quinta-feira, novembro 24, 2011

Senhor, ensina-nos a orar!!!!

A igreja passa hoje por uma crise mais séria do que pensamos. Além de existir um analfabetismo bíblico enorme, ela está totalmente desprovida de poder do alto. Não existe mais uma intensa vida de oração por parte dos cristãos. Os cultos de oração são os de menor assistência.
A igreja está substituindo a ajuda do alto, vinda dos céus, por intermédio do Espírito Santo a qual só é alcançada por meio da graça de Cristo através da oração dos fiéis pela a auto-ajuda. Algo que é totalmente nocivo à igreja e contrário as Sagradas Escrituras.
Um dos mais belos hinos da história da igreja nos diz: “Preciosas são as horas na presença de Jesus. É nessas horas que a igreja busca o verdadeiro revestimento de poder que vem diretamente de Deus e de seu Santo Espírito, mas isso só é possível quando a igreja se aproxima do trono de Deus em grata e súplice oração (Fp 4.6).
Assistimos ao espetáculo vergonhoso das falsas manifestações de poder que invadem e se alastram de maneira avassaladora no seio da noiva de Cristo. Tudo isso ocorre porque a igreja desaprendeu a caminhar de joelhos. Buscamos o movimento, o barulho, os gritos, a histeria, o frenesi, o tumulto. Estamos buscando a Deus e o seu poder em meio a esse caldeirão religioso e místico que se tornou a igreja. Não oramos mais de maneira piedosa e humilde, como aquele publicano que encontramos nas páginas da Bíblia (Lc 18.13-14). Falta humildade à igreja hoje. Não se pode orar buscando verdadeiramente o poder de Deus se não houver humildade e quebrantamento de espírito.
Sinto vergonha de mim mesmo, quando ao ler livros acerca da vida dos grandes homens e mulheres de Deus, e me deparo com a informação de que todos eles sem exceção eram pessoas que tinham uma intensa vida de oração. Uma vida regrada, sistemática. Eles(as) iniciavam o seu dia indo à presença santa do Mestre buscando força, refúgio, graça, unção e sabedoria para suas vidas para que dessa forma pudessem ser capazes de cumprir a vocação para a qual foram chamados.
A oração na igreja hoje está à míngua. Espanta-me conhecer o fato de que o pastor Jonanthan Edwards dispensava treze horas do seu dia para estar a sós com Deus, em oração e leitura devocional da Bíblia (outra coisa rara em nossos dias), quando nós nos recusamos a ir aos cultos de oração. Um dos fatos mais impactantes da vida de Edwards é o da ocasião do seu famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (vale à pena ler esse sermão). Ele foi escolhido para pregar dentre alguns pastores e na metade da exposição à convicção de pecado se abateu de forma tal sobre a igreja que o pessoal pediu para que ele parasse a exposição porque o inferno estava se abrindo sob os pés dos ouvintes. O que poucos sabiam é que Edwards passara três noites e três dias sem se alimentar e sem dormir em inteira e total comunhão com Deus. Por isso que os efeitos desse tão afamado sermão ecoam até os dias de hoje. Essa é uma genuína demonstração daquilo que nos falta hoje. Uma verdadeira devoção despida de arrogância. Temos a petulância de justificar a nossa falta de oração com os seguintes dizeres: “Eu creio na soberania de Deus!” E desde quando só porque Deus é soberano não devemos nos devotar a uma vida oração? Quando bem sabemos que o próprio Cristo orava (Lc 9.28) e muitas outras passagens bíblicas nos revelam que Cristo se retirava para lugares solitários para orar (Mc 1.35; 6.12), dessa forma fica-nos a indagação: “Se o próprio Cristo ia ao Pai em oração porque nós não o imitamos nessa tão maravilhosa atitude?” E depois, ainda reclamamos que não vemos o agir de Deus em nossas vidas e no seio da igreja. Como poderemos ver tal glorioso agir se nos recusamos a buscar a Deus em oração?
A Bíblia nos mostra algo sublime acerca da oração. Os discípulos já demonstrando uma mudança significativa em suas condutas se aproximaram de Cristo e disseram-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar!” O importante de se observar é que eles não pediram poder para expulsar demônios, fazer “aviãozinho” no meio da sociedade judaica, nem para marchar, nem para derrubar uma multidão com o “sopro de espírito”, nada disso. Eles simplesmente pediram ao Mestre que os ensinasse a orar (Lc 11.1).
O que a igreja pede hoje é o TER, o POSSUIR. Não se preocupa mais com o SER igual ao Mestre em humildade e íntima e profunda comunhão com o Pai. Somos medíocres pedintes em busca de satisfazermos as nossas mesquinhas vontades que estão tão distantes da vontade de Deus.
Os puritanos eram heróis da fé. Homens e mulheres que tinham suas vidas marcadas por uma íntima e santa comunhão, onde buscavam e recebiam de Deus o revestimento de poder tão necessário para se enfrentar esse mundo tenebroso. Não buscamos mais a Deus em oração, pelo menos não em busca de poder espiritual e edificação pessoal, mas o buscamos a procura de bens materiais como se o TER fosse mais importante que o SER.    
Clamemos: “SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!”
Entremos no Santo dos Santos, pelo sangue do Cordeiro de Deus derramado no madeiro cruento e maldito, com ousadia, temor, humildade e obediência e busquemos urgentemente o poder que vem do alto, que vem do Pai das luzes porque senão de outra forma pereceremos em nosso atual estado de letargia.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!!

Oremos ao Senhor!!!!

Soli Deo Gloria!!!!

Joel da Silva Pereira


  

sábado, novembro 12, 2011

Inconformados!!!!



Paulo, em sua epístola aos romanos nos relata: “Rogo-vos, pois, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.1-2)   Como cumprir essa exortação nos dias de hoje?
Vivemos dias odiosos! A pregação do evangelho é depravada e enganosa. Não pode haver renovações de mentes sem uma pregação genuína do evangelho da graça de Cristo. Esse evangelho que tem sido proclamado das maiorias dos púlpitos não condiz com as Escrituras Sagradas, não contém vida e nem essência! Tendo o homem como centro se distancia mais e mais de Cristo, e apenas produz duas vezes mais filhos do diabo do que verdadeiros filhos de Deus.
Não podemos apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo a um evangelho sem cruz. Um evangelho que prega perdão de pecados sem a necessidade do genuíno arrependimento. Um culto racional só é possível mediante a uma clara e fiel exposição do evangelho da graça de Cristo. Um evangelho onde a conversão se dá por meio de persuasão emotiva e psicológica, por um simples levantar de mão, e a chamada “oração do pecador”, nunca nos levará a um culto racional e muito menos a um sacrifício santo e agradável ao Senhor.
Paulo roga pelas misericórdias do Senhor! Hoje, os pregadores modernos rogam ao emocionalismo barato e vil, que leva o homem a temer o próprio homem por julgar que este tem poder para condená-lo a danação eterna e não por temor ao terrível e grande Deus. E o mais chocante é que por nossa omissão e letargia esse tipo de prática é mais e mais frequente em nossos dias. Pois mesmo vendo esse terrível e enganoso erro nada fazemos, e aceitamos tais práticas. Essa aceitação nos torna tão culpados quanto os que a praticam.
É impressionante a atualidade dos escritos paulinos. É como se o apóstolo estivesse vivenciando a nossa realidade. Por isso, creio que a chave para mudarmos essa tragédia se encontra no verso dois: “E não vos conformeis com este século...” Não podemos ser um bando de “Maria-vai-com-as-outras”. Devemos ser sim, um bando de inconformados que esteja determinado a lutar com todas as forças pela verdade. Lutar por uma pregação autêntica do evangelho da graça de Cristo. Um dos fatores que torna essa luta um trabalho hercúleo, é a teologia atual das igrejas. A teologia deixou de ser bíblica e passou a ser de frases feitas e jargões evangélicos. Até as músicas estão cada vez piores. Uma teologia mutilada, oriunda de más interpretações bíblicas de versos isolados assola terrivelmente a verdadeira igreja do Senhor. E compramos e bebemos fundo dessa teologia torpe agregando-a a nossa pregação e assim o “declare isso ao Senhor igreja!” torna-se obrigatório em nossos cultos.
Como se conformar com essa imundícia? Não podemos nunca nos rendermos  a essa podridão que cresce dia após dia e contamina a noiva do Cordeiro. E o pior é que endeusamos esses hereges. Os trazemos para o meio da igreja. Pregamos suas palavras e não as de Deus. Cantamos suas músicas antropocêntricas e nos distanciamos das Santas Letras. Quão miseráveis nós somos!
Novamente pergunto: “Como cumprir a exortação do apóstolo?” Como se conformar com este século? Posso responder como chegamos a essa miséria espiritual, bíblica e teológica na qual estamos afogados. Estamos com toda certeza, com vergonha do evangelho! Estamos como os insensatos gálatas, e nessa situação  temos que ouvir: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.” (Gl 1.6-7)
Mediante a tudo isso, o inconformismo deve arder em nossos corações. Não podemos nos conformar com este mundo vão. Paulo quer que os seus leitores se transformem pela renovação de suas mentes. Tanto para os cristãos da época como para nós isso só nos é possível por meio da genuína pregação do evangelho da graça de Cristo. Temos que dar um basta nesse evangelho torpe e depravado que ecoam dos púlpitos modernos.
O mesmo inconformismo que levou Lutero a afixar nas portas da catedral de Wittenberg as suas 95 teses há 494 anos, deve arder em nossos corações e eles dever ser semeados com a verdadeira exposição das Sagradas Escrituras.
Nas palavras do saudoso John Stott: “Precisamos, portanto, arrepender-nos desse culto à es­tupidez, bem como de qualquer resquício de antiinte-lectualismo ou de preguiça intelectual que porventura tenhamos alimentado. Estas coisas são negativas, limi­tadoras e destrutivas. Elas insultam a Deus, nos empobre­cem e enfraquecem nosso testemunho. O uso responsável de nossas mentes, por outro lado, glorifica a Deus, nos enriquece e fortalece nosso testemunho no mundo.” (Ouça o Espírito,ouça o mundo)
Prestamos um culto à estupidez ao nos conformarmos com este século depravado, e dessa forma nunca experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus!

Que Deus tenha misericórida de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira