senhor” do próprio Deus. Dessa feita o culto se torna centrado no ego humano e não no Eterno. Sobre isso o grupo Logos canta o seguinte: “Quem ontem era servo, agora acha-se senhor e diz a Deus como Ele tem que ser!” Os cultos de hoje ao que se parece, perderam o foco bíblico. A Bíblia ensina que o nosso culto deve ser racional (Rm 12.1), mas, o que se vê é o emocionalismo barato e a banalização da espiritualidade.
A geração de hoje está em busca da religião show, do status que trazem os “holofotes gospels”! É provável que se troque a saudação cultual em nome de Jesus dos inícios dos cultos por: “Respeitável Público!”. Os cultos estão se tornando megaeventos, onde pregadores cobram somas altíssimas para pregar (não estou aqui dizendo que o obreiro não deva receber pelo seu trabalho, pois, a Bíblia ensina que digno é o obreiro do seu salário) (I Tm 5.18).
Um dos princípios da reforma protestante do século XVI é este: SOLI DEO GLORIA! Contudo, esse princípio foi a muito esquecido. O que mais me espanta é que isso não é algo recente. O “príncipe dos pregadores”, a saber, Charles Spurgeon, enfrentou algo semelhante, sobre o qual falou: “Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.
A antiga fé vem sendo pouco a pouco escanteada. O evangelho tem que acompanhar a tendência da época, e se assim não for ele não atrai mais as pessoas às igrejas e para não perderem seus rebanhos muitos têm mudado suas práticas litúrgicas tradicionais para algo que seja mais atrativo e que chame a atenção das pessoas, assim só se falta bradar dos púlpitos: “Respeitável Público!” Que vergonha!
Esse é um problema corriqueiro, pois, em 1955, A. W. Tozer escreveu as seguintes palavras: “Durante séculos a igreja manteve-se firme contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o como um dispositivo para se perder tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um plano para se desviar a atenção de contas quanto à moral. Por manter sua posição, ela sofreu abusos por parte dos filhos deste mundo. Ultimamente, entretanto, ela se cansou de ser abusada e simplesmente desistiu da luta. Parece ter firmado a posição de que, se não pode vencer o deus do entretenimento, o melhor que pode fazer é unir suas forças às dele e aproveitar o máximo de seus poderes. Por isso, contemplamos hoje o assombroso espetáculo de milhões de dólares sendo vertidos no negócio nada santo de prover entretenimento mundano aos chamados filhos dos céus. O entretenimento religioso está, em muitos lugares, rapidamente desalojando as sérias coisas de Deus. Muitas igrejas, em nossos dias, se tornaram nada mais que pobres teatros onde “produtores” de quinta categoria mascateiam suas mercadorias de baixo valor com plena aprovação dos seus líderes evangélicos, que chegam a citar textos bíblicos para justificar tal delinquência. E é difícil acharmos alguém que ouse levantar a sua voz contra isso".
Comentando essa colocação de Tozer o pastor John MacArthur disse: “De acordo com os padrões da atualidade, as questões que tanto inflamaram as paixões de Tozer parecem insignificantes. Por exemplo, igrejas estavam atraindo pessoas para seus cultos de Domingo à noite através da apresentação de filmes cristãos. Encontros de jovens eram realizados tendo como atração a música contemporânea e palestrantes cuja especialidade era o humor. Jogos e atividades onde se gasta muita energia passaram a desempenhar um papel chave no trabalho com os jovens das igrejas. Olhando para trás, parece difícil entendermos a angústia de Tozer. Raramente alguém hoje fica chocado ou preocupado com quaisquer métodos que pareciam radicalmente inovadores nos anos cinquenta. A maioria deles é hoje vista com naturalidade”.
Esse é um retrato da igreja cristã norte-americana, mas, não deixa de retratar o que se vivencia na maioria das igrejas hoje em todo o mundo. Trocando os padrões bíblicos de culto a Deus pelo modismo do mundanismo. Será que esse o padrão de culto que glorifica e exalta a Deus?
Remar a favor da corrente, nos faz ser levado pela correnteza, porém está à revelia disto, mostra a diferença a qual o verdadeiro evangelho se propõe. É bem certo que há ainda sim igrejas que propagam o verdadeiro cristianismo, e oramos a Deus para que estas cada vez mais sejam evidenciadas como marca do verdadeiro evangelho.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!
Soli Deo Gloria!!!
Betânia Borges Cunha
Joel da Silva Pereira