Chegamos
a mais um trinta e um Outubro, o que marca mais um aniversário da Reforma
Protestante do século XVI. A 495 anos exatos Martinho Lutero afixava nos
portais da catedral de Wittenberg as
suas famosas 95 teses, esse fato deu origem ao maior movimento da igreja cristã
após o derramar do Espírito Santo no dia de Pentecoste.
O que
não podemos ignorar é que anos e até séculos antes de Martinho Lutero, outros
homens lutaram por uma reforma na igreja, alguns deles pagaram com a própria
vida, a exemplo de John Huss o reformador da Boêmia que foi queimado acusado de
ser um herege. Tivemos também o grande John Wycliff que ficou conhecido como a
Estrela D’alva da Reforma, todos esses homens e muitos outros tinham o sonho de
ver a igreja restaurada e sendo totalmente cristocêntrica alicerçada nas
Sagradas Escrituras e não nas palavras de homens falhos e pecadores.
Mais
uma vez chegamos a um aniversário da reforma protestante e a maioria dos
cristãos no dia 31 de outubro só se lembra de que nessa data se comemora dia
das bruxas, que vergonha! Somos uma igreja sem memória!
A
reforma protestante e as 95 teses de Lutero eram alicerçadas em cinco
princípios plenamente bíblicos que infelizmente para os quais a igreja ao que
parece virou as costas. Tais princípios que serviram de norte para a igreja
reformada ficaram conhecidos como os Cinco Solas da reforma protestante, estes,
exaltam a soberania de Deus e a autoridade infalível e plena das Santas Letras,
são eles: Sola Scriptura (Somente a Escritura; II Tm 3.16-17), Sola Gratia
(Somente a Graça; Ef 2.8-9), Sola Fide (Somente a Fé; Rm 1.17), Solus Christus
(Só Cristo; At 4.12) e Soli Deo Gloria (Gloria somente a Deus; Rm 11.36). Esses
princípios não encontram mais lugar na maioria dos púlpitos das igrejas atuais,
uma vez que hoje tais princípios contrariam as pregações da moda, do “evangeliquês”
universal que grassa as igrejas hoje e transforma as Santas Letras em um
evangelho “a gosto do freguês”.
Creio
que se Lutero vivesse nos dias de hoje ele se envergonharia daqueles que hoje
se professam protestante, que viraram as costas para os princípios bíblicos
sobre os quais foi firmada a igreja protestante e que se tornaram a base dos
estudos dos reformadores e demais teólogos posteriores que seguiram o caminho
preparado por Huss, Wycliff, Lutero, enfim todos quantos lutaram por amor a
Cristo por uma igreja cristocêntrica e reformada pelas Sagradas Escrituras.
Será
que a realidade da igreja do século XVI era diferente da que vivemos hoje?
Creio que não! A realidade do século XVI relatada pela história não é tão
diferente da que vivenciamos hoje. Os dogmas, desvios doutrinários e
indulgências ainda estão assolando o mundo e o pior com máscaras de
cristandade. São as igrejas tidas como “cristãs” que estão resgatando essa imundície
e a travestindo com uma capa de cristandade e assim enganando a muitos. Essa
imundície assola o meio cristão e deturpa a sã doutrina!
A
doutrina hoje da maioria das igrejas é tudo, menos sã! Os reformadores lutaram
para reformar a igreja e assim resgatar o ensino apostólico e com isso
redirecionar o foco da igreja e assim levá-la de volta ao seu verdadeiro lugar
que é o centro da vontade soberana de Deus.
É
necessário reformar, e este era o lema do grande mestre francês João Calvino:
“Igreja reformada, sempre se reformando”, todavia, é muito importante entender
que tal reforma não é inovação, modernização do conteúdo da fé, mas, sim a
restauração da compreensão desse conteúdo. Dessa maneira, a questão não se
impõe com novos métodos, mas sim, com o antigo método, que implicava numa volta
à palavra de Deus, para extrair dela o que realmente ensina. A Palavra de Deus
é a referência. Contudo, vivemos uma crise espiritual avassaladora que nos tem
levado a um total abandono da nossa tão cara herança teológica reformada.
Vemos
o passado dogmático e indulgente da igreja medieval sendo resgatado e
disseminado no seio da igreja de Cristo e assistimos a isso, inertes, pois, é
mais fácil ir com a onda do que nadar contra ela. Tal situação não era tolerada
pelos reformadores, pois, em seus corações ardia um zelo tal por Deus e por sua
bendita e santa Palavra que os levava a protestarem contra tal situação mesmo
que essa luta redundasse na perda de suas vidas. Tal zelo, não está em nossos
corações e muito menos estaríamos dispostos a arriscar as nossas vidas em nome
de uma nova reforma protestante em nossos dias; infelizmente nos deixamos
conformar com esse mundo e não buscamos a renovação da nossa mente, será que se
os nossos lugares na história e no tempo fossem trocados com John Huss, John
Wycliff e Lutero, teríamos tamanha fé e devoção por Deus e por sua santa e
bendita palavra a ponto e consideramos a possibilidade de perdermos a vida pela
causa do evangelho da graça de Cristo? Será que Lutero seria abençoado pelo
fruto do nosso labor se coubesse a nós a tarefa de lutar pela reforma
protestante do século XVI? A nossa resposta a essa pergunta determinará o fruto
da nossa lida que será colhido pela próxima geração!
Que
Deus seja louvado e honrado pela vida de Huss, Wycliff, Lutero e tantos outros
que lutaram para que hoje houvesse uma igreja que honra, adora e proclama o
nome do Deus Eterno!!!
Que
Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós e dessa forma nos conduza a uma nova
e tão necessária reforma hoje!!!
Soli
Deo Gloria!!!
Joel
da Silva Pereira
algumas igrejas de hoje em dia procuram mudar o Evangelho de Cristo pra que seja mais flexível e aceitável pro mundo corrompido e cheio do pecado, ao invés de trazer a tona o verdadeiro Evangelho de Cristo que denuncia o pecado e mostra a depravação do homem.
ResponderExcluirMuito bom artigo!!