Para que uma semente vingue é necessário
que ela sofra consideráveis mudanças. A mesma realidade pode ser aplicada à
igreja. Para que a igreja frutifique e cresça é necessário um morrer diário, ela
precisa viver o morrer de Cristo todos os dias, o tempo todo, mas, como isso é
possível se somos uma geração que se recusa a morrer? Como podemos frutificar,
se nossa geração não traz mais em seu viver as marcas profundas do morrer de
Cristo?
Além de querer ser uma geração que frutifique;
é preciso refletir: que tipo de frutos estamos produzindo?
É certo que mediante a tantos
bombardeios que a igreja do Senhor recebe hoje, a possibilidade e a ocorrência
de maus frutos, esta tem se tornando uma rotina, logo concluímos que se: “uma
maçã podre apodrece o cesto” e o fruto podre tem também sementes, mas, estas
acabam por não ter nenhum valor; novamente surge uma indagação: “para quê serve
uma semente que gera maus frutos?”.
Ao falar sobre o sal da terra (Mt 5.13),
Jesus diz que se o sal perder o seu sabor “para nada mais serve, a não ser para
ser lançado fora e pisado pelos homens”.
Uma semente má ao ser lançada, por certo
ela germinará, e esta gerará em consequência maus frutos. Não cabe a nenhum de
nós julgarmos a capacidade de frutificação de cada um, não cabe a nós
ignorarmos árvores que geram maus frutos, mas, cabe a nós não deixarmos que
tais frutos não se proliferem no jardim de Deus a ponto de termos um pomar
contaminado, afinal está escrito nas Santas Letras: “pelos frutos os
conhecereis”. Mas, como podemos frutificar se não reconhecemos e nem vivemos
mais o MORRER DE CRISTO?
O morrer de Cristo (II Co 4.10-12), algo
que é tão lindo, magnífico e sublime, não é visto como algo aceitável por nossa
geração, pois, muitos o veem como sinal de derrota e vergonha. Somos uma
geração corrompida, que esqueceu que o morrer de Cristo é o motivo pelo qual
hoje podemos celebrar a vida, e não é qualquer vida, é vida em abundância.
Contudo, o morrer de Cristo, longe de
significar vida e vitória à sua Igreja, significa hoje, vergonha, tristeza e
derrota. O sacrifício vicário do Cordeiro que nos resgatou do inferno é
menosprezado e substituído pelos bezerros de ouro mo mundo moderno, a saber, a
bênção, a vitória, o triunfo. Doutrinas de um evangelho maquiado que ensina que
o TER é mais importante e vital do que o SER.
Os reformadores e puritanos (tantas
vezes já citados aqui neste blog) entendiam que esse morrer era a vida deles.
Eles se consumiam pelo morrer de Cristo, para eles nada era mais sublime e
digno do que o sacrifício do Cordeiro de Deus. Eles sim entendiam que o morrer
de Cristo era na verdade o viver daqueles que foram comprados pelo derramar do
seu precioso sangue.
Como uma geração que tem vergonha do
morrer de Cristo pode fazer a diferença em um mundo que jaz no maligno?
O convite à morte em Cristo Jesus é um
convite à vida plena e abundante. Uma vida que nos faz gerar bons frutos, se
assim não for, inútil será falar de algo que não vivemos. Mediante todo este
pensamento, podemos recorrer às palavras do Pr. Paulo César do grupo Logos, e
assim levantarmos mais um questionamento: “Pra que servimos nós?” Acreditamos
que quando enfim respondermos essa questão a igreja não mais será digna de
habitar a terra. Assim certos de que por mais que façamos algo em prol do Reino
de Deus, não iremos passar de servos inúteis. Que nossas vidas evidenciem
diariamente o morrer de Jesus e que reflitam aquilo que as Sagradas Escrituras
ensinam e exortam: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu
que vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis fruto, e o
vosso fruto permaneça” (Jo 15.16). Só dessa forma, evidenciando o morrer de
Cristo em nossas vidas e que produziremos frutos dignos de arrependimento e
assim o santíssimo evangelho da graça de Cristo é glorificado.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos
ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!
Betânia Borges Cunha
Joel da Silva Pereira