quinta-feira, maio 29, 2014

Aparências...



“Conheço as tuas obras, sei que você não é firo e nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo de minha boca.” (Ap 3.15-16, NVI)
Essa exortação foi feita à igreja de Laodicéia, mas, se atentarmos bem para tão irrefutável e dura mensagem veremos que ela “cai como uma luva” para a igreja hodierna, tal é a frieza espiritual que se alastra no meio da igreja. Estas palavras não se constituem em uma defesa do pentecostalismo ou do neopentecostalismo, mas sim trazendo a tona um fato que mesmo sendo tão grave não é tratado com a devida seriedade e importância pela igreja que diz ser a “Noiva do Cordeiro”.
O exemplo da igreja de Laodicéia é o retrato exato da situação da maioria das igrejas. Igrejas mornas pregando um evangelho tolhido fingem para os homens e para si mesmas que servem piamente a Cristo quando na verdade estão a ponto de serem vomitadas.
Muitas igrejas estão imersas em sua própria arrogância, e assim, se acham as “igrejas da história” não se dão conta de que estão destituídas de poder do Alto.  De outro lado há as igrejas das “novas teologias”; igrejas onde o “fogo” cai. Em tais igrejas há muito, mais muito barulho mesmo, movimento e toda sorte de coisas avessas as Sagradas Escrituras, mas que para os propagadores dessas “teologias” são obras do Espírito Santo, ledo engano, não passam de invencionices humanas. Tais obras são fogo sim, mas fogo estranho!
Ao observar os dias atuais não tem como não voltar os olhos para a história da cristandade, e refletir acerca sobre dois dos maiores movimentos cristãos, a saber, o movimento puritano e o movimento morávio.
Os puritanos resgataram a pureza das antigas doutrinas da graça (os que muitos conhecem como os cinco pontos do calvinismo) e se empenharam em viver cabalmente os seus ministérios para a honra e glória de Deus. Os puritanos ao se voltarem para as Escrituras promoveram o retorno e o resgate das grandes doutrinas cristãs e assim foram revestidos de poder do alto de tal maneira que os teólogos puritanos são reconhecidos como os grandes baluartes da história da cristandade e isso se levando em conta os reformadores. Hoje a igreja vive um distanciamento das verdades bíblicas, e o mais estranho é que vivendo de tal forma ela queria reivindicar que está vivendo um avivamento. Só existe avivamento se houver um retorno às verdades do evangelho da graça de Cristo, ou seja, a igreja deve se voltar inteiramente para as Sagradas Escrituras. Assim foi durante a reforma protestante, a igreja medieval estava morta espiritualmente e Lutero queria tão somente que ela se voltasse para a Bíblia de maneira submissa e humilde.
Os morávios no tocante a avivamento são expoentes. Eles deram inicio ao maior movimento de oração na história do mundo que se tem conhecimento. Os morávios promoveram um momento de oração que durou exatos cem anos. Um século de oração ininterrupta que resultou num despertamento espiritual culminando com um grandioso movimento missionário, mas tudo começou também porque eles se entregaram de corpo e alma ao estudo das Escrituras, e junte-se a esse zelo pela Palavra de Deus um intenso fervor labor na prática da oração e assim chega-se a um verdadeiro derramar do Espírito Santo, ou seja, um verdadeiro avivamento.
Avivamento é uma obra soberana do Espírito Santo. O homem não tem poder para disseminar e nem autoridade para decretar um avivamento na igreja do Senhor. O avivamento só acontece e acontecerá quando o povo de Deus se voltar verdadeiramente para as Escrituras Sagradas. Foi assim com a Reforma Protestante do século XVI, foi assim com o movimento puritano e foi assim com os morávios. Mas, se nos debruçarmos sobre o Santo Livro veremos que foi exatamente o que aconteceu nos tempos do rei Josias. Ao assumir o torno aos oito anos de idade o rei Josias iniciou uma restauração no templo e no culto em Jerusalém, porém, quando estavam retirando o dinheiro que havia sido trazido à Casa do Senhor,  o sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei do Senhor, e depois do Livro ter sido livro na presença do rei, este enviou os sacerdotes consultarem a Deus por meio da profetisa Hulda e após o alerta da profetisa, o rei Josias promove a renovação da aliança ante ao Senhor e assim toda a terra de Judá e Jerusalém após ouvirem atentamente as palavras do Livro da Lei e assim o povo movido pelo poder do Espírito Santo se consagra ao Senhor de todo o coração (II Crônicas 34). O que ocorreu nos dias do rei Josias foi um verdadeiro avivamento, mas o que a maioria diz hoje ser “avivamento” não passa de invencionices humanas desprovidas de bases bíblicas e muito menos de poder do Espírito Santo. Enfim não passa de movimentos e brados de uma igreja morna que está a ponto de ser vomitada pelo Deus vivo.
Que a oração da igreja hoje seja a mesma do profeta Habacuque: “Aviva ó Senhor a tua obra...” (Hc 3.2). Que o Senhor pelo seu agir soberano irrompa no meio da sua igreja um avivamento tal qual nos tempos do rei Josias.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude para não sermos como a igreja de Laodicéia!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira



segunda-feira, maio 19, 2014

???



“Será que a mensagem que é bradada dos púlpitos hoje é o verdadeiro evangelho?”
As “teologias da moda” propagam uma mensagem muito similar ao evangelho bíblico, porém elas erram um ponto primordial: o evangelho da modernidade exalta o homem, glorifica-o como a pessoa mais importante do universo, porém o verdadeiro evangelho exalta a Deus.
A mensagem do evangelho da graça de Cristo desmascara a autojustiça humana, e faz com que o homem se enxergue como verdadeiramente ele é, a saber, um perdido morto em seus delitos e pecados, com um coração tão entenebrecido por conta do pecado que por si só não consegue enxergar que está atolado no lamaçal do pecado e que por suas próprias força e vontade é incapaz de sair de tal situação.
Nas palavras do pastor Paulo Cezar do Grupo Logos, em uma de suas canções: “Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração em constatar que o evangelho já mudou... quem ontem era servo agora acha-se senhor”...essa canção foi composta e gravada em 1996 e é de uma atualidade incrível. Há uma terrível inversão de valores hoje, o homem que por meio da pregação genuína da Palavra de Deus deveria se submeter ao senhorio de Cristo, hoje se coloca numa situação de alguém que tem direito as benesses arroladas no evangelho da graça Cristo como se Deus fosse obrigado a lhe salvar baseado unicamente em desejo arrogante, pecaminoso e vil do coração humana. Se assim for a graça já não é mais graça.
A mensagem do evangelho hoje apresenta Jesus apenas na figura de Salvador. O pecador não é confrontado com sua real situação de perdido. Apenas lhe é dito que ele precisa aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal que os seus problemas terão fim. Nada é dito acerca de submeter-se à soberania divina, ou padecer perseguições para os que estão dispostos a viverem piedosamente uma nova e verdadeira vida em Cristo Jesus.
O evangelho pregado hoje na maioria das igrejas se satisfaz com decisões baseadas apenas em algumas palavras de persuasão que somente apresentam uma meia verdade acerca do evangelho (e às vezes nem meia verdade é apresentada) e convencem o pecador não por meio das verdades escriturística, mas, por meio de jargões psicológicos e filosóficos tirados de livros de autoajuda que são devorados vorazmente pelos pregadores da moda, não pra conhecerem os erros e evitá-los, mas sim para aprender como inflar o ego humano de uma maneira mais convincente e assim fisgar o pecador e convencê-lo de que o “evangelho” resolverá todos os seus problemas, e assim esses pregadores tomam para si a tarefa que é do Espírito Santo, que é convencer o homem do pecado, da justiça e do pecado (Jo 16.8).
As mensagens de hoje oferecem tudo: alivio para as dores, uma vida financeira vitoriosa, uma vida sem doenças; o crente de hoje é ensinado que não pode ficar doente porque Cristo levou sobre si todas as nossas enfermidades e assim como Ele perdoou os nossos pecados lá na cruz, assim, também curou todas as nossas enfermidades e dessa forma se cairmos doentes é porque estamos em pecado. Esse ensino uma distorção horrorosa das palavras do profeta Isaías no capitulo 53 de seu livro. Já imaginou os crentes que estão doentes estão em pecados, sendo assim, não tem uma pessoa no mundo inteiro sem que esteja doente, e isso inclui os ímpios, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).
Contudo esse evangelho que é oferecido hoje na maioria das igrejas em nada se parece com o verdadeiro evangelho da graça de Cristo. Nas palavras do príncipe dos pregadores, a saber, Charles Haddon Spurgeon: “quando o evangelho é pregado completa e poderosamente e o Espírito Santo é enviado dos céus, nossas igrejas não apenas retêm os seus, mas ganham outros convertidos; mas, quando desaparece aquilo que constitui a força da igreja – ou seja, ao ser encoberto o evangelho e menosprezado a vida de oração – tudo se transforma em mera aparência e ficção. Por isso nosso coração fica machucado de tristeza.” Spurgeon escreveu isso no século XIX, fico pensando no que ele diria acerca da igreja e da pregação nos dias atuais.
Na atualidade temos sido marcados por uma pregação antropocêntrica e Deus tem sido cada vez mais propositadamente deixado em segundo plano e sendo apresentado como Aquele que está totalmente à disposição de todos os quantos dizem que o aceitaram como seu salvador pessoal para que dessa forma persuasiva e torpe “este Deus” realize todos os desejos desses “professos cristãos”.  Contudo, essa pregação não é a verdadeira pregação do evangelho da graça de Cristo. O verdadeiro evangelho da graça de Cristo mostra o homem morto em seus delitos e pecados e sem nenhuma condição de salvar-se a por suas próprias forças e méritos. Só pela infinita, soberana e irresistível graça do Senhor é que o homem pelo agir soberano do Espírito Santo pode se achegar a Deus.
Esse é o verdadeiro evangelho! Esse é o evangelho que deve ser anunciado! Esse é o evangelho pelo qual o apóstolo Paulo viveu e morreu! O evangelho pelo qual Lutero e os reformadores lutaram! O evangelho do qual os Puritanos se tornaram grande defensores e expoentes! Esse é o evangelho que a igreja do Senhor deve proclamar, ensinar e viver!
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude a resgatarmos a pregação do genuíno evangelho de Cristo.
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira