“Estou contra os que profetizam
sonhos falsos, diz o Senhor, e os contam e desviam o meu povo com as suas
mentiras e com sua irresponsabilidade. Eu, porém, não os enviei, nem lhes dei
ordem; eles não trazem proveito algum a este povo, diz o Senhor” (Jr 23.32)
Essa exortação vinda da parte de
Deus ao profeta Jeremias tem mais de 2600 anos, porém é de uma
contemporaneidade incrível, o que nos revela que, assim como, o Seu Autor, a
Bíblia é imutável. É claro que não existem mais profetas como nos moldes do
Antigo Testamento, o último que atendia as prerrogativas deste santo ministério
foi João Batista. O que se vê hoje é a palavra de Deus sendo apregoado de tudo
o que é jeito, das formas mais absurdas possíveis glorificando a homens que se
encontram mortos em seus delitos e pecados. As pregações humanistas dos dias
atuais, assim como, os sonhos dos profetas falsos da época de Jeremias, não
trazem proveito algum para o povo de Deus.
Será que os pregadores de hoje
não atentam para essa sentença acusatória encerrada no livro do profeta
Jeremias? Será que se esqueceram de que os céus e a terra passarão, mas as
Escrituras irão permanecer para todo o sempre? Tais homens são indesculpáveis e
hão de prestar contas, ou melhor, todos prestarão contas, por terrível
discordância em pregar o que agrada aos homens e não o que Deus os exorta, e
por serem desobedientes.
Os que estão à frente do rebanho
e que periodicamente sobem aos púlpitos para, como arautos do Senhor, exporem
as Sagradas Escrituras têm sobre seus ombros uma enorme responsabilidade. O que
se vê hoje é que não há mais um temor santo e muito menos reverência pelo
sagrado ministério. O Santo Ministério tem se tornado um “palco” onde
“artistas” se apresentam e promovem a si mesmos, e escondem Deus e a sua
bendita palavra.
Spurgeon disse: “perder-se à sombra de um púlpito é
terrível, porém quanto mais terrível é perecer havendo ocupado o púlpito”,
essa assertiva do príncipe dos pregadores cabe perfeitamente como uma
interpretação do texto de Jeremias citado no inicio desse artigo; no texto de
Jeremias, Deus se coloca contra os falsos profetas que ensinam o que Deus não
disse e que querem fazer com que o povo lhes dê o devido reconhecimento, só que
no ministério pastoral ou em quaisquer ministérios a honra, a glória e todo o
louvor pertencem a Deus. Spurgeon faz uma séria advertência a todos quantos se
colocam na posição de arautos de Deus, que se portam de maneira relaxada e em
alguns casos se acham como donos dos seus ministérios e donos dos rebanhos sobre
os quais Deus os colocou como líderes ou e em alguns casos extremos tais homens
se julgam os únicos dignos e aptos para estarem à frente, como se a obra
dependesse unicamente de seus esforços.
Como não existe mais a figura do
profeta como nos moldes do AT, os olhares se voltam para os pregadores,
pastores, presbíteros, bispos, “apóstolos” (como tantos erroneamente se
declaram) ou quaisquer que sejam os títulos que tais homens tomam para si. O evangelho,
o rebanho e o reino se enfraquecem, quando um homem que anuncia sonhos tolos e
uma mensagem deturpada e totalmente contrária à vontade de Deus se posta nos
púlpitos das igrejas. O que torna ainda pior é que, ao que se pode perceber do
conteúdo de suas mensagens, muitos desses arautos não sabem nada acerca da
salvação, e/ou em alguns casos extremos nem gozam dessa dádiva concedida pelo
Nosso Senhor Jesus Cristo.
A assertiva de Spurgeon e ainda
mais a profecia de Jeremias são mais do que apropriada para os dias atuais, que
salvo algumas exceções, homens pregam acerca de salvação, arrependimento e
graça, quando eles mesmos ,na verdade ao que se parece, desconhecem ainda que
parcialmente e em alguns casos totalmente as doutrinas acerca das quais estão
pregando.
É inconcebível pensar que alguém
que se proclama como arauto do Rei desconheça sua mensagem, ou pior pregam
aquilo que vão além do que está relatado no Santo Livro. As pregações desses
senhores são sobre o que a igreja quer ouvir, e não sobre o que Deus quer que a
igreja escute, aprenda, assimile e ponha em prática para que assim ela venha a
crescer na graça e no conhecimento e assim farta da sã doutrina.
Que Deus tenha misericórdia de nós,
e nos ajude a perseverarmos e preservamos a sã doutrina.
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Ótimo artigo Joel, como sempre falando o que as pessoas precisam ouvir. Que Deus continue te abençoando
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