segunda-feira, outubro 31, 2016

O Grito da Reforma!!!


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O mundo estava em transformação! As mudanças de paradigmas eram constantes! Essas mudanças ocorriam em todos os segmentos da sociedade, e como não poderia deixar de acontecer, a igreja medieval (romana) sofreu uma grande e incontestável influência dessas mudanças.
A igreja se portava imensamente arrogante do alto de toda a sua pomposidade. Sua ganância desmedida infligia ao povo altas taxas cobradas sob as desculpas de que o povo poderia comprar o perdão dos pecados e até abreviar o tamanho da punição divina que lhe seria imputada por Deus.
Em meio a tudo isso, a todos esses descalabros, um pequeno monge alemão, a saber, Martinho Lutero, se posicionou contrário a esses absurdos. Fico a imaginar duas situações na vida deste grande homem de Deus, uma é real e a outra uma hipótese da mente deste pecador metido a escritor; a) o momento em que este homem subia de joelhos os degraus da catedral de Roma, e sentiu em seu coração ressoarem as palavras contidas na carta de Paulo aos romanos “o meu justo viverá por fé”, e b) e outro texto também da carta aos romanos martelando na mente e fazendo se encher de convicção o coração de Lutero com sua inquestionável verdade enquanto este redigia as suas 95 teses o texto em questão era “não se amoldem ao padrão desse mundo, mas transformem-se pela renovação da vossa mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).
Será que a situação atual da maioria das igrejas hoje, não é similar a da igreja medieval (romana)? Naquela época o papa se colocava como infalível e plenamente santo. Hoje a figura papal continua igual, mas no que tange a igreja protestante, uma gama de “pastores” se colocam acima do bem e do mal e pousam como se fossem “senhores” e “donos” da igreja. Tais bufões se assemelham a figura papal no que concerne aos mandos e desmandos, e também na exploração da fé do povo. Usando de uma interpretação deturpada das Santas Letras tais líderes acham bases para darem ocasião a uma enormidade de absurdos em nome de uma fé torta, oriunda de uma pregação errônea e manipuladora proveniente de homens descompromissados com as verdades sagradas das Escrituras. Esses homens, muitos deles midiáticos pousam como santos, mas não passam de inescrupulosos e gananciosos que se aproveitam da cegueira do povo para encherem seus bolsos e assim engordarem suas contas bancárias.
O que mais me espanta é o fato de que a cada dia que passa mais e mais pessoas se rendem ao evangelho que esses homens pregam. O Sola Scriptura, um dos famosos cinco solas da Reforma Protestante, caiu totalmente em desuso. O povo não examina mais o Santo Livro para comprovar se o que estão ouvindo está realmente com as verdades de Deus reveladas nas Escrituras. Os bereianos ouvindo Paulo (vejam bem era Paulo que estava pregando), mas examinavam as Escrituras para comprovar se o que o apóstolo falava estava de acordo com as Escrituras. Vejamos o que Lucas registra sobre os bereianos: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11). O povo hoje engole qualquer coisa. Alimentam-se de comida de má qualidade e bebem de cisternas rotas: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13). Contudo, Deus em sua graça ainda preserva um remanescente que lhe é fiel. Ainda há 7000 que não se dobraram diante de baal e que ainda pregam e vivem o verdadeiro evangelho da graça de Cristo.
É nítido que precisamos de uma reforma! A fé protestante necessita de uma profunda renovação, e por renovação devemos entender o seguinte: precisamos mais do que nunca voltar às Escrituras. Precisamos resgatar os princípios da reforma protestante que assolaram o mundo a partir de 1517, a saber, os cinco solas: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria! Precisamos orar incessantemente a Deus por avivamento! Avivamento que nos leve rendido aos pés de Cristo, o Rei dos Reis! Essa é a renovação na fé que precisamos.
Não podemos aceitar a atual situação da fé cristã! Por conta de uma raça de víboras o evangelho da graça e a fé cristã se tornaram meros objetos e meios para se arrancar dinheiro e bens de uma grande parte dos fiéis. Não podemos esperar que Deus ressuscite a Lutero ou quaisquer outros reformadores para que estes promulguem uma nova reforma.  Somos nós que temos que levar adiante o legado deixado pelos reformadores. 
O grito da reforma precisa ser ouvido novamente em nosso país e também no mundo. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus: “O grito da Reforma precisa ser ouvido no nosso país! Onde seitas que se dizem evangélicas, negociam e comercializam a salvação. É pela graça, não por obras, não por mérito, não é por nada que nós fazemos!”

Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria!!!
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

"Ecclesia reformata et semper reformanda est" (A igreja reformada está sempre se reformando)


Joel da Silva Pereira

terça-feira, outubro 11, 2016

Escravos!!!


Resultado de imagem para o pecado

A verdade incontestável é que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança (Gn 1.26-27). Deus criou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego (espirito, do hebraico ruah) e ele passou a ser alma (do hebraico nephesh). O homem é a coroa da criação. A origem do homem é divina. O homem foi criado para glorificar a Deus.
O homem é um ser moral e espiritual. Deus dotou o homem com uma consciência, que servia de tribunal para nortear suas decisões. O homem em seu estado natural era perfeito.  A Bíblia relata que um momento determinado a antiga serpente, o Diabo, lançou mão para tentar o homem e encheu a mente e o coração de Eva com ideias mirabolantes que fizeram com que ela pecasse e como se não bastasse Adão também foi envolvido nessa trama diabólica e também pecou. Com a queda de Adão, toda a raça humana foi mergulhada no pecado. Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte e a morte passou a todos os homens (Rm 5.12).
Agora por causa do pecado, não refletimos mais com clareza a imagem de Deus. O pecado atingiu todas as áreas das nossas vidas. Não há nada em nós que não seja afetado pelo pecado. O homem tornou-se praticante do pecado e escarvo dele. O homem está totalmente depravado. Naturalmente o homem, não discerne (não tem entendimento), pois está morto em seus delitos e pecados (Ef  2.1).
Com a queda o homem tornou-se objeto da ira de Deus. A Bíblia é clara quanto a isso: “A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e perversão dos homens que detêm  verdade pela injustiça” (Rm 1.18)
A ira de Deus não é injusta, mas sim uma resposta certa de um Deus justo contra uma afronta desmedida contra sua santidade.
O pecado dos nossos pais (Adão e Eva) no nosso ponto de vista não foi um pecado trágico. Não foi um adultério, um furto ou um estupro, mas apenas um simples ato de desobediência. Porém, aos olhos de Deus foi algo terrível, pois Ele é tão puro de olhos que não pode comtemplar o mal (Hc 1.13 a).
O pecado do homem é merecedor da ira de Deus, ou seja, o castigo de Deus para o homem é justo pelos seguintes aspectos: O homem em sua queda afrontou a santidade de Deus; O homem era a coroa da criação feito à imagem e semelhança de Deus, com o pecado essa imagem foi deformada; O homem tinha um relacionamento singular com Deus e esse relacionamento foi quebrado por conta do pecado.
Outra consequência do pecado é que ele tirou do homem a sua liberdade. O homem se tornou um praticante e escravo do pecado. Em toda a sua constituição o homem foi afetado pelo pecado. A mente, o coração e todas as suas ações estão contaminadas pelo pecado. O pecado atingiu todas as áreas da nossa vida: nosso corpo e nossa alma, nossa razão e nossos sentimentos. Somos um ser ambíguo e contraditório. O bem que queremos fazer não o praticamos e o mal que não queremos, esse o fazemos (Rm 7.19).
Na criação, Deus proveu o homem com um adjutorium (uma ajuda, um auxílio), uma assistência graciosa certa para o bem.
Após a queda, o homem foi entregue ao pecado, para seguir os planos maus da sua mente. Seu coração é agora cheio de dolo e seus desejos são continuamente maus.
Não há como tentar encobrir que o homem, por conta da queda de nossos pais, está morto em seus delitos e pecados, e nem que ele só poderá responder positivamente a Deus unicamente se for convencido, pelo Santo Espírito, do seu pecado, da justiça divina e do juízo ao qual estão destinados todos os pecadores.
Somos dignos merecedores da ira divina por conta do nosso pecado, mas em sua soberana e irresistível graça aprouve a Deus nos salvar por Jesus Cristo, pela fé que nasce ouvindo a pregação genuína do evangelho da cruz. Pregação do evangelho que não mostra o homem morto em seus pecados e que não fala no sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, não é a genuína pregação.
Nas palavras de John Newton: “Oh! graça sublime do Senhor/Perdido me achou/Estando cego, me fez ver,/ Da morte me salvou./A graça me fez enfim temer,/E o meu temor levou;/Oh! Quão preciosa é para mim,/A hora em que me salvou. É assim que acontece com os que são e que ainda serão chamados segundo os desígnios do Criador.

Sola Gratia!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira