Hoje
muitos pregadores deixaram de pregar acerca da necessidade do novo nascimento. Entrar
no Reino de Deus nunca foi tão fácil. Ter o nome do livro da vida do Cordeiro é
mais fácil do que respirar tudo isso é possível uma vez que não há mais a
necessidade de nascer de novo. Será que a assertiva de Jesus a Nicodemos, “Em
verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo não pode ver o
Reino de Deus” (Jo 3.3), teve validade apenas para Nicodemos? Será que as
palavras de Cristo perderam valor? Por que não se leva mais a sério tal
assertiva?
A
experiência e a necessidade do nascer de novo foram substituídas pela urgência
e pressa do crescimento numérico, ou seja, é mais importante ter um templo
cheio de pessoas mortas do que ter um templo onde há poucos membros, mas esses
poucos cheios do Espírito Santo e consequentemente nascidos de novo.
A
“numerolatria”, provocada em sua maioria pela disseminação da teologia da
prosperidade, descarta o nascer de novo como prerrogativa principal para entrar
no Reino de Deus, basta aos homens serem sabedores de que são filhos do Dono do
ouro e da prata para os portões do céu e se abram e com eles a certeza da
salvação.
Todavia,
as palavras de Cristo a Nicodemos passam longe dessa permissividade tola e vã
propagada na maioria dos púlpitos das igrejas hoje. As palavras de Cristo são um
imperativo: “é necessário nascer de novo!” Não há atalhos! Não há caminho mais
fácil! Não há subterfúgios, ou seja, ou o Espírito Santo nos convence e opera
em nós o novo nascimento nos regenerando ou não faremos parte do Reino de Deus
em hipótese alguma. Ao longo da historia da cristandade os homens tentaram
criar atalhos e subterfúgios para se chegar aos céus, ou seja, o ensino acerca
do novo nascimento já vem sendo negligenciado desde muito cedo. Temos como
grande exemplo dessa negligência histórica as indulgências e as relíquias vendidas
pela igreja medieval no século XVI, tais homens (os clérigos) chegaram a
proclamar que “fora da igreja não haveria salvação”, ou seja, os homens só
teriam “direito” e “acesso” ao Reino de Deus se permanecessem na igreja e se
submetessem aos desmandos, heresias e corrupção do clero que se colocavam e se
autoproclamavam como representantes de Deus. Eles impunham jugos e fardos sobre
o rebanho que eles mesmos não podiam e nem tinham condições de suportar e assim
se portavam tais quais os fariseus e mestres da lei dos tempos de Cristo. Dessa
forma, o novo nascimento não era mais anunciando. Hoje ao que parece essa
tragédia se repete, as indulgências estão com uma nova roupagem, travestidas a
ponto de enganar homens sabidos com suas vãs sutilezas e uma vez mais desmerece
a necessidade do novo nascimento, e isso nada mais é do que anular as verdades
das Sagradas Escrituras ou num sentido mais cru e, porém mais verdadeiro é
anular as palavras do próprio Deus.
Uma
coisa que não é ensinada hoje na maioria das igrejas, é que o novo nascimento é
importante e inquietante porque diz respeito a algo que é feito para nós e não
algo que depende de nossas ações, ou seja, o novo nascimento não é algo que
depende de nós ou da nossa própria força, mas sim de Deus.
A
ênfase de João 1.13 de que os filhos de Deus são aqueles que “não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” nos
ensina que o novo nascimento é uma obra plena e totalmente divina.
John
Piper assevera: “não realizamos o novo nascimento, é Deus quem o realiza.
Qualquer coisa espiritualmente boa que fazemos é resultado do novo nascimento e
não a causa dele”.
Uma
inquietação me vem ao coração ao redigir este post: “Por que se deixou de
ensinar acerca da necessidade do novo nascimento?”
Temos
que entender que estávamos mortos em nossos delitos em pecados e como tais só
através do novo nascimento é que receberemos o poder para sermos chamados
filhos de Deus.
John
MacArthur Jr. diz que “o barateamento da graça e a fé fácil em um evangelho
distorcido estão arruinando a pureza da igreja”. Ele prossegue dizendo: “os
crentes de hoje estão dispostos a aceitar qualquer coisa, que não a rejeição
aberta, como autêntica fé cristã”. Os cristãos de hoje sabem tudo o que é
preciso para viver bem, contudo assim como Nicodemos não sabem que é necessário
nascer de novo.
Os
reformadores e puritanos só alcançaram êxito em seus ministérios porque
acreditavam, ensinavam e viviam verdadeiramente o novo nascimento.
O
resgate de tão importante doutrina se faz mais que necessário, pois resgatar
esse importante e imperativo ensino é resgatar a essência do evangelho da graça
de Cristo, pois só entraremos no Reino de Deus se tivermos nascido de novo.
Que
Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli
Deo Gloria!!!
Joel
da Silva Pereira
Oh, Joel, são poucos blogs que não nos fazem perder tempo, e o seu é um deles! Como é importante julgar a nós mesmos e sermos provados na nossa fé! A palavra numerolatria fez-me meditar fora da net por um momento: de quem se lembra mais o pastor - das 99 ou da 100ª que está perdida?
ResponderExcluirTambém lembra-me o Espírito Santo de que a própria alma deve ter prioridade ante o mundo inteiro que podemos conquistar.
Ainda me recordo de um amigo de caminhada critã que me dizia que ninguém pedia para nascer (e nascer de novo). É uma obra soberana de Deus em nossas vidas. Oremos para que, segundo a vontade do Pai, pessoas que convivem conosco ou a quem formos enviados recebam a Cristo e prossigam em conhecê-lo. Não me esqueço de suas orações, Joel, ainda quando não era crente (era o amor de Deus por quem não o buscava). Obrigado pelo discipulado e evangelismo pessoal. Até hoje sou abençoado por ele. Deus te abençoe e escreva mais, porque temos necessidade de bons conselheiros. Abraço.
Concordo com tudo o que vc disse caro Joel! Vivemos numa realidade tao triste ne?! Hoje em dia a igreja quer massegear o Ego das pessoas, para as mesmas nao deixarem de congregar. Pois se ouvir algo q a confronta, logo ela irá se sentir incomodada e sair da igreja. Ou seja os evangelicos no Brasil e no mundo cresceu, mas nao na qualidade e só em quantidade. Precisamos de pregadores q queiram primeiro agradar a Deus e nao a homens,exortar gerando arrependimento genuino, pq so assim teremos o perdao de Deus. E nao procurar facilidades! Mais nao somente pregadores, nós como corpo de Cristo devemos expor claramente o evangelho de Cruz para as pessoas, e nao como a realizaçao das coisas carnais, sem buscar a Face de Deus primeiramente, como a teoria da prosperidade!
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