Vemos
hoje o quão estamos distantes de Deus Altíssimo! Não nos afastamos de Deus
apenas estando longe das nossas igrejas, mas também e principalmente quando
fazemos algo que está distante da Sua soberana, boa, agradável e perfeita
vontade e que está totalmente contra aos ensinos das Sagradas Escrituras.
Quantas e quantas vezes entristecemos o Espírito Santo de Deus com nossas ações
impensadas e algumas muitas vezes ações premeditadas, o que se concretiza em
uma transgressão, ou seja, somos sabedores do que desagrada a Deus, e mesmo
assim nos deixamos subjugar por aquilo que deveríamos combater pelo poder do
Espírito Santo. Não ceder a essa
fraqueza deveria ser uma coisa fácil uma vez que somos conhecedores da verdade.
Todavia, a realidade não é tão fácil assim, ainda não somos capazes de vivermos
cabalmente a exortação de Tiago: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas
ouvintes, enganando-se a si mesmo” (Tg 1.22). Enfim, sabemos ouvir, entretanto
não somos bons praticantes da Palavra de Deus, ou ainda talvez nos falte fé,
coragem e ousadia para subjugarmos as nossas vontades sejam elas carnais ou
materiais. Na verdade o que parece ocorrer é que ainda vivemos sob o jugo do
nosso EU, que permeia nossas mentes e corações ainda enfraquecidos pelo pecado
e dominados pelo egoísmo que traz consigo pensamentos, desejos e vontades que
não condizem com vontade perfeita e santa de Deus.
Estamos
diante de um quadro aterrador. Estamos vivendo tempos em que desobedecer a Deus
ao que parece se tornou moda e cada um que desobedeça mais que o outro, só que
no final não existirá aquele que pecou mais ou menos que o outro, só o que
haverá é a recompensa por tais atos que nos é ensinada na epístola de Paulo aos
romanos: “pois o salário do pecado é a morte...” (Rm 6.23). Diante disso nos
perguntamos: “Por que fazemos isso?” “Sabemos que estamos errados, mas então
como é que cometemos tais atos e agimos dessa forma?” A resposta pode nos
parecer muita dura e cruel, mas é verdadeira: “temos a Cristo apenas como
Salvador de nossas miseráveis vidas, todavia não o temos como Senhor!” Pensamos
que podemos viver a torto e a direita, ao nosso bel prazer, contudo as
Escrituras nos ensinam uma verdade irrevogável e eterna: “Alegre-se jovem na
sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da tua juventude. Siga por onde
o seu coração mandar; até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas
essas coisas Deus o trará julgamento” (Ec 11.9). Por isso que os que se
professam cristãos e servos do Deus Altíssimo tem que entender e aceitar o senhorio
soberano de Cristo sobre suas vidas e ministérios. Cristo é o justo juiz e nos deu algo precioso
(nossas vidas e ministérios) para que cuidemos com zelo e amor, e que essa
dádiva é algo que deve ser usufruído para a honra e glória Dele, pois como nos
ensinam os puritanos ingleses o fim principal de todo homem é glorificar a Deus
e gozá-lo para todo o sempre. E como Ele é o justo juiz e Nele não existe
injustiça, ele poderia muito bem nos deixar perecer no inferno eternamente, mas por
causa de sua irresistível graça Ele enviou o seu Filho Eterno para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça. A bem da verdade é que estamos
distantes de Deus, e se antes de Ele nos salvar merecíamos o inferno, será que
agora merecemos algo diferente? Claro que não! Não temos nada em nós que atraia
a graça do Senhor, pois se tivéssemos a graça já não seria graça! Devemos nos
lembrar das palavras de Cristo aos mestres da lei e fariseus de que eles não
passavam de sepulcros caiados, ostentamos uma retidão que não existe, podemos
parecer retos e íntegros por fora, mas nossas mentes e coração estão imundos e
carregados de toda sorte de podridão e pecados, não somos melhores do que os
mestres e fariseus que foram advertidos por Jesus.
O
certo é que por estarmos distantes de Deus definhamos por causa de nossa
natureza ainda pecaminosa, e de certo modo é que procuramos a quem culpar, mas
cegos que estamos pela nossa hipocrisia não queremos abrir os nossos olhos para
enxergarmos que o erro está em nós e em nossas atitudes erronias que nos
desviam completamente da vontade de Deus, mas dessa forma por conta de nosso
comportamento tortuoso pergunto-me: “Qual o significado da morte de Jesus para
nossas vidas?” Mesmo depois de salvos continuamos distantes de Deus e
continuamos a cometer os mesmos erros e até piores de antes de sermos salvos,
se é que somos realmente salvos! Infelizmente a resposta fria para a pergunta
feita acima é que na realidade estamos tratando o sacrifício de Cristo com
menosprezo. Seu sacrifício se tornou nosso escape para justificarmos nossas
práticas pecaminosas e assim nos afundamos cada vez mais no abismo do pecado e
nos distanciamos de Deus e de sua vontade soberana.
Não
podemos tratar o sacrifício de Cristo como uma moeda que varia de valor de
acordo com o “mercado de pecado”, pois vivemos numa onda de pecados e pedidos
de perdão que embotam nossas vidas e fazem com que Cristo fique a nossa mercê
esperando o nosso próximo pecado para perdoá-lo. Vivemos como cegos imersos em
nossa arrogância e não enxergamos que mesmo que o amor de Deus seja
incondicional, ele espera “daqueles” que se dizem servos seus, respeito, amor,
fé, reverência e acima de tudo obediência a esse incondicional amor! Amor esse
que em sua soberana graça nos escolheu e que nos perdoou e nos predestinou para
vivermos em santidade e em irrepreensibilidade diante de Deus e dos homens, mas
enquanto estivermos distantes de Deus
isso não é possível!
Portanto,
atentemos para a exortação do profeta Joel: “Agora, porém, declara o Senhor,
‘voltem-se para mim de todo o coração com jejum, lamento e pranto’. Rasguem o
vosso coração e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, o seu Deus, pois ele é
misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor arrepende-se e não
envia a desgraça”. (Jl 2.12-13).
Que
Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli
Deo Gloria!!!
Joel
da Silva Pereira