terça-feira, outubro 01, 2013

Uma Igreja Muda!!!



“Façam discípulos de todas as nações.” O imperativo de Cristo nunca foi tão necessário e urgente como nos dias atuais. Sabemos que os campos já branquejam para a ceifa, mas ainda nos recusamos a cumprir a ordenança de Jesus. Somos negligentes e egoístas, pois nossa pecaminosidade nos impede de enxergarmos a brancura dos campos.
Nossos egos inflados e entorpecidos pelo pecado enchem nossos corações com ambições egoístas e desejos vãos que nos querem levar a campos além daqueles que o senhor nos indica para irmos. Não acho errado ambicionar ultrapassar as fronteiras para cumprirmos o imperativo de Cristo, critico sim e com veemência quando pelo nosso próprio esforço e nossa má, desagradável e imperfeita vontade queremos ir além daquilo que Deus determinou para fazermos. Nos dias atuais a nossa vontade busca suplantar a vontade boa, agradável e perfeita do eterno Deus.
Ao lançar vistas à história da cristandade vemos que os grandes e poderosos avivamentos, que inflamaram e vivificaram a igreja de Cristo, além de trazerem consigo pregações poderosas que frutificavam em conversões genuínas trouxeram em seu âmbito um imenso e bíblico despertar missionário. Uma genuína e imperiosa necessidade de se pregar o evangelho da graça e assim pelo agir soberano do Espírito Santo alcançar para o Reino de Deus gente que procedia de todas as tribos, povos, raças e nações!
Hoje ao que parece o verdadeiro ardor missionário está em qualquer lugar menos no meio cristão. A igreja, pelo que tem demonstrado em sua prática “cristã” se porta cada vez mais como o mundo e dessa forma os campos que já branquejam não são ceifados e a ordenança de Cristo cai em descaso por ser desobedecida de maneira tão descabida e vil.
Um exemplo digno de nota acerca da obra missionária feita com amor e dedicação é o do povo morávio. Um povo que se deixou consumir por um ardor missionário sem igual. Os morávios seguiam o seguinte lema: “Vicit Agnus Noster Eum Sequamur”, traduzindo: “Venceu o Nosso Cordeiro, vamos segui-Lo”.
Os moravianos tinham um amor genuíno pelas almas perdidas a ponto de se venderem como escravos a um país estrangeiro simplesmente por esse ser o único modo encontrado por eles de terem a oportunidade de pregarem o evangelho da graça de Cristo a este longínquo e desconhecido país. Eles tinham apenas duas certezas: a sua fé em Cristo Jesus e a terrível verdade de que neste mundo nunca mais veriam os seus familiares e amigos moravianos. Que tamanho destemor, amor e renúncia por Cristo e pelo seu santo evangelho. Hoje (infelizmente) não encontramos corações com atitudes semelhantes a dos morávios, e em meio a essa triste realidade ousamos abrir as nossas bocas e dizemos que amamos missões. Quanta hipocrisia! Que tamanha falsidade!
Os pré-reformadores entenderam a urgência do IDE e a nobre necessidade de se anunciar o evangelho. Alguns deles, a exemplo de John Huss entregaram suas vidas por amor ao evangelho (Huss foi queimado vivo por pregar o verdadeiro evangelho). Diante de tudo isso “será que podemos dizer que os nossos pés são belos, pois anunciamos nos montes as boas novas?”(Is 52.7)
Somos uma geração que negligencia categoricamente o IDE ordenado por Cristo. Contudo, não pensemos que esta negligência é uma novidade. Essa terrível negligência se faz presente na história do povo escolhido de Deus, a saber, Israel.
Israel tinha a missão de anunciar as maravilhas e grandezas do eterno Deus, que o escolheu como povo seu, entre todas as nações da terra, porém por sua arrogância e terrível orgulho o povo escolhido se rebelou contra Deus que não deixou sem punição a transgressão de seu povo exilando dessa forma Israel entre as nações as quais este deveria anunciar Deus. Mas, mesmo em meio ao exílio a missão de Israel continuava estabelecida, ou seja, mesmo exilado Israel tinha que mostrar por meio de sua conduta as grandezas do Eterno Deus, mas não foi isso que aconteceu, e Israel se misturou e se deixou influenciar pela cultura de cada nação para onde foi cativa e assim se afastou totalmente dos planos de Deus. Agora me pergunto: “Se Deus castigou tão severamente a sua menina dos olhos (Israel) o que nos leva a pensar que escaparemos da punição por estarmos descumprindo resolutamente o IDE do Senhor?”
Era de se esperar que a nossa geração aprendesse com os erros do povo escolhido e assim nos comprometesse-mos a obedecer prontamente o IDE de Jesus e assim puséssemos as nossas mãos nos arados e não olhássemos para trás, todavia não é assim que ocorre, pois os campos estão brancos e nós como ceifeiros estamos deixando o arado de lado e desobedecendo terrivelmente a ordenança divina.

Igreja: Despertai!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira