sábado, dezembro 13, 2014

Procura-se: Pastores segundo o coração de Deus!



Um fraco. Um homem falho como qualquer outro. Um homem carente de oração. Um homem pecador. Essas são as características de um verdadeiro pastor que serve humildemente ao Senhor, porém a imagem que a maioria das pessoas vislumbra é a de um supercrente, um homem que jamais peca. Não poderiam estar mais enganadas.
Deve ser duro ler que um pastor é um fraco (e escrever o é ainda mais, principalmente se é esse o seu chamado e a sua vocação), porém essa assertiva é mais do que verdadeira. O pastor é um ser humano frágil e tão carente de orações como qualquer outro, e eu diria que até mais, pois a responsabilidade que está sobre os seus ombros não é pequena.
É verdade que a visão que os “pastores” da moda passam hoje é vergonhosa e completamente diferente daquela que vemos especificada nos escritos de Paulo mais especificamente em sua primeira epístola a Timóteo capítulo 3 quando discorre sobre as qualificações do candidato ao sagrado ministério.
 A fé vem sendo mercadejada de maneira vil e torpe enlameando o sagrado ministério. Nas palavras de Eugene Peterson: “o pastorado opera a partir de uma longa tradição em Israel e na Igreja. Esse rico legado tem sido corrompido nos dias atuais”. 
Os dias podem ser diferentes, mas os pseudos-pastores estão transformando a casa de Deus em covis de ladrões. Com suas artimanhas eles deturpam as Escrituras para justificar os seus descalabros. E para espanto geral, a igreja assiste inerte a esse show de horrores que dissemina imundícies no seio da noiva do Cordeiro.
Ao ler os relatos da cristandade, mais especificamente os relatos sobre os reformadores e os puritanos, encontramos um zelo arraigado, e, também e acima de tudo, uma devoção sincera e contagiante nutrida por esses devotados servos do Senhor que foram separados para o sagrado ministério; devoção a Deus que os chamou e pela honra e privilégio de terem sido por Ele separados para tão maravilhoso ministério. Eles entendiam que estavam no ministério não por suas próprias forças ou vontades, mas sim porque era essa a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para as suas vidas. Eles eram totalmente dependentes do Espírito Santo, que confirmava através das Escrituras o chamado ministerial desses homens que se entregaram de corpo e alma ao sagrado ministério, pois estes sim, a exemplo de raríssimas exceções hoje, colocaram a mão no arado e não ousaram olhar para trás.
 Que diferença vivenciamos nos dias atuais! Hoje para ser ordenada a pessoa basta apenas sonhar que tem que ser um pastor e pronto e então no outro dia é ordenado. Simples assim! Onde está o chamado? Onde está a convicção? Onde está o preparo? Se assim for, os seminários teológicos evangélicos devem fechar as suas portas, uma vez que conhecer Teologia, Hermenêutica, Homilética, Línguas (Hebraico e Grego), Exegese, Teologia Bíblica (essa é que não precisa mesmo) e as demais disciplinas da grade curricular dos seminários não se faz mais necessário. Basta apenas sonhar! Assim podemos reformular a frase de René Descartes: “Penso, logo existo!” para “Sonho, logo sou pastor!”
Hoje títulos são distribuídos sem o menor discernimento. E para piorar não basta mais apenas ser chamado e separado por Deus para ser pastor, temos que buscar ainda mais. Faz-se necessário ser “apóstolo” ou em um extremismo total “patriarca dos apóstolos”. Diante dessas aberrações me pergunto: “meu Senhor aonde vamos parar?”. E o que mais me impressiona e entristece é que temos conhecimento de que tudo isso é antibíblico e a igreja assiste a este show de horrores passiva como se isso não a afetasse.
Infelizmente parece que estamos vivenciando os tempos do profeta Jeremias e se os “pseudos-pastores” atentassem para as palavras do profeta com certeza (pelo menos esse é o meu desejo) mudariam as suas posturas. Já imaginou receber uma mensagem dessas da parte Daquele a quem você diz servir: “Chorai, pastores, e clamai; revolvei-vos na cinza, vós que sois os principais do rebanho; pois já chegou o dia de serdes mortos, e eu vos despedaçarei, e vós então caireis como carneiros escolhidos. E não haverá refúgio para os pastores, nem lugar para onde escaparem os principais do rebanho. Aí está o grito dos pastores, o choro dos principais do rebanho; porque o Senhor está devastando o pasto deles.” (Jr 25.34-36) Essas palavras (acho eu) não existem nas “Bíblias” desses pseudos-pastores que se acham infalíveis e acima do bem e do mal.
Diante desse horrendo quadro que vivenciamos e da terrível, porém verdadeira mensagem de Jeremias devemos orar mais e zelar pelos pastores que ainda se comprometem em propagar as verdades do evangelho da graça de Cristo. Esses homens devem ser alvos de nossas súplicas, pois cabe a eles a missão de guiar a Igreja do Senhor pela direção, dependência e em submissão ao Espírito Santo.
O pastor é um homem fraco que em toda sua imperfeição é escolhido e separado por Deus para uma obra específica e árdua que requer dele uma entrega total em plena dependência do Espírito Santo, e em meio a toda a sua imperfeição ele deve reconhecer que o seu ministério pertence ao Senhor da glória que o escolheu sem nenhum merecimento. É essa verdade que vem sendo deturpada hoje pelos pseudos-pastores que se colocam como “senhores sobreanos” das igrejas que pastoreiam como se essas lhes pertencessem. A igreja é e sempre será do Senhor!

Que Deus em sua imensa graça tenha misericórdia desses homens, pois um dia Ele virá acertar as contas com todos, sem exceção.

Que Deus nos dê pastores segundo o seu coração tal qual deu Davi a Israel, seu povo amado!!!

Que Deus em sua imensa graça tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira