A mensagem da cruz parece que foi
banida dos púlpitos. O evangelho de Cristo é o evangelho da cruz. Paulo
escrevendo aos gálatas asseverou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do
céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema”
(Gl 1.8), e ele prossegue: “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém
vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.9).
Muitos hoje contemplam a cruz como
algo vergonhoso e de derrota, só que foi na cruz que Cristo Jesus despojou principados
e potestades (Cl 2.14-15), ou seja, se hoje somos mais que vencedores em
Cristo, se deve ao fato de que houve uma cruz e nela o Cordeiro de Deus foi em
nosso lugar imolado.
A mensagem da cruz está quase que
banida dos púlpitos por ser uma mensagem confrontadora e aterrorizante. Ela não
massageia o ego do homem, não é impregnada de lisonjas de autoajuda, ou seja,
não é uma mensagem antropocêntrica. As
mensagens que saem dos púlpitos hoje não falam mais a mensagem da cruz e as canções
cantadas nos nossos cultos passam longe do Calvário.
Um dos mais belos hinos do Salmos
& Hinos (hinário congregacional) tem a seguinte letra:
“No Calvário se ergueu/ uma cruz
contra o céu/ como emblema de afronta e dor/Mas, eu amo a mensagem da cruz/Foi
ali que Jesus / deu a vida por mim pecador”...
Esse é um dos hinos mais emblemáticos
dos hinários das igrejas confessionais. Esse hino traz em seu bojo uma das
maiores verdades do cristianismo e que hoje está sendo relegada a alguma coisa
vergonhosa e que causa repúdio, por isso ela não se encontra mais sendo
propagada nos púlpitos modernos.
H. C. Trumbull disse: “o calvário
mostra como os homens podem ir longe no pecado, e como Deus pode ir longe para
salvá-los”. A cruz de Cristo é uma
verdade incontestável do amor de Deus para a salvação de todo aqueles que foram
e que serão alcançados pela graça irresistível.
Não há a menor possibilidade de se pregar um evangelho sem cruz. Se se
prega um evangelho sem cruz, então não é evangelho.
A cruz é o ponto culminante da
inimizade que há entre Deus e o homem. Desde a eternidade, uma cruz tinha sido
assegurada e o Salvador nela haveria de ser pregado, para vergonha de todos,
contudo para a salvação de muitos.
A vida cristã passa obrigatoriamente
pela cruz de Cristo. Não há como se desvencilhar da cruz, exceto se for o caso
de não ter ocorrido um novo nascimento autêntico. Todo e qualquer cristão
verdadeiro sabe que o caminho estreito deve ser percorrido sob a realidade de
uma cruz.
Ainda hoje a cruz é vista como um símbolo de
derrota. Sim, a cruz é um símbolo de derrota, mas derrota do inimigo de nossas
almas. O que para muitos é derrota, para os eleitos de Deus é o inicio da vida
com Cristo.
Os “mensageiros” de Deus hoje não ousam mais a
falar da cruz de Cristo em seus púlpitos. Ao que nos parece, falar da morte
expiatória de Cristo no madeiro tornou-se algo vergonhoso e que deve ser
mantido longe do conhecimento dos rebanhos. Talvez, não se pregue tanto a
respeito do madeiro maldito porque tenhamos medo de que o povo não aceite a
figura do seu Salvador em estado de lástima, de sofrimento e de abandono que é
tão contrastante com a figura do Deus Soberano do universo.
A mensagem da cruz é odiosa porque
mostra a insuficiência do ser humano e sua total incapacidade no tocante a sua
salvação. Se por um lado ela é odiosa, por outro ela é a maior prova de amor da
história do mundo, pois nela em sua soberania Deus ceifou a vida do Seu Filho
Unigênito para salvar àqueles que forem pelo Espírito Santo convencidos do
pecado, da justiça e juízo.
Precisamos voltar ao Gólgota para
contemplarmos em submissão e arrependimento a cruz do Salvador, a cruz do
Redentor, a cruz do Filho de Deus, a cruz de Cristo, pois foi nela que Ele
cancelou o escrito de dívida que era contra nós.
Que Deus tenha misericórdia de nós e
nos ajude!!!
Voltemo-nos à cruz de Cristo!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário