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sábado, janeiro 07, 2012

Mortos não têm Vontade!!!!




O reverendo e teólogo metodista Richard Watson disse: “por natureza o homem é totalmente corrompido e degenerado; por si mesmo é incapaz de qualquer bem... todos nascem num estado de morte espiritual.” Essa afirmação veio de um teólogo arminiano. Admira-me que um arminiano diga tal coisa, pois como se sabe os arminianos são defensores do ensino do livre-arbítrio. Contudo tal afirmação ensina que o homem está morto, o que não me deixa de questionar o seguinte: “Se o homem está morto e morto não tem vontade, então como pode ter o homem o livre-arbítrio?” Uma vez que tal ensino defende que o homem tem uma vontade livre! Como pode tal ensino ser concebido?
Os que acreditam no livre-arbítrio negam a doutrina da depravação total da raça humana, alegando que ainda há no homem algo bom que o faz voluntariamente voltar-se para Deus, ou seja, o homem tem em si mesmo o poder de arrepender-se de seus pecados. O homem, partindo dessa premissa, encontra em sim mesmo uma fé que o faz acreditar em Cristo por suas próprias forças sem a operação do Santo Espírito de Deus. O homem segundo tais defensores é dotado do livre-arbítrio.
Os arminianos defendem que o homem depois da queda não se depravou totalmente, apenas uma porção do homem foi afetada pelo pecado e a sua vontade de escolher voluntariamente o que é bom e desta feita o caminho que conduz a Deus não foi afetada. Mas, não é isso que ensina as Sagradas Escrituras.
Em Rm 5.12-21 Paulo ensina, mui claramente, que Deus criou o homem sob o princípio de representação. Todos caímos no primeiro Adão. “Por um só homem entrou o pecado no mun­do, e pelo pecado a morte; assim também a morte passou a to­dos os homens, porque todos pecaram” (v.12); “pela ofensa de um só morreram muitos” (v.15); “o julgamento derivou de uma só ofensa para a condenação" (v.16); “pela ofensa de um só rei­nou a morte” (v.17); “por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação” (v.18); “pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores” (v.19).

Deus age igualmente sobre a mesma base de representa­ção quanto à nossa salvação, como Paulo ensina no mesmo capí­tulo. Se foi justo que caíssemos pela desobediência do primeiro Adão, é igualmente justo que nos levantemos pela obediência do segundo Adão, Jesus Cristo. Em Adão tornamo-nos pecadores; em Cristo somos justificados e santificados e, por conseguinte ficamos libertos do pecado.

“Se pela ofensa de um só morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante sobre muitos... o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação, mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se pela ofensa de um, e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que da vida. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos” (Rm 5.15-19).

Não admitir que herdamos de Adão o pecado é não crer que herdamos de Cristo a justiça. Não reconhecer que fomos condenados em Adão é não admitir que podemos ser salvos em Cristo. Porque, se não somos condenados pela desobediência de Adão, como podemos ser perdoados e justificados pela obe­diência de Cristo, de quem Adão foi figura? (Veja-se Rm. 5.14).

Defender o livre-arbítrio é defender que Deus não é soberano totalmente, mas apenas em partes, uma vez que a nossa salvação depende de nossa escolha e não de sua vontade soberana. Ou seja, o homem não precisa do Espírito Santo para convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) uma vez que ele próprio pode se conscientizar de sua condição pecaminosa, então me pergunto: “Qual a função do Espírito Santo?” Defender tal ensino implica dizer que o homem pode ser justificado por seus próprios méritos, uma vez que escolher já se constitui em um ato humano! Mas, então como harmonizar isso com os ensinamentos bíblicos? Resposta: “É impossível!”

O profeta Isaías declarou: “Todos nós somos como o imun­do, e todas as nossas justiças como trapos da imundícia” (Is 64.6). Se o melhor de nosso ser e de nossos atos, a saber, nossa justiça, é como trapos da imundícia, que dizer de nossos pecados?

A Bíblia diz que não conhecemos nossos próprios corações. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Foi esta a experiência de Moisés, quando pôs a mão no seio; tirando-a depois “eis que a mão estava leprosa, branca como a neve” (Êx 4.6). Ele não sabia que possuía lepra em seu seio. Deus provou Ezequias, para mostrar-lhe tudo o que lhe estava no co­ração (II Cr 32.31). Do coração, que pensamos ser tão bom, é que procedem todos os males (Mc 7.18-23).

Todo estudante da Bíblia conhece como Paulo descreveu o homem, em sua epístola aos Romanos, cap. 3, vs. 10-18. Aí retrata ele tristemente todo o gênero humano, tanto judeus como gentios, como completamente contaminado, desesperado e desamparado, humanamente falando.

“Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aber­to; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios; a boca eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue; nos seus caminhos há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos”.

Paulo diz ainda que “o homem natural”, isto é, o irregenerado “não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espi­ritualmente” (I Co 2.14). Disse também que “o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7).

Os pensamentos de seu coração são maus de contínuo. Até suas justiças são trapos imundos, à vista de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente perverso, cheio de lepra espiritual — fonte de todos os pensamentos e ações más. Sua condição é de completa contaminação e impiedade, de desespero e desamparo. Ê cego, e somente Deus pode abrir-lhe os olhos. É escravo, e somente Deus pode libertá-lo.

Encerro este artigo dizendo que depois desse estudo detalhado dos textos bíblicos aqui mencionados me mostram que o livre-arbítrio é uma ilusão do enganoso coração humano, e ainda assevero que defunto não tem vontade, e como a raça humana está morta em delitos e pecados não tem vontade alguma e muito menos que essa “vontade” a possa conduzir à salvação!

“Pode um cadáver, no túmulo, erguer-se daí pela mú­sica mais suave que já se tenha inventado, ou pelo mais retumbante trovão que pareça abalar os pólos da terra? Tal acontece com o pecador, morto em delitos e pecados: não se move pelo trovão da lei, ou pela me­lodia do Evangelho. “Pode acaso o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal. (Jr 13.23)”.

E nas palavras de um dos maiores arminianos da história cristã, o grande John Wesley: “Reconhece-te pecador e de que maneira o és. Reco­nhece a corrupção de tua íntima natureza, pela qual estás muito distanciado da justiça original, e pela qual “a carne cobiça” sempre “contra o espírito”, median­te essa “mente carnal” que “é inimiga de Deus”, que “não é sujeita à lei de Deus, nem de fato o pode ser”. Sabe tu que és corrompido em toda a tua capacidade, em cada faculdade de tua alma. Sabe que és total­mente corrompido em tudo isso, inteiramente perver­tido. Os olhos do teu entendimento estão obscurecidos, de sorte a não poderem discernir Deus, ou o que lhe diz respeito. As nuvens da ignorância e do erro permanecem sobre ti, envolvem-te com a sombra da morte. Ainda não sabes nada como devias saber, nem a respeito de Deus, nem do mundo, nem de ti mesmo. Tua vontade não é mais a vontade de Deus, mas está inteiramente pervertida e falseada, avessa a todo o bem, a tudo quanto Deus ama, e inclina-se para todo o mal, para toda abominação que Deus odeia. Teus afetos estão alienados de Deus e se distribuem por toda a terra. Todas as tuas paixões, sejam desejos, ou aversões, alegrias ou dores, esperanças ou temo­res, estão desajustadas, não se mantêm nas devidas proporções ou têm por alvo objetos impróprios. As­sim sendo, não há sanidade em tua alma, mas “desde a planta do pé à cabeça (na expressão forte do pro­feta) não há coisa sã, senão feridas, contusões e cha­gas inflamadas”. Tal é a corrupção inata do teu coração, de tua íntima natureza... E que frutos podem brotar de tais ramos? Só frutos amargos e ruins continuadamente”.

A doutrina da total depravação ou incapacidade do homem não podia ser expressa em linguagem mais forte do que a empregada acima, pelo notável arminiano João Wesley.

Se Wesley sendo arminiano refutou o livre-arbítrio eu não posso dizer mais nada!!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!


Joel da Silva Pereira
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quinta-feira, novembro 24, 2011

Senhor, ensina-nos a orar!!!!

A igreja passa hoje por uma crise mais séria do que pensamos. Além de existir um analfabetismo bíblico enorme, ela está totalmente desprovida de poder do alto. Não existe mais uma intensa vida de oração por parte dos cristãos. Os cultos de oração são os de menor assistência.
A igreja está substituindo a ajuda do alto, vinda dos céus, por intermédio do Espírito Santo a qual só é alcançada por meio da graça de Cristo através da oração dos fiéis pela a auto-ajuda. Algo que é totalmente nocivo à igreja e contrário as Sagradas Escrituras.
Um dos mais belos hinos da história da igreja nos diz: “Preciosas são as horas na presença de Jesus. É nessas horas que a igreja busca o verdadeiro revestimento de poder que vem diretamente de Deus e de seu Santo Espírito, mas isso só é possível quando a igreja se aproxima do trono de Deus em grata e súplice oração (Fp 4.6).
Assistimos ao espetáculo vergonhoso das falsas manifestações de poder que invadem e se alastram de maneira avassaladora no seio da noiva de Cristo. Tudo isso ocorre porque a igreja desaprendeu a caminhar de joelhos. Buscamos o movimento, o barulho, os gritos, a histeria, o frenesi, o tumulto. Estamos buscando a Deus e o seu poder em meio a esse caldeirão religioso e místico que se tornou a igreja. Não oramos mais de maneira piedosa e humilde, como aquele publicano que encontramos nas páginas da Bíblia (Lc 18.13-14). Falta humildade à igreja hoje. Não se pode orar buscando verdadeiramente o poder de Deus se não houver humildade e quebrantamento de espírito.
Sinto vergonha de mim mesmo, quando ao ler livros acerca da vida dos grandes homens e mulheres de Deus, e me deparo com a informação de que todos eles sem exceção eram pessoas que tinham uma intensa vida de oração. Uma vida regrada, sistemática. Eles(as) iniciavam o seu dia indo à presença santa do Mestre buscando força, refúgio, graça, unção e sabedoria para suas vidas para que dessa forma pudessem ser capazes de cumprir a vocação para a qual foram chamados.
A oração na igreja hoje está à míngua. Espanta-me conhecer o fato de que o pastor Jonanthan Edwards dispensava treze horas do seu dia para estar a sós com Deus, em oração e leitura devocional da Bíblia (outra coisa rara em nossos dias), quando nós nos recusamos a ir aos cultos de oração. Um dos fatos mais impactantes da vida de Edwards é o da ocasião do seu famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (vale à pena ler esse sermão). Ele foi escolhido para pregar dentre alguns pastores e na metade da exposição à convicção de pecado se abateu de forma tal sobre a igreja que o pessoal pediu para que ele parasse a exposição porque o inferno estava se abrindo sob os pés dos ouvintes. O que poucos sabiam é que Edwards passara três noites e três dias sem se alimentar e sem dormir em inteira e total comunhão com Deus. Por isso que os efeitos desse tão afamado sermão ecoam até os dias de hoje. Essa é uma genuína demonstração daquilo que nos falta hoje. Uma verdadeira devoção despida de arrogância. Temos a petulância de justificar a nossa falta de oração com os seguintes dizeres: “Eu creio na soberania de Deus!” E desde quando só porque Deus é soberano não devemos nos devotar a uma vida oração? Quando bem sabemos que o próprio Cristo orava (Lc 9.28) e muitas outras passagens bíblicas nos revelam que Cristo se retirava para lugares solitários para orar (Mc 1.35; 6.12), dessa forma fica-nos a indagação: “Se o próprio Cristo ia ao Pai em oração porque nós não o imitamos nessa tão maravilhosa atitude?” E depois, ainda reclamamos que não vemos o agir de Deus em nossas vidas e no seio da igreja. Como poderemos ver tal glorioso agir se nos recusamos a buscar a Deus em oração?
A Bíblia nos mostra algo sublime acerca da oração. Os discípulos já demonstrando uma mudança significativa em suas condutas se aproximaram de Cristo e disseram-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar!” O importante de se observar é que eles não pediram poder para expulsar demônios, fazer “aviãozinho” no meio da sociedade judaica, nem para marchar, nem para derrubar uma multidão com o “sopro de espírito”, nada disso. Eles simplesmente pediram ao Mestre que os ensinasse a orar (Lc 11.1).
O que a igreja pede hoje é o TER, o POSSUIR. Não se preocupa mais com o SER igual ao Mestre em humildade e íntima e profunda comunhão com o Pai. Somos medíocres pedintes em busca de satisfazermos as nossas mesquinhas vontades que estão tão distantes da vontade de Deus.
Os puritanos eram heróis da fé. Homens e mulheres que tinham suas vidas marcadas por uma íntima e santa comunhão, onde buscavam e recebiam de Deus o revestimento de poder tão necessário para se enfrentar esse mundo tenebroso. Não buscamos mais a Deus em oração, pelo menos não em busca de poder espiritual e edificação pessoal, mas o buscamos a procura de bens materiais como se o TER fosse mais importante que o SER.    
Clamemos: “SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!”
Entremos no Santo dos Santos, pelo sangue do Cordeiro de Deus derramado no madeiro cruento e maldito, com ousadia, temor, humildade e obediência e busquemos urgentemente o poder que vem do alto, que vem do Pai das luzes porque senão de outra forma pereceremos em nosso atual estado de letargia.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!!

Oremos ao Senhor!!!!

Soli Deo Gloria!!!!

Joel da Silva Pereira


  

sábado, novembro 12, 2011

Inconformados!!!!



Paulo, em sua epístola aos romanos nos relata: “Rogo-vos, pois, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.1-2)   Como cumprir essa exortação nos dias de hoje?
Vivemos dias odiosos! A pregação do evangelho é depravada e enganosa. Não pode haver renovações de mentes sem uma pregação genuína do evangelho da graça de Cristo. Esse evangelho que tem sido proclamado das maiorias dos púlpitos não condiz com as Escrituras Sagradas, não contém vida e nem essência! Tendo o homem como centro se distancia mais e mais de Cristo, e apenas produz duas vezes mais filhos do diabo do que verdadeiros filhos de Deus.
Não podemos apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo a um evangelho sem cruz. Um evangelho que prega perdão de pecados sem a necessidade do genuíno arrependimento. Um culto racional só é possível mediante a uma clara e fiel exposição do evangelho da graça de Cristo. Um evangelho onde a conversão se dá por meio de persuasão emotiva e psicológica, por um simples levantar de mão, e a chamada “oração do pecador”, nunca nos levará a um culto racional e muito menos a um sacrifício santo e agradável ao Senhor.
Paulo roga pelas misericórdias do Senhor! Hoje, os pregadores modernos rogam ao emocionalismo barato e vil, que leva o homem a temer o próprio homem por julgar que este tem poder para condená-lo a danação eterna e não por temor ao terrível e grande Deus. E o mais chocante é que por nossa omissão e letargia esse tipo de prática é mais e mais frequente em nossos dias. Pois mesmo vendo esse terrível e enganoso erro nada fazemos, e aceitamos tais práticas. Essa aceitação nos torna tão culpados quanto os que a praticam.
É impressionante a atualidade dos escritos paulinos. É como se o apóstolo estivesse vivenciando a nossa realidade. Por isso, creio que a chave para mudarmos essa tragédia se encontra no verso dois: “E não vos conformeis com este século...” Não podemos ser um bando de “Maria-vai-com-as-outras”. Devemos ser sim, um bando de inconformados que esteja determinado a lutar com todas as forças pela verdade. Lutar por uma pregação autêntica do evangelho da graça de Cristo. Um dos fatores que torna essa luta um trabalho hercúleo, é a teologia atual das igrejas. A teologia deixou de ser bíblica e passou a ser de frases feitas e jargões evangélicos. Até as músicas estão cada vez piores. Uma teologia mutilada, oriunda de más interpretações bíblicas de versos isolados assola terrivelmente a verdadeira igreja do Senhor. E compramos e bebemos fundo dessa teologia torpe agregando-a a nossa pregação e assim o “declare isso ao Senhor igreja!” torna-se obrigatório em nossos cultos.
Como se conformar com essa imundícia? Não podemos nunca nos rendermos  a essa podridão que cresce dia após dia e contamina a noiva do Cordeiro. E o pior é que endeusamos esses hereges. Os trazemos para o meio da igreja. Pregamos suas palavras e não as de Deus. Cantamos suas músicas antropocêntricas e nos distanciamos das Santas Letras. Quão miseráveis nós somos!
Novamente pergunto: “Como cumprir a exortação do apóstolo?” Como se conformar com este século? Posso responder como chegamos a essa miséria espiritual, bíblica e teológica na qual estamos afogados. Estamos com toda certeza, com vergonha do evangelho! Estamos como os insensatos gálatas, e nessa situação  temos que ouvir: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.” (Gl 1.6-7)
Mediante a tudo isso, o inconformismo deve arder em nossos corações. Não podemos nos conformar com este mundo vão. Paulo quer que os seus leitores se transformem pela renovação de suas mentes. Tanto para os cristãos da época como para nós isso só nos é possível por meio da genuína pregação do evangelho da graça de Cristo. Temos que dar um basta nesse evangelho torpe e depravado que ecoam dos púlpitos modernos.
O mesmo inconformismo que levou Lutero a afixar nas portas da catedral de Wittenberg as suas 95 teses há 494 anos, deve arder em nossos corações e eles dever ser semeados com a verdadeira exposição das Sagradas Escrituras.
Nas palavras do saudoso John Stott: “Precisamos, portanto, arrepender-nos desse culto à es­tupidez, bem como de qualquer resquício de antiinte-lectualismo ou de preguiça intelectual que porventura tenhamos alimentado. Estas coisas são negativas, limi­tadoras e destrutivas. Elas insultam a Deus, nos empobre­cem e enfraquecem nosso testemunho. O uso responsável de nossas mentes, por outro lado, glorifica a Deus, nos enriquece e fortalece nosso testemunho no mundo.” (Ouça o Espírito,ouça o mundo)
Prestamos um culto à estupidez ao nos conformarmos com este século depravado, e dessa forma nunca experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus!

Que Deus tenha misericórida de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

sábado, outubro 29, 2011

“Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est!!”

A idade média foi o tempo da ascensão da igreja e da decadência da espiritualidade. A igreja romana se considerava a dona do mundo, a representante única e exclusiva de Deus. Todavia, ele tinha poder político e econômico, porém era totalmente desprovida de poder espiritual (será que é diferente hoje não só com a igreja romana, mas com muitas das igrejas tidas como cristãs?).
Tendo tamanho poder, a igreja mantinha os seus fiéis no analfabetismo e na mais profunda ignorância acerca das Escrituras Sagradas. Assim, a religião estava sobre a égide de Roma. Ela detinha o poder da administração da salvação, chegando a afirmar que fora dela (e não de Cristo) não havia salvação. Através dos sacramentos e da venda de indulgências, os fiéis eram enganados e compravam a absolvição dos seus pecados a peso de ouro, e em troca recebiam a bula papal que lhes garantiam o tão desejado perdão, algo totalmente contrário ao ensino da Escrituras.
A realidade do século XVI relatada pela história não é tão diferente da que vivenciamos hoje. Os dogmas, desvios doutrinários e indulgências ainda estão assolando o mundo e o pior com máscaras de cristandade. São as igrejas tidas como “cristãs” que estão resgatando essa imundície e a travestindo com uma capa de cristandade e assim enganando a muitos. Essa imundície assola o meio cristão e deturpa a sã doutrina!
Porém, o que foi a tão afamada Reforma Protestante do século XVI? Inúmeras pessoas pensam que reformar significa inovar, abrindo caminho à criatividade doutrinária, metodológica e cúltica. Para outras pessoas reforma implica em inovações, agregando a igreja uma teologia contextualizada, que responda aos desejos do povo. Contudo, isso foi a tese do liberalismo teológico do século XIX, que tinha o homem como o centro de tudo, ensino mais do que distante do protestantismo cristocêntrico (esse ensino antropocêntrico está em moda hoje!).
Ao voltarmos os nossos olhos para o movimento da reforma do século XVI, não vemos essas inovações. Contemplamos a imensa e desgastante luta do Dr. Martinho Lutero em combater exclusivamente esse tipo de inovações que implicavam na disseminação dos mais absurdos ensinos heréticos no seio da igreja cristã de então.   
Lutero entendeu que reformar não implicava em inovar a teologia ou a liturgia, mas sim, em restauração. Uma restauração e uma redescoberta daquilo a muito perdido durante a era das trevas, quando as Escrituras deixaram de ser o alicerce doutrinário da igreja, sendo substituída pelas tradições resultantes dos concílios. Dessa forma, a reforma protestante não se caracterizou como um movimento inovador, mas de restauração. Um retorno às origens, uma volta às Escrituras Sagradas (precisamos urgente desse retorno novamente hoje!).
Um dos tesouros descobertos pela reforma foi a “Sola Scriptura”, que era, e é, um retorno exclusivo às Escrituras Sagradas e a ela somente, ou seja, um reconhecimento pleno da supremacia da Palavra de Deus. O propósito era a pregação e a exposição da santa palavra de Deus, ensinada, lida e vivida como a regra única de fé e prática, como único fundamento que deve ser o fiel da balança em todas as decisões.
É assustador perceber hoje, as pessoas buscando inovações e novidades, baseadas em movimentos carismáticos, pentecostais e neo-pentecostais, importados de outros países, que nada mais são do que fogo de palha e invenções de homens que se dizem arautos de uma nova revelação de Deus, mas que de Deus e de sua palavra nada têm.
É necessário reformar, e este era o lema do grande mestre francês João Calvino: “Igreja reformada, sempre se reformando”, todavia, é muito importante entender que tal reforma não é inovação, modernização do conteúdo da fé, mas sim a restauração da compreensão desse conteúdo. Dessa maneira, a questão não se impõe com novos métodos, mas sim, com o velho método, que implica numa volta à palavra de Deus, para extrair dela o que ela realmente ensina. A Palavra de Deus é a referência. Contudo, vivemos uma crise espiritual avassaladora que nos tem levado a um total abandono da nossa tão cara herança teológica reformada.
Quando em nossas mentes surge a data 31/10, somos automaticamente levados a pensar no dia das bruxas. Tudo isso porque estamos imersos num tremendo analfabetismo histórico e acima de tudo bíblico que grassa os arraiais cristãos atualmente. É como uma doença que corrói a igreja. Um tumor maligno que deve ser extirpado o quanto antes. Assim, a igreja deixa de ser sal e luz. Em vez de a igreja abalar e transformar o mundo, é o mundo que está abalando a igreja. Algo que é contrário a vontade de Deus. Deus quer que sejamos cristãos que reflitam uma fé inabalável Nele, uma confiança que nos torna capazes de encararmos a vida religiosa moderna em toda a sua realidade e complexidade, e a permanecermos fiéis apesar de todas as agruras que ela nos propiciará
Estamos precisando, e o quanto antes, de uma nova reforma!!!
E não pense que Deus levantará Lutero do túmulo para promover tal reforma. Cabe a nós buscarmos e proclamarmos essa reforma!! 

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

“Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est!!”

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira
                 

quarta-feira, setembro 28, 2011

Marcas de Valor!!!!

O grupo Logos em uma de suas mais lindas canções, chamada Marcas de Valor, nos diz o seguinte: “Causa surpresa para muitos hoje em dia, Rever histórias que o tempo não levou Como os discípulos deixaram suas redes, O seu pão, a sua Vida e seguiram a Jesus, E muitos deles, certamente a maioria, Não tiveram vida boa, mas trocaram por melhor: Andaram perto do Senhor, Viram milagres de amor, deixaram marcas...” Ouvindo e meditando na letra dessa canção me pergunto: quais são as marcas que a nossa geração está deixando? Os discípulos renunciaram a tudo por amor a Jesus. Deixaram tudo por uma vida não muito fácil. Uma vida de privação! Uma vida e piedade, onde a única coisa que importava era o amor a Cristo. Renúncia é uma palavra que está sumida do vocabulário cristão atualmente! Com o advento de toda sorte de ventos de doutrinas, a vida de piedade e renúncia ensinada por Cristo e que sempre foi a marca principal do ministério dos apóstolos é cada vez mais escanteada e menos ensinada, ou seja, uma vida de piedade é algo em extinção!
Contudo, não precisamos voltar os olhos para a Bíblia para ver e entender a quão horrenda é a nossa falta de compromisso com o que nos foi legado. Onde estão os ensinos dos reformadores e dos pais da igreja. Os princípios da reforma defendidos com amor e devoção por Lutero e por tantos outros que vieram após ele. O que foi feito do legado de Calvino e dos puritanos ingleses que lutaram pela fé cristã com fervor, amor e com o seu próprio sangue? J. I. Packer fazendo uma comparação entre os cristãos atuais e os puritanos, escreveu: “Os Puritanos exemplificavam a maturidade; nós não. Somos anões espirituais. Os Puritanos em contraste,... eram gigantes.” Por isso que na continuação da letra da música que já citamos o Logos diz: “Iguais a eles são bem poucos hoje em dia Que andam realmente perto do Senhor Que, já libertos de seus vícios e pecados, vivem como perdoados Propagando a salvação São tais pessoas que são Fortes, sendo fracas E, por isso, deixam marcas para outros como eu...” Os apóstolos, os pais da igreja, os reformadores e os puritanos ingleses se enquadram nessa descrição da música, ou seja, são poucos mesmo que vivem perto do Senhor hoje em dia. A liberdade que Cristo nos oferece nos torna herdeiros de um legado maravilhoso, mas que estamos renunciando a este tão honroso legado em nome do nosso egoísmo e de nossa apatia. Não queremos sair da nossa zona de conforto para fazermos algo que não nos traga reconhecimento, mas eu me pergunto se assim não agirmos que legado deixaremos para os de nossa geração? Um legado de negligência, de desamor e de falta de compromisso com Deus e com a sua palavra!
Não podemos fechar os nossos olhos para as marcas de valor deixadas por Cristo, pelos seus discípulos, pelos pais da igreja, pelos reformadores e puritanos e por tantos outros que nos deixaram para que as seguíssemos ou estaremos assim jogando fora toda a nossa herança cristã. Negando a Cristo diante dos homens e com isso enlameando o bom evangelho da graça de Cristo. Nossa atitude tem que ser completamente oposta a essa. Temos que ter a atitude descrita na tão citada música: “Quero pisar sobre estas marcas de valor, Pagar o preço de alguém que se dispôs também A atender a mesma voz que hoje chama e diz: "Segue-me!” Contudo, será que em meio a esse conformismo letárgico no qual estamos mergulhados Deus encontrará corações que a exemplo dos apóstolos deixarão tudo para o seguirem? Será que estaremos dispotos a ir por onde quer que Cristo que nos envie? Será que estaremos dispostos a morrermos pelo legado que nos foi confiado a exemplo de Estêvão que foi apedrejado, de Pedro que foi decapitado e crucificado de ponta cabeça, de Tomé que foi esquartejado, teremos fé para tanto?
Citando uma vez mais a música do Logos, meu desejo e que façamos dela nossa oração para que acordemos e assim possamos entender a importância das marcas deixadas por Jesus e por todos que o seguiram e deram suas vidas por amor a Ele. Eis o que diz a letra da música: “E não importa o que eu tenha que deixar, Quero levar comigo minha tão pequena fé pra repartir por onde Deus me permitir andar Seu amor...
Que seja essa a oração dos nossos corações!! Que estejamos dispostos pela graça de Cristo a sairmos dessa apatia generalizada que se abateu sobre nossas igrejas!! Quais serão as marcas de valor que deixaremos para que a nossa geração saiba que erámos um povo de propriedade exclusiva de Deus, uma geração eleita, uma nação santa? Porque se assim não procedermos seremos aquele sal que pra nada serve, exceto ser jogado fora e ser pisado pelos homens!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

Obs. O título desse artigo deriva da música do Grupo Logos de mesmo título!!!

sábado, setembro 17, 2011

Ponto de Partida!!!!

“As forças já me estão faltando para prosseguir e o meu caminho, mais dificil fica cada vez! O que eu achava que podia já não é o bastante...” Esse trecho da canção Ponto de Partida do Grupo Logos, nos fala muito acerca da nossa caminhada na vida cristã. Não somos invencíveis como nos julgamos ou como muitos nos julgam. Somos humanos e fracos, e passíveis de todas as formas de erros. Isso me faz lembrar a passagem bíblica do fariseu e do publicano que subiram ao templo para orar. Somos semelhantes àquele fariseu que em seu orgulho se sentia numa posição melhor que a do publicano. Contudo, quando as agruras dessa vida nos afligem, perdemos muitas vezes o rumo e nos encontramos numa situação para a qual não conseguimos achar uma saída que nos faça retomar o rumo e assim darmos prosseguimento a nossas vidas. Mas tudo isso ocorre porque a nossa confiança está depositada em nós mesmos e não Naquele que é o Autor e Consumador da nossa fé. Por isso que somos semelhantes ao fariseu orgulhoso e arrogante que se vale de seus próprios méritos para se apresentar diante de Deus como sendo merecedor de suas dadivosas bênçãos. Puro e tolo engano.
As agruras da vida não nos mandam sinais, scraps, sms ou publicam em nossos murais o dia e à hora em que baterão contra nós para nos afligir e nos mostrar quão frágeis e humanos nós somos. É nessa hora que as forças nos faltam e o nosso coração se mostra enganoso. Outro trecho da música supracitada nos diz o seguinte: “Sentindo o poder, fugindo-lhe por entre os dedos... não conseguindo mais guardar segredos... seu coração precisa de Jesus!” Isso nos coloca na situação que citamos acima. As agruras nos fazem, ou melhor, revela a nossa fragilidade real, nos mostrando que não é pela nossa própria força ou pelos nossos méritos que conseguiremos superar as adversidades que nos assolam, ou como dizemos que nos aperreiam.  Nessa hora, o nosso espírito farisaico se mostra inútil ante as adversidades, e assim pensamos: “estamos perdendo rumo, não sabemos onde nem como vamos parar!” Não há mais saída! Não tem mais jeito! Essa situação é sem solução! Pobres pecadores nós somos! Onde está àquela arrogância que nos fazia bater em nossos peitos e nos proclamarmos merecedores das benesses de Deus? O que o nosso orgulho pode fazer diante das adversidades da vida? Se Deus não intervier com sua soberana graça, o que nós fracos humanos podemos fazer em nossa débil força?
Em meio a essas agruras que nos afligem a ponto de nos fazer enfermar nos encontramos com uma pergunta que também está na letra da música tão já mencionada: “Será que vale a pena ainda prosseguir? Será que acharei pra vida ainda uma saída, que me coloque em ponto de partida, na direção pra que eu ache a paz?” Quando tudo em nossa vida está ao contrário, quando as feridas ao invés de cicatrizarem parecem doer ainda mais é nesse momento onde a nossa consciência nos mostra que o nosso enganoso e podre orgulho para nada serve, e que se não for o agir da graça soberana de Deus sucumbiremos ante as agruras da vida! Em meio a toda essa correnteza de situações adversas na qual somos arrastados nos esqueçemos que Alguém nos observa, olha, acompanha e tudo vê! Esse Alguém não é outro senão Jesus, o Cristo de Deus, e como nos diz à música que tão exaustivamente citamos: “é certo que o Senhor já sabe onde você está, é claro que Ele é poderoso para salva-lo sim! Por isso pare agora mesmo, antes que a vida acabe... enquanto sabe que a esperança existe, peça a Jesus que lhe estenda a mão!
Cristo sabe muito bem onde estamos e o que está acontecendo em nossas pobres e frágeis vidas. O controle de todas as coisas a Ele pertence! Nada foge ao seu controle! E saber disso, deveria ser suficiente para nos alegrar o coração mesmo em meio às dolorosas agruras de nossas vidas. Deveria retumbar em nossos corações as palavras de Paulo em sua segunda epístola aos coríntios: “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos preplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.” (II Coríntios 4.8-9) Em meios a esse mar revolto nos esqueçemos de olhar para Deus e para a sua rica e santa palavra, que nos aconselha e nos guia em todas as áreas de nossas vidas. Diante disso tudo o nosso espírito farisaico tomba ante a soberania de Deus e o que deve brotar em nossos corações é a atitude humilde e sem máscaras daquele publicano miserável que se humilhava diante de Deus sem sequer ao menos ser digno de levantar os olhos para o firmamento, por temor e tremor de Deus! As adversidades, tribulações, perseguições, agruras ou qualquer outra nomenclatura que usemos serão constantes na vida cristã, pois, como nos diz as santas Letras: “... os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (II Timóteo 3.12) Mas, é aí que reside toda a diferença, a saber, que uma vez que vivemos em Cristo, Ele estará conosco em todo o tempo, todos os dias até o fim dos séculos, ou seja, sendo sabedores dessa verdade absoluta poderemos clamar a Ele com a certeza de que Ele nos ouvirá e se lhe aprouver Ele intervirá em nosso favor! E como nos diz a música mais do que repetida ao longo desse artigo: “será que vale mesmo a pena ainda então pedir? é claro, só assim a vida tem uma saída! é desse modo que se enfrenta a lida! é desse jeito que se acha a paz!” Enfrentamos a vida e, por conseguinte a lida confiando unicamente em Jesus em todo o tempo!! Que possamos nos lembrar das palavras do nosso Mestre: “Tende bom ânimo!” (João 16.33).
Que Deus nos abençoe!!!

Soli Deo Gloria!!!

                                                                                          Joel da Silva Pereira

Obs. O título desse artigo foi inspirado na música de mesmo nome do Grupo Logos!!

quinta-feira, setembro 08, 2011

Tome a Cruz!!!!



 Nosso Salvador deixou bem claro a sua exigência, ao ordenar explicitamente o negar-se a si mesmo. Depois, Ele enfatizou novamente o seu argumento, utilizando uma ilustração vívida do negar-se a si mesmo — uma ilustração que Ele selaria, em breve, com o seu sangue: “A si mesmo se negue... tome a sua cruz” (Lc 9.23). Seis vezes, nos evangelhos, nosso grande Profeta recomendou aos seus discípulos o tomar a cruz. Essa era uma das ilustrações favoritas de Jesus a respeito do negar-se a si mesmo. Em outras ocasiões, Ele falou sobre vender tudo ou perder a própria vida.
A noção de ser um verdadeiro discípulo hoje foi plenamente deturpada pelas teologias modernas que tornam o evangelho algo fácil e a vida cristã um mar de rosas. As heresias, pregadas e ensinadas pelos defensores dessas teologias do evangelho fácil e sem temor e respeito para com a palavra de Deus, têm deturpado o senso de realidade do que significa ser realmente um discípulo de Jesus. O próprio Jesus disse que o verdadeiro discípulo deveria tomar a sua cruz e seguí-lo sem questionamentos posteriores, apenas uma obediência inquestionável! Mas, como poderão surgir verdadeiros discípulos de Cristo se estão tirando a cruz do centro da vida cristã?
“Cruz” é uma palavra que de início traz à mente o quadro de nosso Senhor no Calvário. Pensamos sobre Ele derramando seu sangue, enquanto pregado em um instrumento destinado a infligir uma morte agonizante. Talvez possamos expandir a idéia de tomar a cruz ao pensarmos sobre Estêvão, que foi apedrejado até à morte, ou sobre Pedro e João, que foram açoitados e presos, ou sobre qualquer outro mártir, através dos séculos. À luz desses sofrimentos físicos corajosos, o crente que desfruta de quietude pode dizer: “Não tenho qualquer cruz para levar”. Talvez esta exigência de Cristo alarme a sua consciência, enquanto você a lê freqüentemente nas Escrituras.
Alguns que chamam a si mesmos de “crentes” e até mesmo de “discípulos” nunca tomaram realmente a sua cruz. Ignorando a experiência da auto-execução, da auto- renúncia, eles são necessariamente estranhos para Cristo. O próprio Senhor Jesus tencionava que sua exigência alarmasse profundamente tais pessoas. Se esta é a sua condição, não haverá qualquer alívio para a consciência, exceto por meio do tomar a sua cruz e seguir a Jesus.
No entanto, outros são verdadeiros servos e dessa forma discípulos de Cristo, porém, sentem desânimo por entenderem de modo errado a exigência de nosso Senhor. É possível tomar a cruz e não o saber. Uma análise cuidadosa do significado das palavras de nosso Senhor será um encorajamento.
O Grupo Logos em uma de suas lindas canções nos diz o seguinte:

Tome a cruz, a Bíblia diz, Se você quer de Cristo ser
Servo útil, preparado, tome a cruz, Eis o mandado!
Tomar a cruz não é carregar
 Um peso, um fardo ou uma enfermidade que chegar
Mesmo que chegar
Tome e a cruz. Tomar a cruz é testemunhar,
mesmo que o mundo inteiro venha contestar

Ser discípulo é negar-se a si mesmo todos os dias, e assim colocar a vontade de Deus acima da sua em todos os aspectos da vida, aprendendo dessa forma a cada dia a depender da imerecida graça do Senhor. Contudo, os pregadores das teologias que tornam o evangelho fácil e sem cruz e que descortina uma vida que pode ser comparada a um mar de rosas e dessa forma deturpam as palavras de Jesus: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16.33b) As aflições fazem parte da vida de um verdadeiro discípulo do Senhor, como Paulo nos ensina em II Tm 3.12: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos.” O verdadeiro discípulo que quer viver uma vida piedosa com Cristo deve estar preparado para enfrentar perseguições. Esses dois versos derrubam esses ventos de doutrinas que defendem uma vida cristã fácil e confortável sendo que a verdade é totalmente o contrário!
Conforme já sugerimos, a cruz é dolorosa. A palavra “cruz” perde todo o significado, se removermos o terrível sofrimento. Nosso Senhor suportou as dores mais cruéis já infligidas a um homem. Temos de reconhecer que a cruz representava dores internas, bem como dores externas. Para o nosso perfeito Senhor, a tortura íntima resultante da cruz foi maior do que a tortura exterior.
Hebreus 12.2 nos ensina que Jesus “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. A ignomínia era muito mais dolorosa à sublime dignidade dEle do que o eram os cravos e o sangue vertendo de seu corpo. Alguns têm falhado em avaliar o que a cruz era para Jesus: a vergonha de ser feito pecado, diante do Pai, e a ignomínia de ser julgado por um Deus justo, diante de seus inimigos. A vergonha de se identificar abertamente com as sujas transgressões dos ímpios, diante dos homens, dos anjos e de Deus, feriu profundamente a alma sensível de nosso Senhor. Os que se envergonham da cruz de Cristo não são discípulos de Jesus, e devem repensar suas posições diante de Deus!
Que o Senhor Deus nos ajude a entendermos o que significa ser verdadeiramente um discípulo! E que isso seja logo, pois quanto mais nos demorarmos a chegar nesse entendimento mais o mundo se afundará nas densas trevas do pecado!O verdadeiro discípulo de Cristo é sal da terra e luz do mundo e entende que a cruz pode ser vista em todas as áreas da vida cristã. Nosso Senhor não estava falando com hipérbole, quando colocou diante de nós uma cruz diária. Virar as costas para a cruz significa retornar ao caminho largo que conduz à perdição! Que Deus nos ajude!!

Soli Deo Gloria!!!

                                                                                   Joel da Silva Pereira