A igreja passa hoje por uma crise mais séria do que pensamos. Além de existir um analfabetismo bíblico enorme, ela está totalmente desprovida de poder do alto. Não existe mais uma intensa vida de oração por parte dos cristãos. Os cultos de oração são os de menor assistência.
A igreja está substituindo a ajuda do alto, vinda dos céus, por intermédio do Espírito Santo a qual só é alcançada por meio da graça de Cristo através da oração dos fiéis pela a auto-ajuda. Algo que é totalmente nocivo à igreja e contrário as Sagradas Escrituras.
Um dos mais belos hinos da história da igreja nos diz: “Preciosas são as horas na presença de Jesus”. É nessas horas que a igreja busca o verdadeiro revestimento de poder que vem diretamente de Deus e de seu Santo Espírito, mas isso só é possível quando a igreja se aproxima do trono de Deus em grata e súplice oração (Fp 4.6).
Assistimos ao espetáculo vergonhoso das falsas manifestações de poder que invadem e se alastram de maneira avassaladora no seio da noiva de Cristo. Tudo isso ocorre porque a igreja desaprendeu a caminhar de joelhos. Buscamos o movimento, o barulho, os gritos, a histeria, o frenesi, o tumulto. Estamos buscando a Deus e o seu poder em meio a esse caldeirão religioso e místico que se tornou a igreja. Não oramos mais de maneira piedosa e humilde, como aquele publicano que encontramos nas páginas da Bíblia (Lc 18.13-14). Falta humildade à igreja hoje. Não se pode orar buscando verdadeiramente o poder de Deus se não houver humildade e quebrantamento de espírito.
Sinto vergonha de mim mesmo, quando ao ler livros acerca da vida dos grandes homens e mulheres de Deus, e me deparo com a informação de que todos eles sem exceção eram pessoas que tinham uma intensa vida de oração. Uma vida regrada, sistemática. Eles(as) iniciavam o seu dia indo à presença santa do Mestre buscando força, refúgio, graça, unção e sabedoria para suas vidas para que dessa forma pudessem ser capazes de cumprir a vocação para a qual foram chamados.
A oração na igreja hoje está à míngua. Espanta-me conhecer o fato de que o pastor Jonanthan Edwards dispensava treze horas do seu dia para estar a sós com Deus, em oração e leitura devocional da Bíblia (outra coisa rara em nossos dias), quando nós nos recusamos a ir aos cultos de oração. Um dos fatos mais impactantes da vida de Edwards é o da ocasião do seu famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (vale à pena ler esse sermão). Ele foi escolhido para pregar dentre alguns pastores e na metade da exposição à convicção de pecado se abateu de forma tal sobre a igreja que o pessoal pediu para que ele parasse a exposição porque o inferno estava se abrindo sob os pés dos ouvintes. O que poucos sabiam é que Edwards passara três noites e três dias sem se alimentar e sem dormir em inteira e total comunhão com Deus. Por isso que os efeitos desse tão afamado sermão ecoam até os dias de hoje. Essa é uma genuína demonstração daquilo que nos falta hoje. Uma verdadeira devoção despida de arrogância. Temos a petulância de justificar a nossa falta de oração com os seguintes dizeres: “Eu creio na soberania de Deus!” E desde quando só porque Deus é soberano não devemos nos devotar a uma vida oração? Quando bem sabemos que o próprio Cristo orava (Lc 9.28) e muitas outras passagens bíblicas nos revelam que Cristo se retirava para lugares solitários para orar (Mc 1.35; 6.12), dessa forma fica-nos a indagação: “Se o próprio Cristo ia ao Pai em oração porque nós não o imitamos nessa tão maravilhosa atitude?” E depois, ainda reclamamos que não vemos o agir de Deus em nossas vidas e no seio da igreja. Como poderemos ver tal glorioso agir se nos recusamos a buscar a Deus em oração?
A Bíblia nos mostra algo sublime acerca da oração. Os discípulos já demonstrando uma mudança significativa em suas condutas se aproximaram de Cristo e disseram-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar!” O importante de se observar é que eles não pediram poder para expulsar demônios, fazer “aviãozinho” no meio da sociedade judaica, nem para marchar, nem para derrubar uma multidão com o “sopro de espírito”, nada disso. Eles simplesmente pediram ao Mestre que os ensinasse a orar (Lc 11.1).
O que a igreja pede hoje é o TER, o POSSUIR. Não se preocupa mais com o SER igual ao Mestre em humildade e íntima e profunda comunhão com o Pai. Somos medíocres pedintes em busca de satisfazermos as nossas mesquinhas vontades que estão tão distantes da vontade de Deus.
Os puritanos eram heróis da fé. Homens e mulheres que tinham suas vidas marcadas por uma íntima e santa comunhão, onde buscavam e recebiam de Deus o revestimento de poder tão necessário para se enfrentar esse mundo tenebroso. Não buscamos mais a Deus em oração, pelo menos não em busca de poder espiritual e edificação pessoal, mas o buscamos a procura de bens materiais como se o TER fosse mais importante que o SER.
Clamemos: “SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!”
Entremos no Santo dos Santos, pelo sangue do Cordeiro de Deus derramado no madeiro cruento e maldito, com ousadia, temor, humildade e obediência e busquemos urgentemente o poder que vem do alto, que vem do Pai das luzes porque senão de outra forma pereceremos em nosso atual estado de letargia.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!!
Oremos ao Senhor!!!!
Soli Deo Gloria!!!!
Joel da Silva Pereira