sexta-feira, janeiro 29, 2016

Chamado à Oração!!!



Uma das áreas que a nossa geração mais falha hoje é no tocante a vida de oração. A nossa geração desaprendeu a andar de joelhos. Uma coisa que eu não consigo entender é como uma pessoa que se diz servo de Deus e não tem uma vida de oração. Ao mergulharmos no Santo Livro encontramos o relato que o próprio Jesus se retirava para lugares isolados e se derramava em oração (Mc 1.35). Se o próprio Deus, que se fez carne e habitou entre nós, tinha uma vida de oração, por que nós, que dizemos ser servos seus, não cultivamos uma vida de oração?
Indo para a história da igreja, nos deparamos com um dos maiores exemplos de dedicação a uma vida de oração, que para alguém hoje que se diz cristão chega a ser constrangedor e algo vergonhoso. Estamos falando acerca dos Morávios, que sob a liderança do Conde Zinzedorf iniciaram o maior movimento de oração que se tem noticia. Os morávios passaram um século aos pés do Senhor lutando em oração. Os morávios entendiam que a maior e melhor arma que eles tinham para avançarem no Reino e assim servir a Deus de todo coração, era a oração. O lema dos morávios era “Vicit Aguns Noster, Eum Sequamur” (Venceu o Nosso Cordeiro, Vamos Seguí-Lo). Será que a geração segue verdadeiramente o Cordeiro? Não estamos dizendo que devemos passar um século de oração (se bem que não é uma má idéia), mas que devemos sim ter uma vida de oração mais intensa e verdadeira.
Ainda olhando para a história da igreja é perceptível que todo homem e toda mulher que Deus levantou para fazer a sua vontade e proclamar as verdades do seu evangelho eram pessoas que tinham uma vida intensa de oração. Nós hoje nos alegramos (e corretamente) quando Deus responde uma oração nossa. Agora imaginemos se Deus respondesse 50.000 orações nossas, o que faríamos? Isso ocorreu com George Müller. Um homem levantado para pregar a palavra e ser pai de muitos órfãos. Ele alimentou, vestiu e abrigou em seus orfanatos inúmeras crianças, e tudo isso só foi possível porque ele era um homem de oração, e acima de tudo Deus em sua Onipotência foi gracioso e o abençoou ricamente.
Sinto vergonha de mim mesmo, quando ao ler livros acerca da vida dos grandes homens e mulheres de Deus, me deparo com a informação de que todos eles, sem exceção, eram pessoas que tinham uma intensa vida de oração. Uma vida regrada, sistemática. Eles (as) iniciavam o seu dia indo à presença santa do Mestre buscando força, refúgio, graça, unção e sabedoria para suas vidas para que dessa forma pudessem ser capazes de cumprir a vocação para a qual foram chamados.
A oração na igreja hoje está à míngua. Espanta-me conhecer o fato de que o pastor Jonanthan Edwards dispensava treze horas do seu dia para estar a sós com Deus, em oração e leitura devocional da Bíblia (outra coisa rara em nossos dias), quando nós nos recusamos a ir aos cultos de oração. Um dos fatos mais impactantes da vida de Edwards é o da ocasião do seu famoso sermão Pecadores nas mãos de um Deus irado (vale à pena ler esse sermão). Ele foi escolhido para pregar dentre alguns pastores e na metade da exposição à convicção de pecado se abateu de forma tal sobre a igreja que o pessoal pediu para que ele parasse a exposição porque o inferno estava se abrindo sob os pés dos ouvintes. O que poucos sabiam é que Edwards passara três noites e três dias sem se alimentar e sem dormir em inteira e total comunhão com Deus. Por isso que os efeitos desse tão afamado sermão ecoam até os dias de hoje. Essa é uma genuína demonstração daquilo que nos falta hoje.
A Bíblia nos mostra algo sublime acerca da oração. Os discípulos já demonstrando uma mudança significativa em suas condutas se aproximaram de Cristo e disseram-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar!” O importante de se observar é que eles não pediram poder para expulsar demônios, fazer “aviãozinho” no meio da sociedade judaica, nem para marchar, nem para derrubar uma multidão com o “sopro de espírito”, nada disso. Eles simplesmente pediram ao Mestre que os ensinasse a orar (Lc 11.1).
As nossas orações são vazias e insensíveis! Jesus nos conta acerca de dois homens que subiram ao templo para orar. Cada um orava a sua maneira. E a maneira como cada um orava depõe contra eles. Um era fariseu e se orgulhava de sua posição, e possivelmente de sua linhagem e fazia uma oração pomposa e totalmente arrogante e egoísta; enquanto que o publicano (um judeu que trabalhava para o Império Romano, em sua maioria como coletor de impostos, e assim se tornava um inimigo do seu povo, sendo taxado de traidor) orava cabisbaixo e se humilhava verdadeiramente aos pés de Cristo (Lc 18. 9-14). Cristo conclui dizendo que o publicano que se humilhava reconhecendo sua condição de pecador miserável foi para casa justificado, enquanto que o fariseu orgulhoso, arrogante e cheio de pompas não teve sua oração respondida. Nossa geração está orando com um coração farisaico.
Que Deus nos faça ter um coração quebrantado e contrito, pois a um coração assim o Senhor não desprezará (Sl 51.17).

Que Deus nos ajude e nos desperte para que voltemos a avançar de joelhos!!

Soli Deo Gloria!!!


Joel da Silva Pereira

sábado, janeiro 23, 2016

Uma Geração Ignorante!!!



A ignorância se alastra no meio da igreja. Aqueles que se dizem cristãos são os mais ignorantes. Os crentes hoje são ignorantes acerca de Deus. A Bíblia é apenas uma peça de decoração que enfeita as casas dos “servos” de Deus.
No passado os crentes eram conhecidos como o povo do Livro Preto! Hoje os crentes nem andam mais com as suas Bíblias. O profeta Oséias foi enfático: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento” (Os 4.6). Essa profecia encontra o seu cumprimento nos dias atuais, provando que a Palavra de Deus é atemporal e imutável.
Hoje o conhecimento que os cristãos têm da Bíblia é superficial, e assim o conhecimento acerca de Deus e precário.  A atual geração está impregnada com as pregações midiáticas de “pastores” que só dizem que Deus é amor e que Ele tem obrigação de abençoar qualquer um que o busque. Hoje, os cristãos só veem as bênçãos de Deus e não o Deus que abençoa!
Ao que parece a geração atual de cristãos é tão ignorante, que não conhece a Deus, não sabe cultuar porque não o conhece, e de igual modo não sabe adorá-lo. A geração atual segue o exemplo da mulher samaritana que adora o que não conhece. A igreja está repleta de pessoas que nada conhecem acerca de Deus.
O profeta Daniel escreveu: “... mas, povo que conhece o seu Deus se tornará forte e será bem sucedido.” (Dn 11.32). Olhando a geração atual e procurando enquadrá-la na assertiva do profeta Daniel, esbarra-se em um contraste gigantesco, pois a mesma padece de um analfabetismo bíblico sem tamanho. Se a geração não conhece a Bíblia, então não conhece a Deus, pois ela O revela aos homens; tal geração a ser exortada e confrontada pelas gloriosas verdades do evangelho da graça de Cristo não aceita e em sua ignorância não consegue entender que Deus está tratando com ela.
Em sua ignorância a geração atual está perdendo o seu valor e não consegue desempenhar o papel para o qual Cristo a convocou, a saber, ser o Sal da terra e a Luz desse mundo.  Essa geração ignorante não quer compromisso e nem responsabilidades com o Reino e muito menos com o Senhor do Reino.
Calvino, comentando o texto do profeta Daniel citado acima, diz que a geração que conhece a Deus “concentrará sua coragem no cumprimento do seu dever”, ou seja, uma geração piedosa vocacionada e cheia de amor para com Deus e para com as almas perdidas. A pergunta que cabe aqui é: “onde está essa geração?”
Em resposta a pergunta sobre que geração está sendo gerada nessas igrejas, pode-se dizer que é uma geração que a sua esperança em Deus está apenas nas necessidades da existência terrena. A prioridade de suas orações evidencia essa situação lastimável. Uma geração que ora e jejua não porque quer estar em doce comunhão e profunda e santa intimidade com o Senhor ou crucificar a carne e assim renunciar a sua vontade, mas o faz em busca das bênçãos que Deus pode conceder, ou seja, Deus tem que satisfazer a vontade dessa geração se não Ele não será Deus, e muito menos dessa geração. O pastor John Piper comenta: “os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos simples prazeres da terra. Os prazeres dessa vida e os desejos por outras coisas não são o mal e si mesmo. Não são vícios. São dons de Deus. Mas todos eles podem tornar-se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossas vidas.”
As pregações midiáticas se alastram e corrompem uma grande quantidade dos que se professam cristãos, só que de acordo com o texto do profeta Daniel os verdadeiros cristãos, àqueles que realmente conhecem ao Senhor são fortes e mostrarão resistência. A versão King James é ainda mais severa em sua tradução do texto de Daniel (acima foi citado apenas a parte b do verso) “Com mentiras e lisonjas corromperá todos àqueles que tiverem abandonado a  Aliança, mas o povo que, me verdade, conhece a Elohim, o seu Deus, resistirá com firmeza e coragem” (Dn 11.32. VKJ). Quanto mais a geração continuar distante de Deus cada vez mais ignorante se tornará e mais distante do propósito em ser Sal e Luz nesse mundo que jaz no maligno.

Que Deus em sua misericórdia nos ajude e infunde em nossos corações amor por Ele e pela sua Palavra!!!!

Soli Deo Gloria!!!


Joel da Silva Pereira