quarta-feira, fevereiro 13, 2019

Púlpitos Sem Vidas II !!!


Resultado de imagem para pulpítos sem vida
Jesus Cristo disse: “amai o teu próximo como a ti mesmo!” Não foi um pedido! Não foi apenas um incentivo! Foi uma ordenança! Foi um mandamento! Porém ao olharmos para a igreja hodierna surge a pergunta: “onde está o amor?” ou o caso é ainda pior, pois estamos muitas vezes como os que estavam em volta de Cristo enquanto esse contava a parábola do bom samaritano e perguntaram: “quem é o meu próximo?” A igreja está perdendo, ou talvez já tenha perdido a real noção de várias coisas concernentes ao evangelho da graça de Cristo.
Acima está o paragrafo inicial do artigo anterior, no qual falamos sobre o mandamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros” e discorremos sobre a falta de amor nas pregações atuais.
Porém, a falta de amor não fica restrita aos púlpitos. O amor ao próximo está sumindo de maneira exponencial. O amor, o dom supremo, não é mais o fator preponderante na vida cristã atualmente. Se no artigo anterior mostramos que falta amor em nossas pregações, no texto atual, cabe a pergunta: “Por que será que falta amor nas pregações?” A resposta é clara e simples: “ao que parece às pessoas que sobem aos púlpitos para pregarem o evangelho desaprenderam amar” ou nas palavras do próprio Jesus: “e por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12)
A iniquidade se alastrou e ainda se alastra de uma maneira tão avassaladora que as pessoas estão perdendo a sua capacidade de amar, não só ao próximo, mas principalmente a Deus.
Ao nos debruçarmos sobre o Santo Livro, mais especificamente sobre o texto do evangelho de Jesus Cristo segundo o relato de Lucas (Lc 1025-37), encontraremos uma das mias belas histórias acerca do amor ao próximo, a saber, a parábola do bom samaritano.
O Grupo Logos fez uma canção baseada nessa passagem e lhe deu o título de Distantes Próximos. Essa canção de 2005 retrata bem como a igreja atual tem colocado em prática o amai ao teu próximo como a ti mesmo. Em seu refrão a canção traz o trecho: “Esse é o mundo de distantes próximos/ Essa gente tão igual a nós/ Que está só porque passamos longe demais...”
Em nossa falta de amor, ou melhor, no esfriamento do amor, nos esquecemos que o pecador é um ser humano como nós, e que está miseravelmente desprovido do amor de Deus.  As pregações que apenas enaltecem o intelecto daqueles que estão pregando a muito estão desprovidas do verdadeiro amor pelo próximo. As pregações não demonstram mais um conteúdo onde o pecador é confrontado com a sua real situação de morto em delitos e pecados e muito menos apresenta o genuíno e verdadeiro amor gracioso do Deus Eterno na pessoa do seu Filho.
Citamos a canção do grupo Logos e até transcrevemos o seu refrão. Vejamos como a música se inicia: “Certa vez alguém caído percebeu/ que os outros eram outros como eu/ Perceberam seu cansaço,/ mas, distantes nos seus passos,/ se negaram a lhe oferecer a mão.” Essas palavras são mais do que verdadeiras, e pra piorar ainda mais e nos causar ainda mais vergonha, não precisamos nem sair das nossas igrejas para que tais palavras sejam nossa realidade. Quando foi a última vez que ouvimos que uma pregação carregada de denúncias fortes contra o pecado, só que em contrapartida que transborda de amor e da graça do Eterno Deus? As pregações estão vazias de amor porque as pessoas desaprenderam a amar o próximo sem esperar nada em troca. O amor hoje em dia é um jogo de interesse, e esse jogo de interesse alcançou a esfera do amor divino, do amor demonstrado na cruz do Calvário.
O amor incondicional de Deus demonstrado graciosamente pelo seu filho Jesus deveria ser o norte de todos os cristãos. Um amor incondicional, sem reservas, generoso, compassivo e sempre amparado na boa, agradável e perfeita vontade do Pai. Esse amor deveria ser evidenciado em nossa vivência cristã. Deveria ser o nosso exemplo, mas trocamos esse amor em troca de coisas efêmeras, tais como reconhecimento humano, os tais cinco minutos de fama.  Enquanto isso milhares de almas se perdem porque o amor de Cristo não lhes foi apresentado. No lugar do amor sacrificial de Cristo o que é apresentado às almas perdidas, é o ego altamente inflado de um pecador que se acha melhor que os demais porque acha que tem mais sabedoria que os demais. Usando as palavras do saudoso mestre Janires: “E o que tá "fartando" de amor/ Tá sobrando iniquidades/Todo mundo se odiando/Pelas ruas, pelas ruas das cidades/Se essas ruas, se essas ruas fossem minha/Eu pregava cartaz/Eu comprava um "spray” /Escrevinhava nelas todas/’Jesus is the only way’!" Pois é o mestre Janires estava certo! Só que não é apenas pelas que as pessoas estão demonstrando uma falta de amor. As igrejas estão cheias de pessoas sem amor. Pessoas que transformaram o cristianismo bíblico numa mera religião do ego.
Onde está o amor? Precisamos retornar as Escrituras e fazer o trajeto de duas, por assim dizer, peregrinações. A principal e mais importante delas é a peregrinação de Cristo pelas ruas da Palestina carregando a nossa cruz na mais pura, genuína e incondicional prova de amor. A outra peregrinação nos leva pelas estradas que ligava Jerusalém a Jericó, por lá encontraremos um bom samaritano cheio de amor e movido pela graça que se presta a cuidar de um desconhecido que foi atacado por salteadores e deixado pra morrer a beira da estrada.
Não podemos nos esquecer de que estávamos como o homem caído à beira da estrada. Estávamos abandonados a nossa própria sorte. Estávamos mortos em nossas iniquidades, mas Deus em seu soberano e gracioso amor nos elegeu em Cristo Jesus para sermos santos e irrepreensíveis e nos fez assim novas criaturas para o louvor da sua glória.   Essas duas estradas precisam ser revisitadas constantemente por nós. Elas podem nos fazer lembrar a essência do verdadeiro evangelho da graça, a saber, o amor. O amor que tanto falta nos púlpitos de nossas igrejas e em especial na nossa Vicência cristã.
Precisamos que dos nossos púlpitos o amor volte a ser proclamado com verdade, ousadia e muita fé.
Precisamos nos abster de exaltarmos os nossos já tão inflados egos.
Precisamos focar tudo no Autor e Consumador da nossa fé.
A essência das pregações que devem fluir dos nossos púlpitos, bem como de nossas vidas deve ser o genuíno amor de Deus demonstrado pelo sacrifício do seu Amado Filho na cruz ensanguentada.

Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

  




Um comentário:

  1. Uma triste realidade, amigo Joel, no entanto, é verdade!
    A iniquidade tem se multiplicado da mesma forma que o conhecimento da Palavra. Todavia, as portas infernais não têm prevalecido. O Senhor nunca precisou de maioria humana para operar ou vencer batalhas.

    Nossas comunidades precisam de nosso serviço amável e nós precisamos de testemunhar publicamente a unidade em Cristo e adorar o nosso Deus biblicamente, dentro e fora dos templos. Nossa pregação precisa refletir a caridade de Cristo, visando o bem do próximo acima de interesses.

    Que o Espírito Santo nos aperfeiçoe e guie nessa jornada difícil. Amém.

    ResponderExcluir