“Conheço as tuas obras, sei que
você não é firo e nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente!
Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo
de minha boca.” (Ap 3.15-16, NVI)
Essa exortação foi feita à
igreja de Laodicéia, mas, se atentarmos bem para tão irrefutável e dura
mensagem veremos que ela “cai como uma luva” para a igreja hodierna, tal é a
frieza espiritual que se alastra no meio da igreja. Estas palavras não se
constituem em uma defesa do pentecostalismo ou do neopentecostalismo, mas sim
trazendo a tona um fato que mesmo sendo tão grave não é tratado com a devida
seriedade e importância pela igreja que diz ser a “Noiva do Cordeiro”.
O exemplo da igreja de
Laodicéia é o retrato exato da situação da maioria das igrejas. Igrejas mornas
pregando um evangelho tolhido fingem para os homens e para si mesmas que servem
piamente a Cristo quando na verdade estão a ponto de serem vomitadas.
Muitas igrejas estão imersas em
sua própria arrogância, e assim, se acham as “igrejas da história” não se dão
conta de que estão destituídas de poder do Alto. De outro lado há as igrejas das “novas
teologias”; igrejas onde o “fogo” cai. Em tais igrejas há muito, mais muito
barulho mesmo, movimento e toda sorte de coisas avessas as Sagradas Escrituras,
mas que para os propagadores dessas “teologias” são obras do Espírito Santo,
ledo engano, não passam de invencionices humanas. Tais obras são fogo sim, mas
fogo estranho!
Ao observar os dias atuais não
tem como não voltar os olhos para a história da cristandade, e refletir acerca
sobre dois dos maiores movimentos cristãos, a saber, o movimento puritano e o
movimento morávio.
Os puritanos resgataram a
pureza das antigas doutrinas da graça (os que muitos conhecem como os cinco
pontos do calvinismo) e se empenharam em viver cabalmente os seus ministérios
para a honra e glória de Deus. Os puritanos ao se voltarem para as Escrituras
promoveram o retorno e o resgate das grandes doutrinas cristãs e assim foram
revestidos de poder do alto de tal maneira que os teólogos puritanos são
reconhecidos como os grandes baluartes da história da cristandade e isso se levando
em conta os reformadores. Hoje a igreja vive um distanciamento das verdades bíblicas,
e o mais estranho é que vivendo de tal forma ela queria reivindicar que está
vivendo um avivamento. Só existe avivamento se houver um retorno às verdades do
evangelho da graça de Cristo, ou seja, a igreja deve se voltar inteiramente
para as Sagradas Escrituras. Assim foi durante a reforma protestante, a igreja
medieval estava morta espiritualmente e Lutero queria tão somente que ela se
voltasse para a Bíblia de maneira submissa e humilde.
Os morávios no tocante a
avivamento são expoentes. Eles deram inicio ao maior movimento de oração na
história do mundo que se tem conhecimento. Os morávios promoveram um momento de
oração que durou exatos cem anos. Um século de oração ininterrupta que resultou
num despertamento espiritual culminando com um grandioso movimento missionário,
mas tudo começou também porque eles se entregaram de corpo e alma ao estudo das
Escrituras, e junte-se a esse zelo pela Palavra de Deus um intenso fervor labor
na prática da oração e assim chega-se a um verdadeiro derramar do Espírito
Santo, ou seja, um verdadeiro avivamento.
Avivamento é uma obra soberana
do Espírito Santo. O homem não tem poder para disseminar e nem autoridade para
decretar um avivamento na igreja do Senhor. O avivamento só acontece e
acontecerá quando o povo de Deus se voltar verdadeiramente para as Escrituras
Sagradas. Foi assim com a Reforma Protestante do século XVI, foi assim com o
movimento puritano e foi assim com os morávios. Mas, se nos debruçarmos sobre o
Santo Livro veremos que foi exatamente o que aconteceu nos tempos do rei
Josias. Ao assumir o torno aos oito anos de idade o rei Josias iniciou uma
restauração no templo e no culto em Jerusalém, porém, quando estavam retirando
o dinheiro que havia sido trazido à Casa do Senhor, o sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei
do Senhor, e depois do Livro ter sido livro na presença do rei, este enviou os
sacerdotes consultarem a Deus por meio da profetisa Hulda e após o alerta da
profetisa, o rei Josias promove a renovação da aliança ante ao Senhor e assim
toda a terra de Judá e Jerusalém após ouvirem atentamente as palavras do Livro
da Lei e assim o povo movido pelo poder do Espírito Santo se consagra ao Senhor
de todo o coração (II Crônicas 34). O que ocorreu nos dias do rei Josias foi um
verdadeiro avivamento, mas o que a maioria diz hoje ser “avivamento” não passa
de invencionices humanas desprovidas de bases bíblicas e muito menos de poder
do Espírito Santo. Enfim não passa de movimentos e brados de uma igreja morna
que está a ponto de ser vomitada pelo Deus vivo.
Que a oração da igreja hoje
seja a mesma do profeta Habacuque: “Aviva ó Senhor a tua obra...” (Hc 3.2). Que
o Senhor pelo seu agir soberano irrompa no meio da sua igreja um avivamento tal
qual nos tempos do rei Josias.
Que Deus tenha misericórdia de
nós e nos ajude para não sermos como a igreja de Laodicéia!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Se o Senhor quiser, pode começar a avivar a sua obra pelos menos dignos que somos nós!
ResponderExcluirJá faz um tempo que as igrejas evangélicas no Brasil têm aumentado em número de membros e de denominações, é cada vez mais comum se passar por pelo menos 3 igrejas diferentes em uma mesma rua. Porém esse aumento não é devido a um avivamento que está acontecendo na atualidade, pelo contrário, isso se deve a banalização do Evangelho de Deus, onde as igrejas oferecem um "oba oba" que agrada ás pessoas, mas que está distante da vontade de Deus. Um fogo que aparenta ser selvagem, mas que não passa de um fogo de palha.
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