A
verdade incontestável é que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança (Gn
1.26-27). Deus criou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego
(espirito, do hebraico ruah) e ele
passou a ser alma (do hebraico nephesh).
O homem é a coroa da criação. A origem do homem é divina. O homem foi criado
para glorificar a Deus.
O
homem é um ser moral e espiritual. Deus dotou o homem com uma consciência, que
servia de tribunal para nortear suas decisões. O homem em seu estado natural
era perfeito. A Bíblia relata que um
momento determinado a antiga serpente, o Diabo, lançou mão para tentar o homem
e encheu a mente e o coração de Eva com ideias mirabolantes que fizeram com que
ela pecasse e como se não bastasse Adão também foi envolvido nessa trama
diabólica e também pecou. Com a queda de Adão, toda a raça humana foi
mergulhada no pecado. Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a
morte e a morte passou a todos os homens (Rm 5.12).
Agora
por causa do pecado, não refletimos mais com clareza a imagem de Deus. O pecado
atingiu todas as áreas das nossas vidas. Não há nada em nós que não seja
afetado pelo pecado. O homem tornou-se praticante do pecado e escarvo dele. O
homem está totalmente depravado. Naturalmente o homem, não discerne (não tem
entendimento), pois está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1).
Com a
queda o homem tornou-se objeto da ira de Deus. A Bíblia é clara quanto a isso:
“A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e perversão dos homens que
detêm verdade pela injustiça” (Rm 1.18)
A
ira de Deus não é injusta, mas sim uma resposta certa de um Deus justo contra
uma afronta desmedida contra sua santidade.
O
pecado dos nossos pais (Adão e Eva) no nosso ponto de vista não foi um pecado
trágico. Não foi um adultério, um furto ou um estupro, mas apenas um simples
ato de desobediência. Porém, aos olhos de Deus foi algo terrível, pois Ele é
tão puro de olhos que não pode comtemplar o mal (Hc 1.13 a).
O
pecado do homem é merecedor da ira de Deus, ou seja, o castigo de Deus para o
homem é justo pelos seguintes aspectos: O homem em sua queda afrontou a santidade
de Deus; O homem era a coroa da criação feito à imagem e semelhança de Deus,
com o pecado essa imagem foi deformada; O homem tinha um relacionamento singular
com Deus e esse relacionamento foi quebrado por conta do pecado.
Outra
consequência do pecado é que ele tirou do homem a sua liberdade. O homem se
tornou um praticante e escravo do pecado. Em toda a sua constituição o homem
foi afetado pelo pecado. A mente, o coração e todas as suas ações estão
contaminadas pelo pecado. O pecado atingiu todas as áreas da nossa vida:
nosso corpo e nossa alma, nossa razão e nossos sentimentos. Somos um ser
ambíguo e contraditório. O bem que queremos fazer não o praticamos e o mal que
não queremos, esse o fazemos (Rm 7.19).
Na criação, Deus proveu o homem com um adjutorium (uma ajuda, um auxílio), uma
assistência graciosa certa para o bem.
Após a queda, o homem foi entregue ao pecado, para seguir os planos maus
da sua mente. Seu coração é agora cheio de dolo e seus desejos são
continuamente maus.
Não há como tentar encobrir que o homem, por
conta da queda de nossos pais, está morto em seus delitos e pecados, e nem que
ele só poderá responder positivamente a Deus unicamente se for convencido, pelo
Santo Espírito, do seu pecado, da justiça divina e do juízo ao qual estão
destinados todos os pecadores.
Somos dignos merecedores da ira divina por
conta do nosso pecado, mas em sua soberana e irresistível graça aprouve a Deus
nos salvar por Jesus Cristo, pela fé que nasce ouvindo a pregação genuína do
evangelho da cruz. Pregação do evangelho que não mostra o homem morto em seus
pecados e que não fala no sacrifício do Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, não é a genuína pregação.
Nas palavras de John Newton: “Oh! graça sublime
do Senhor/Perdido me achou/Estando cego, me fez ver,/ Da morte me salvou./A
graça me fez enfim temer,/E o meu temor levou;/Oh! Quão preciosa é para mim,/A
hora em que me salvou. É assim que acontece com os que são e que ainda serão chamados
segundo os desígnios do Criador.
Sola Gratia!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
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