A Cruz

Jesus derramou seu precioso e imaculado sangue no madeiro maldito, tudo isso por amor à uma humanidade decaída que nada merecia e nem merece. A Bíblia nos ensina que todo aquele que fosse pendurado num madeiro, estaria sob a maldição de Deus (Dt 21.22). Contudo, o que não sabemos, ou melhor, ignoramos, é que o Cordeiro de Deus foi crucificado antes que houvesse mundo.

A cruz é o ponto culminante da inimizade que há entre Deus e o homem. Desde a eternidade, uma cruz tinha sido assegurada e o Salvador nela haveria de ser pregado, para vergonha de todos, contudo para a salvação de muitos.

Aquele que é o símbolo da vitória de Jesus sobre o pecado é tão desconsiderado hoje. Foi na cruz que os nossos pecados foram perdoados e foi lá que o nosso Jesus nos justificou. Todavia este tão glorioso e precioso tema está sumindo dos púlpitos das igrejas atuais.

Ao que nos parece, falar da morte expiatória de Cristo no madeiro tornou-se algo vergonhoso e que deve ser mantido longe do conhecimento dos rebanhos. Talvez, não se pregue tanto a respeito do madeiro maldito porque tenhamos medo de que o povo não aceite a figura do seu Salvador em estado de lastíma, de sofrimento e de abandono que é tão contrastante com a figura do Deus Soberano do universo.

Nos esqueçemos que enquanto sofria e padecia no maldito madeiro Jesus recebia imerecidamente a ira de Deus que deveria recair sobre toda a humanidade e que aprouve a Deus que Ele levasse sobre si toda a nossa iniquidade e por suas pisaduras nos fomos sarados e o castigo e que nos traz a paz estava sobre ele (Is 53).

Nas palavras de John Stott: “Pregar a cruz é pregar a salvação pela graça de Deus somente. Tal mensagem é pedra de tropeço (I Co 1.23) porque é gravemente escandolosa para o orgulho humano; ela, portanto, nos expõe à perseguição.”                   

Contudo, o apóstolo Paulo nos exorta que “... longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu  para o mundo.” (Gl 6.14). Assim, vemos que a cruz não é apenas um símbolo de vergonha ou de repulsa, mas que ela é o símbolo universal da fé cristã. Todavia, muitos cristãos não entendem o significado da cruz e nem o porquê Cristo precisou morrer.  

 Portanto, como desvencilhiar tão importante tema do cristianismo? Sem cruz não há cristianismo! O cristianismo tem como um dos seus pontos principais, a cruz! O que por uma grande maioria é reputado por vergonha e humilhação por um lado, para os verdadeiros cristãos deve ser encarado como um sinal de vitória sobre o pecado por meio Daquele que nela foi pregado e lá morreu, a saber, Jesus, o Cristo de Deus.

Devemos compreender que se Cristo se sujeitou à vergonha indízivel da morte na cruz, sofrendo uma dor tão terrível a qual não podemos imaginar, contudo sabemos que era imerecida, apenas por nos amar e ainda mais por ser um filho obediente que ama o seu Pai mais do que a ele mesmo, dessa forma se sujeitou a essa terrível morte unicamente por amor.

Uma última coisa que devemos ter em mente, é que Jesus foi abandonado no madeiro maldito por amor de uma humanidade que nada merecia exceto o fogo do inferno! Ele exclamou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mt 27.46), ou seja, Deus abandonou o seu único filho numa maldita cruz para provar o seu imenso amor por nós e para nos perdoar dos nossos muitos pecados, e promete que a nós nunca nos abandonará.

Então, que possamos olhar a cruz de Cristo com um novo olhar, com a certeza em nossos corações que foi nela que Jesus nos comprou e nos concedeu a vida eterna.

“A cruz de Cristo deve ser objeto de nossa glória e que Deus nos livre de nos gloriarmos em algo mais (Gl 6.14)” John Stott.  

                                                                                                                           Joel da Silva Pereira