“Façam
discípulos de todas as nações.” O imperativo de Cristo nunca foi tão necessário
e urgente como nos dias atuais. Sabemos que os campos já branquejam para a
ceifa, mas ainda nos recusamos a cumprir a ordenança de Jesus. Somos
negligentes e egoístas, pois nossa pecaminosidade nos impede de enxergarmos a
brancura dos campos.
Nossos
egos inflados e entorpecidos pelo pecado enchem nossos corações com ambições
egoístas e desejos vãos que nos querem levar a campos além daqueles que o
senhor nos indica para irmos. Não acho errado ambicionar ultrapassar as
fronteiras para cumprirmos o imperativo de Cristo, critico sim e com veemência
quando pelo nosso próprio esforço e nossa má, desagradável e imperfeita vontade
queremos ir além daquilo que Deus determinou para fazermos. Nos dias atuais a
nossa vontade busca suplantar a vontade boa, agradável e perfeita do eterno
Deus.
Ao
lançar vistas à história da cristandade vemos que os grandes e poderosos
avivamentos, que inflamaram e vivificaram a igreja de Cristo, além de trazerem
consigo pregações poderosas que frutificavam em conversões genuínas trouxeram
em seu âmbito um imenso e bíblico despertar missionário. Uma genuína e
imperiosa necessidade de se pregar o evangelho da graça e assim pelo agir
soberano do Espírito Santo alcançar para o Reino de Deus gente que procedia de
todas as tribos, povos, raças e nações!
Hoje
ao que parece o verdadeiro ardor missionário está em qualquer lugar menos no
meio cristão. A igreja, pelo que tem demonstrado em sua prática “cristã” se
porta cada vez mais como o mundo e dessa forma os campos que já branquejam não
são ceifados e a ordenança de Cristo cai em descaso por ser desobedecida de
maneira tão descabida e vil.
Um
exemplo digno de nota acerca da obra missionária feita com amor e dedicação é o
do povo morávio. Um povo que se deixou consumir por um ardor missionário sem
igual. Os morávios seguiam o seguinte lema: “Vicit Agnus Noster Eum Sequamur”,
traduzindo: “Venceu o Nosso Cordeiro, vamos segui-Lo”.
Os
moravianos tinham um amor genuíno pelas almas perdidas a ponto de se venderem
como escravos a um país estrangeiro simplesmente por esse ser o único modo
encontrado por eles de terem a oportunidade de pregarem o evangelho da graça de
Cristo a este longínquo e desconhecido país. Eles tinham apenas duas certezas:
a sua fé em Cristo Jesus e a terrível verdade de que neste mundo nunca mais
veriam os seus familiares e amigos moravianos. Que tamanho destemor, amor e
renúncia por Cristo e pelo seu santo evangelho. Hoje (infelizmente) não encontramos
corações com atitudes semelhantes a dos morávios, e em meio a essa triste
realidade ousamos abrir as nossas bocas e dizemos que amamos missões. Quanta
hipocrisia! Que tamanha falsidade!
Os
pré-reformadores entenderam a urgência do IDE e a nobre necessidade de se
anunciar o evangelho. Alguns deles, a exemplo de John Huss entregaram suas
vidas por amor ao evangelho (Huss foi queimado vivo por pregar o verdadeiro
evangelho). Diante de tudo isso “será que podemos dizer que os nossos pés são
belos, pois anunciamos nos montes as boas novas?”(Is 52.7)
Somos
uma geração que negligencia categoricamente o IDE ordenado por Cristo. Contudo,
não pensemos que esta negligência é uma novidade. Essa terrível negligência se
faz presente na história do povo escolhido de Deus, a saber, Israel.
Israel
tinha a missão de anunciar as maravilhas e grandezas do eterno Deus, que o
escolheu como povo seu, entre todas as nações da terra, porém por sua
arrogância e terrível orgulho o povo escolhido se rebelou contra Deus que não
deixou sem punição a transgressão de seu povo exilando dessa forma Israel entre
as nações as quais este deveria anunciar Deus. Mas, mesmo em meio ao exílio a
missão de Israel continuava estabelecida, ou seja, mesmo exilado Israel tinha
que mostrar por meio de sua conduta as grandezas do Eterno Deus, mas não foi
isso que aconteceu, e Israel se misturou e se deixou influenciar pela cultura
de cada nação para onde foi cativa e assim se afastou totalmente dos planos de
Deus. Agora me pergunto: “Se Deus castigou tão severamente a sua menina dos
olhos (Israel) o que nos leva a pensar que escaparemos da punição por estarmos
descumprindo resolutamente o IDE do Senhor?”
Era
de se esperar que a nossa geração aprendesse com os erros do povo escolhido e
assim nos comprometesse-mos a obedecer prontamente o IDE de Jesus e assim
puséssemos as nossas mãos nos arados e não olhássemos para trás, todavia não é
assim que ocorre, pois os campos estão brancos e nós como ceifeiros estamos
deixando o arado de lado e desobedecendo terrivelmente a ordenança divina.
Igreja:
Despertai!!!
Que
Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli
Deo Gloria!!!
Joel
da Silva Pereira