sábado, dezembro 13, 2014

Procura-se: Pastores segundo o coração de Deus!



Um fraco. Um homem falho como qualquer outro. Um homem carente de oração. Um homem pecador. Essas são as características de um verdadeiro pastor que serve humildemente ao Senhor, porém a imagem que a maioria das pessoas vislumbra é a de um supercrente, um homem que jamais peca. Não poderiam estar mais enganadas.
Deve ser duro ler que um pastor é um fraco (e escrever o é ainda mais, principalmente se é esse o seu chamado e a sua vocação), porém essa assertiva é mais do que verdadeira. O pastor é um ser humano frágil e tão carente de orações como qualquer outro, e eu diria que até mais, pois a responsabilidade que está sobre os seus ombros não é pequena.
É verdade que a visão que os “pastores” da moda passam hoje é vergonhosa e completamente diferente daquela que vemos especificada nos escritos de Paulo mais especificamente em sua primeira epístola a Timóteo capítulo 3 quando discorre sobre as qualificações do candidato ao sagrado ministério.
 A fé vem sendo mercadejada de maneira vil e torpe enlameando o sagrado ministério. Nas palavras de Eugene Peterson: “o pastorado opera a partir de uma longa tradição em Israel e na Igreja. Esse rico legado tem sido corrompido nos dias atuais”. 
Os dias podem ser diferentes, mas os pseudos-pastores estão transformando a casa de Deus em covis de ladrões. Com suas artimanhas eles deturpam as Escrituras para justificar os seus descalabros. E para espanto geral, a igreja assiste inerte a esse show de horrores que dissemina imundícies no seio da noiva do Cordeiro.
Ao ler os relatos da cristandade, mais especificamente os relatos sobre os reformadores e os puritanos, encontramos um zelo arraigado, e, também e acima de tudo, uma devoção sincera e contagiante nutrida por esses devotados servos do Senhor que foram separados para o sagrado ministério; devoção a Deus que os chamou e pela honra e privilégio de terem sido por Ele separados para tão maravilhoso ministério. Eles entendiam que estavam no ministério não por suas próprias forças ou vontades, mas sim porque era essa a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para as suas vidas. Eles eram totalmente dependentes do Espírito Santo, que confirmava através das Escrituras o chamado ministerial desses homens que se entregaram de corpo e alma ao sagrado ministério, pois estes sim, a exemplo de raríssimas exceções hoje, colocaram a mão no arado e não ousaram olhar para trás.
 Que diferença vivenciamos nos dias atuais! Hoje para ser ordenada a pessoa basta apenas sonhar que tem que ser um pastor e pronto e então no outro dia é ordenado. Simples assim! Onde está o chamado? Onde está a convicção? Onde está o preparo? Se assim for, os seminários teológicos evangélicos devem fechar as suas portas, uma vez que conhecer Teologia, Hermenêutica, Homilética, Línguas (Hebraico e Grego), Exegese, Teologia Bíblica (essa é que não precisa mesmo) e as demais disciplinas da grade curricular dos seminários não se faz mais necessário. Basta apenas sonhar! Assim podemos reformular a frase de René Descartes: “Penso, logo existo!” para “Sonho, logo sou pastor!”
Hoje títulos são distribuídos sem o menor discernimento. E para piorar não basta mais apenas ser chamado e separado por Deus para ser pastor, temos que buscar ainda mais. Faz-se necessário ser “apóstolo” ou em um extremismo total “patriarca dos apóstolos”. Diante dessas aberrações me pergunto: “meu Senhor aonde vamos parar?”. E o que mais me impressiona e entristece é que temos conhecimento de que tudo isso é antibíblico e a igreja assiste a este show de horrores passiva como se isso não a afetasse.
Infelizmente parece que estamos vivenciando os tempos do profeta Jeremias e se os “pseudos-pastores” atentassem para as palavras do profeta com certeza (pelo menos esse é o meu desejo) mudariam as suas posturas. Já imaginou receber uma mensagem dessas da parte Daquele a quem você diz servir: “Chorai, pastores, e clamai; revolvei-vos na cinza, vós que sois os principais do rebanho; pois já chegou o dia de serdes mortos, e eu vos despedaçarei, e vós então caireis como carneiros escolhidos. E não haverá refúgio para os pastores, nem lugar para onde escaparem os principais do rebanho. Aí está o grito dos pastores, o choro dos principais do rebanho; porque o Senhor está devastando o pasto deles.” (Jr 25.34-36) Essas palavras (acho eu) não existem nas “Bíblias” desses pseudos-pastores que se acham infalíveis e acima do bem e do mal.
Diante desse horrendo quadro que vivenciamos e da terrível, porém verdadeira mensagem de Jeremias devemos orar mais e zelar pelos pastores que ainda se comprometem em propagar as verdades do evangelho da graça de Cristo. Esses homens devem ser alvos de nossas súplicas, pois cabe a eles a missão de guiar a Igreja do Senhor pela direção, dependência e em submissão ao Espírito Santo.
O pastor é um homem fraco que em toda sua imperfeição é escolhido e separado por Deus para uma obra específica e árdua que requer dele uma entrega total em plena dependência do Espírito Santo, e em meio a toda a sua imperfeição ele deve reconhecer que o seu ministério pertence ao Senhor da glória que o escolheu sem nenhum merecimento. É essa verdade que vem sendo deturpada hoje pelos pseudos-pastores que se colocam como “senhores sobreanos” das igrejas que pastoreiam como se essas lhes pertencessem. A igreja é e sempre será do Senhor!

Que Deus em sua imensa graça tenha misericórdia desses homens, pois um dia Ele virá acertar as contas com todos, sem exceção.

Que Deus nos dê pastores segundo o seu coração tal qual deu Davi a Israel, seu povo amado!!!

Que Deus em sua imensa graça tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira



  
  

terça-feira, outubro 21, 2014

Reforma hoje e já!!!!



Chegamos a mais um mês de Outubro! Para muitos um mês como outro qualquer! Até mesmo no meio cristão é um mês comum, mas não deveria ser assim. No mês de Outubro de 1517 o monge alemão Martinho Lutero afixava nos portais da catedral de Wittenberg as suas famosas 95 teses. Uma resposta aos desmandos papais, a venda descabida de indulgências e toda a corrupção e depravação do clero da igreja medieval. Tal ato deu início a Reforma Protestante. Reforma tão esquecida nos dias atuais pelos que se professam cristãos, reforma essa que se faz mais do que necessária hoje!
Todavia, o que foi a Reforma Protestante do século XVI? Alguns tratam a reforma como um mero ato que trouxe inovações para a igreja. Outros dizem que a reforma foi algo do Diabo que dividiu a igreja. 
Inicialmente Lutero nunca quis causar divisão na igreja. O intento do monge alemão era que a igreja se renovasse pelas Escrituras Sagradas. Lutero defendia que a igreja deveria submissa as Santas Letras e não à homens corruptos desprovidos de caráter. Enfim, a reforma não queria a divisão da igreja, mas sim a sua restauração. E, por fim, a Reforma não foi um ato inovador, que trouxe idéias revolucionárias, mas sim foi um movimento de redescobertas.
Deus se instrumentalizou da vida de Martinho Lutero para fazer com que o povo retornasse a fonte única de fé e prática, a saber, as Escrituras Sagradas, uma vez que o conhecimento e o acesso a ele estava sob o controle dos clérigos corruptos e sem caráter que lideravam a igreja. Clérigos que amontoavam riquezas à custa da fé cega do povo usando das mais vis deturpações dos textos sagrados para aumentarem mais e mais suas riquezas e posses. Nenhuma semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. 
Os dias atuais são tenebrosos, pois os "arautos" do Deus deturpam as Escrituras das mais terríveis e desprezíveis maneiras e acham que tudo bem. Fico a me perguntar: “Será que esses homens acham que ficarão impunes por tamanha deturpação?”
Em dias como os nossos, onde vivenciamos tanto desmandos doutrinários e maquinações nas mensagens proferidas dos púlpitos de nossas igrejas, impressiona-me a apatia e o comodismo do sal da terra e da luz do mundo. A igreja não toma uma atitude contra toda essa depravação e desmandos. Será que a igreja está esperando que Deus traga Lutero de volta a vida para que ele se levante contra toda essa situação que fere a santidade de Cristo e que deturpa a Palavra de Deus. Será que os cristãos de hoje se levantariam com a mesma heroica ousadia de Lutero e asseverariam tais palavras contra os desmandos de hoje tal como ele fez em sua época: “Wycliffe e Huss criticaram o comportamento imoral dos papistas; eu me oponho principalmente contra as suas doutrinas: afirmo clara e precisamente que eles não pregam a verdade. Para isto fui chamado: tomo o ganso pelo pescoço e aplico a faca à sua garganta. Quando consigo mostrar que a doutrina dos papistas é falsa, conforme tenho feito, posso facilmente provar que seu modo de vida é mau. Quando a palavra permanece pura, o modo de viver, ainda que tenha algum desencontro, também será puro. O Papa tirou a palavra pura bem como a pura doutrina, trazendo outra palavra e doutrina, que pendurou sobre a igreja. Sacudi toda a Paparia com este único ponto, de que eu ensino com retidão e nada misturo a isto. Temos de avançar a doutrina, pois isso é o que quebra o pescoço do Papa”. “Será que diríamos tudo isso acerca das palhaçadas que vivenciamos hoje?”
Nas palavras de Steven J. Lawson: “Que Deus dê novamente à sua igreja homens destemidos na proclamação da Escritura. Fazendo isso, que ele indique o caminho de uma nova reforma no púlpito, que restaure a primazia da sua Palavra no meio de seu povo”.
Mais do que verdade essas palavras de Lawson, uma necessidade mais do que urgente para os dias atuais. Necessitamos de uma nova reforma, de um avivamento genuíno e poderoso.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est!!!


Joel da Silva Pereira

quarta-feira, setembro 03, 2014

Uma Igreja Cega!!!!



“Entendes o que está lendo?” (At 8.30b)
Um questionamento mais do que relevante para os dias atuais. Que é certo que o povo de Deus é destruído porque lhe falta conhecimento (Os 4.6) é um axioma. Mas, por trás de tudo isso há uma cegueira espiritual. Cegueira essa causada por vários motivos dentre os quais se destacam: orgulho, arrogância, soberba, alem é claro, as inúmeras máscaras que os cristãos se acostumaram a usar constantemente para fingirem ser algo que não o são.
Desde os tempos bíblicos o povo de Deus é vitimado de uma terrível cegueira espiritual. Um dos maiores exemplos é o grande Pedro que em meio a sua prepotência teve momentos terríveis de cegueira. Um desses momentos foi enquanto Cristo discorria acerca de sua paixão, quando Pedro em sua falsa audácia disse que seguiria o seu Mestre até a morte. O próprio Cristo repreendeu ao arrogante apóstolo dizendo que este o negaria por três vezes.
Ainda nas Escrituras pode se observar um dos casos mais famosos de cegueira. Trata-se dos discípulos a caminho de Emaús. O próprio Jesus caminhava lado a lado com eles e ainda assim seus olhos não conseguiram enxergar que o Cristo ressurreto estava ali do lado deles, e mesmo a mesa enquanto estavam a partilhar o pão e quando Cristo lhes explicou as Escrituras eles não se deram conta de que o Salvador ali se fazia presente. Eles estavam cegos; e hoje há muitos como eles, cegos e, além disso, surdos e mudos.
Fica-nos a pergunta: “Como pode o povo de Deus que tem a sua revelação especial (as Escrituras) ser tão cego?” A resposta encontra-se nas páginas das próprias Escrituras: “Pois haverá tempos em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos, se recusarão a dar ouvidos a verdade, entregando-se às fábulas.” O povo de Deus prefere dar ouvidos as fábulas do que se interessar pelas Escrituras, é mais fácil ouvir palavras que agradem ao ego e ao coração corrompido do homem do que ouvir uma mensagem dura, porém verdadeira que traga em seu bojo a necessidade de uma mudança radical (metanoia).
O pior é quando a cegueira vem do púlpito. Pastores cegos querem conduzir o rebanho de Cristo e com isso estão afundando as igrejas que estão sob suas responsabilidades. Contudo, afora esses tantos exemplos que foram citados, o mais grave caso bíblico de cegueira espiritual é o dos fariseus.
Os fariseus tinham as leis e os profetas e sabiam tudo acerca do Messias, porém quando este se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1.14) eles o rejeitaram. Aqueles que se consideravam os guardiões de toda a Palavra de Deus e que sabiam tudo a respeito do ministério do Messias, não suportaram ver o Messias como uma pessoa simples e humilde. Embora as Escrituras o descrevessem assim, eles estavam a tanto tempo sob o jugo romano que desprezaram as profecias sobre o Messias, e assim em sua cegueira esperavam um Messias que fosse um rei revolucionário que destruísse o império romano e restaurasse a condição política, econômica e social de Israel. Israel a muito fora despojado de sua posição de centro do mundo e agora enfrentava o cruel jugo romano, e esperava o seu libertador e salvador e para os fariseus esse Salvador seria alguém forte e poderoso que depusesse o império romano e devolvesse Israel a sua posição privilegiada. Só que para cumprir as Escrituras, o Salvador adentrou pelas portas de Israel montado em um jumentinho cria de uma jumenta (Zc 9.9).
Hoje existem muitos que agem tal quais os fariseus e vivem cegos e néscios e não despertam para a sua terrível realidade e isso mesmo se dizendo servos de Deus. A verdade está ao alcance de todos (ainda que só os que são iluminados pelo Espírito Santo é que enxergam a verdade) e ainda assim estão cegos e surdos para Deus, o que reforça a assertiva do profeta Oséias: “o meu povo está sendo destruído por que lhe falta conhecimento” (Os 4.6).
Como uma igreja pode ser relevante se ela está cega? Como uma igreja pode pregar uma mensagem que ela mesma não entende? Como um pastor pode falar acerca de temas sobre os quais ele entende superficialmente?

Os cristãos de hoje tem muito que aprender com os reformadores e puritanos que se esmeravam diariamente em um diligente e profundo estudo das Escrituras.

Que sigamos o conselho do Senhor: “...e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar.” (Ap 3.18).

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira




segunda-feira, junho 30, 2014

Teu, Senhor é o reino!!!!!



"Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto o que há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos." (I Crônicas 29.11).
Nas palavras de John Murray: "eu entendo a soberania, como a autoridade, o domínio e o governo absolutos de Deus sobre toda realidade distinta dEle mesmo, existente no âmbito da natureza da graça. É um conceito que se refere à sua relação com os outros seres e com tudo o mais que existe".
Deus é Soberano! Essa verdade está asseverada em todas as partes das Sagradas Escrituras, de Gênesis a Apocalipse cada verso, cada capítulo, cada livro e cada epístola a soberania de Deus é exaltada. Contudo, hoje essa soberania não é pregada e nem ensinadas nas igrejas. Na maioria dos púlpitos ao que parece surgiu um novo "senhor soberano", e mesmo cheio de defeitos, pecados e imperfeições esse novo "senhor soberano" tem sido colocado acima do verdadeiro Senhor Soberano.
Agora, não é muito difícil saber quem é esse novo "senhor soberano", pois a Bíblia no revela que esse novo "senhor"está morto em delitos e pecados (Ef 2.1). A doutrina da soberania de Deus enfrenta como um dos seus maiores opositores os pregadores humanistas. Tais pregadores com suas pregações humanistas e distorcidas das Escrituras têm ensinado que o homem pode controlar o seu destino e ainda vão mais além, asseveram com todas as letras que o homem pode escolher ser salvo.
A Bíblia de estudo de Genebra em uma de suas notas teológicas traz o seguinte: "a afirmação de que Deus é absolutamente soberano na criação, na providência e na salvação é básica à crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus reinando de seu trono é repetida muitas vezes (I Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2). Somos constantemente lembrados, em termos explícitos, que o Senhor (Javé) reina como rei exercendo seu domínio sobre os grandes e pequenos, igualmente (Êx 15.18; Sl 47.93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; Dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). o domínio de Deus é total; ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter o seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no curso normal da vida, como nas mais mais extraordinárias intervenções e milagres".
Nunca foi tão imperativo resgatar a doutrina da soberania divina. Em dias em que o homem é colocado dia após dia, pregação após pregação em um pedestal onde ele se acha digno de todas as coisas, inclusive de ter a total atenção de Deus. Deus precisa reinar soberanamente novamente e principalmente no coração dos homens para que haja uma igreja sadia que vive o verdadeiro evangelho da graça de Cristo. Esse sempre foi o verdadeiro intento de Lutero, que a igreja reconhecesse, vivesse e se submetesse a autoridade e supremacia das Escrituras, e por conseguinte a Soberania de Deus.
A doutrina da soberania de Deus tem sido negligenciada a tal ponto que os homens estão se achando soberanos, e estão chegando ao cúmulo de exigirem de Deus as coisas mais absurdas possíveis e para validarem esses absurdos eles usam uma interpretação totalmente deturpada das Escrituras Sagradas.
Segundo Matt Perman: "a soberania de Deus é, é realmente, uma doutrina libertadora para nós. Ela nos liberta para obedecermos com alegre confiança, segurança e paz. Tal  como um crente, nós devemos pensar assim: 'uma vez que Deus é soberano, a não obediência pode fazer mal ao meu relacionamento com Deus, e portanto, obediência nenhuma, não importa quão "bobo" isso seja ao mundo e não importa as consequências, isso no final, pode fazer mal a mim.' Não é dessa maneira que Paulo usou a doutrina em Romanos 8.28-36? Ele disse no verso 28 e então procedeu à explicação de que a segurança que ela nos dá através do zelo, da obediência de risco porque "nada nos separará do amor de Cristo".
Deus é soberano e isso é uma verdade absoluta e irrefutável, qualquer um que assevere algo que vá além disso, está pondo em xeque a inerrância e a supremacia das Sagradas Letras! Para estes fica a dica: "As Escrituras são absolutamente verdadeiras, e nada do que façam ou digam mudará o fato de que elas ensinam que Deus é soberano e que o homem não passa de um monte de barro nas mãos do Soberano Oleiro". Contudo, devo confessar que defender a soberania de Deus hoje é falar um idioma estrangeiro. Por isso deixo aqui um pedido: "Deixem Deus ser Deus!"

Que Deus tenha misericórdia de nós e que a importante e inquestionável doutrina da soberania de Deus volte a ter um lugar de honra em nossos púlpitos, no coração e na vida de cada cristão verdadeiro lavado e remido no sangue de Cristo!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

domingo, junho 08, 2014

Uma Igreja em Crise!!!



A igreja se afoga dia após dia numa terrível crise doutrinária e ao que parece sem precedentes. A igreja está sendo desfigurada pouco a pouco por lobos devoradores que um dia se vestiram com pele de cordeiro, mas que com o decorrer dos anos suas verdadeiras facetas foram reveladas.
Muitos podem argumentar que a igreja enfrenta ataques a muito tempo, e é verdade.Mas, o que vemos é que essa crise que se alastra se origina na própria igreja. É do conhecimento de todos de que não existe uma igreja que seja 100% perfeita, embora alguns venham contra-argumentar de que suas igrejas sejam perfeitas, essas argumentações são fajutas. Assim sendo, uma vez que não há igrejas perfeitas, as heresias e seitas se infiltram de uma forma ainda mais devastadora, o que deve ser salientado é que uma vez que a crise doutrinária se instala em uma igreja o caminho para que a mesma se torne desfigurada e totalmente fora delineado nas Sagradas Escrituras.
No sermão do monte o Senhor Jesus foi bem claro quando disse que os cristãos (a igreja) são “o sal da terra. Mas se o sal perder o sabor como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Mt 5.13). Nos dias atuais o sal ao que parece perdeu inteiramente o seu sabor, pois pipocam notícias de mais e mais igrejas que se afastaram do caminho da graça. Igrejas que em dias anteriores eram guiadas por homens que se asseveravam “servos do Senhor”. Assistem esses homens subirem aos púlpitos e pregarem que pelo visto descobriram uma nova doutrina, um novo caminho a ser trilhado. Um caminho que não é nem de longe estreito, mas cheio de atalhos e assim conduzem o rebanho às bênçãos e não ao Deus que abençoa.
A triste realidade é que o sal perdeu o sabor, salvo alguns poucos ajuntamentos de igrejas que se mantêm alicerçadas na sã doutrina. Igrejas que ainda reconhecem que a graça do Senhor é o bastante e que o próprio Cristo lhes é mais do que suficiente. Há ainda no meio cristão 7000 que não dobraram seus joelhos ante a Baal.
Uma marca dessa igreja sem identidade e sem sabor que dia após dia é pisada pelos homens, é a sua plena e total falta de respeito para com as Escrituras. Essa falta de respeito é alimentada dos púlpitos com uma pregação deturpada e fraca das Escrituras. Prega-se o que se quer ouvir e não o que o que o Espírito quer dizer às igrejas. Outra coisa que alimenta essa crise sem precedentes é a disseminação de canções sem conteúdo bíblico saudável que tiram o foco da pessoa de Cristo e o transfere para o homem depravado e vil totalmente morto em seus delitos e pecados. O que se vê olhando atentamente para as Escrituras é o cumprimento das palavras do apóstolo Paulo: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal...” (Rm 1.22-23). As canções entoadas nos cultos honram e glorificam ao homem ao invés de exaltarem a Deus. Será que essa geração não sabe que Deus não divide sua glória com ninguém? (Is 42.8)
É mais do que necessário de que a Noiva do Cordeiro passe por uma nova reforma doutrinária e espiritual, tal qual passou nos tempos de Martinho Lutero. Nos dias de Lutero a igreja estava corrompida e podre por conta de sua ganância e por conta de seus falsos mestres que se deixaram levar por seus próprios desejos vis e torpes e assim trocaram a verdade de Deus pela mentira (Rm 1.27). Os dias atuais não diferem muito dos dias do grande reformador alemão. A igreja não tem uma referência, não tem uma identidade. Nos dias da igreja primitiva o rebanho olhava e via a Tiago, Pedro, Paulo e os demais apóstolos como seus referenciais, mas acima disso o rebanho via Cristo e sua poderosa mensagem na vida desses homens. No tempo dos pais da igreja se via o grande Agostinho de Hipona dirigindo o rebanho de Cristo movido pela graça soberana de Deus em sua vida e ministério. Na época da reforma Lutero, Calvino e Knox eram as referências. Antes disso foram levantados por Deus John Wycliffe e John Hus como pré-reformadores. Enfim, a igreja sempre via homens de Deus que agiam com integridade, amor e devoção a Deus e a sua Palavra que guiavam o rebanho seguindo as orientações do Divino Senhor de suas vida e verdadeiro cabeça da igreja, a saber, Jesus Cristo o Filho do Deus Vivo. Qual a referência da igreja cristã hoje? Qual a referência da igreja cristã brasileira hoje?
Uma igreja em crise gera uma geração em crise. Uma geração em crise não pode fazer a diferença em um mundo que jaz no maligno, uma vez que não há diferença nenhuma entre os que estão nas trevas e os que dizem que estão na luz. Uma geração em crise nunca vai agir como sal da terra e luz do mundo, nunca servirá de guia para os que caminham a passos largos para o inferno, mas pelo contrário seguirão junto com eles, pois mesmo se dizendo cristãos não passam de sepulcros caiados. Essa geração forjada por meio de pregações bíblicas humanistas e distorcida não passa de pseudocristãos que se vestem de uma falsa santidade e que se julgam perfeitos e com direitos de terem suas vontades atendidas pelo Pai Celeste. Ledo engano, pois essa geração não passa de um bando de pecadores nas mãos de um Deus irado do qual ou somos servos verdadeiros ou verdadeiros inimigos.
Uma reforma mais do que urgente se faz necessário no meio cristão hoje. É necessário voltar a pregar e viver os princípios que nortearam a reforma protestante de 1517. Voltemos ao verdadeiro evangelho da graça de Crista. Que dos púlpitos novamente sejam proclamadas as antigas doutrinas da graça. Enfim, voltemos ao evangelho!

Que a igreja do Senhor dobre seus joelhos e com a cara no pó clame por uma restauração e por um reavivamento. Que o clamor seja o de Habacuque: “Aviva ó Senhor a tua obra!” (Hc 3.2).

Que Deus tenha misericórdia de nós e que pelo poder e agir soberano do seu Espírito Santo sejamos restaurados e reavivados!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira


quinta-feira, maio 29, 2014

Aparências...



“Conheço as tuas obras, sei que você não é firo e nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo de minha boca.” (Ap 3.15-16, NVI)
Essa exortação foi feita à igreja de Laodicéia, mas, se atentarmos bem para tão irrefutável e dura mensagem veremos que ela “cai como uma luva” para a igreja hodierna, tal é a frieza espiritual que se alastra no meio da igreja. Estas palavras não se constituem em uma defesa do pentecostalismo ou do neopentecostalismo, mas sim trazendo a tona um fato que mesmo sendo tão grave não é tratado com a devida seriedade e importância pela igreja que diz ser a “Noiva do Cordeiro”.
O exemplo da igreja de Laodicéia é o retrato exato da situação da maioria das igrejas. Igrejas mornas pregando um evangelho tolhido fingem para os homens e para si mesmas que servem piamente a Cristo quando na verdade estão a ponto de serem vomitadas.
Muitas igrejas estão imersas em sua própria arrogância, e assim, se acham as “igrejas da história” não se dão conta de que estão destituídas de poder do Alto.  De outro lado há as igrejas das “novas teologias”; igrejas onde o “fogo” cai. Em tais igrejas há muito, mais muito barulho mesmo, movimento e toda sorte de coisas avessas as Sagradas Escrituras, mas que para os propagadores dessas “teologias” são obras do Espírito Santo, ledo engano, não passam de invencionices humanas. Tais obras são fogo sim, mas fogo estranho!
Ao observar os dias atuais não tem como não voltar os olhos para a história da cristandade, e refletir acerca sobre dois dos maiores movimentos cristãos, a saber, o movimento puritano e o movimento morávio.
Os puritanos resgataram a pureza das antigas doutrinas da graça (os que muitos conhecem como os cinco pontos do calvinismo) e se empenharam em viver cabalmente os seus ministérios para a honra e glória de Deus. Os puritanos ao se voltarem para as Escrituras promoveram o retorno e o resgate das grandes doutrinas cristãs e assim foram revestidos de poder do alto de tal maneira que os teólogos puritanos são reconhecidos como os grandes baluartes da história da cristandade e isso se levando em conta os reformadores. Hoje a igreja vive um distanciamento das verdades bíblicas, e o mais estranho é que vivendo de tal forma ela queria reivindicar que está vivendo um avivamento. Só existe avivamento se houver um retorno às verdades do evangelho da graça de Cristo, ou seja, a igreja deve se voltar inteiramente para as Sagradas Escrituras. Assim foi durante a reforma protestante, a igreja medieval estava morta espiritualmente e Lutero queria tão somente que ela se voltasse para a Bíblia de maneira submissa e humilde.
Os morávios no tocante a avivamento são expoentes. Eles deram inicio ao maior movimento de oração na história do mundo que se tem conhecimento. Os morávios promoveram um momento de oração que durou exatos cem anos. Um século de oração ininterrupta que resultou num despertamento espiritual culminando com um grandioso movimento missionário, mas tudo começou também porque eles se entregaram de corpo e alma ao estudo das Escrituras, e junte-se a esse zelo pela Palavra de Deus um intenso fervor labor na prática da oração e assim chega-se a um verdadeiro derramar do Espírito Santo, ou seja, um verdadeiro avivamento.
Avivamento é uma obra soberana do Espírito Santo. O homem não tem poder para disseminar e nem autoridade para decretar um avivamento na igreja do Senhor. O avivamento só acontece e acontecerá quando o povo de Deus se voltar verdadeiramente para as Escrituras Sagradas. Foi assim com a Reforma Protestante do século XVI, foi assim com o movimento puritano e foi assim com os morávios. Mas, se nos debruçarmos sobre o Santo Livro veremos que foi exatamente o que aconteceu nos tempos do rei Josias. Ao assumir o torno aos oito anos de idade o rei Josias iniciou uma restauração no templo e no culto em Jerusalém, porém, quando estavam retirando o dinheiro que havia sido trazido à Casa do Senhor,  o sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei do Senhor, e depois do Livro ter sido livro na presença do rei, este enviou os sacerdotes consultarem a Deus por meio da profetisa Hulda e após o alerta da profetisa, o rei Josias promove a renovação da aliança ante ao Senhor e assim toda a terra de Judá e Jerusalém após ouvirem atentamente as palavras do Livro da Lei e assim o povo movido pelo poder do Espírito Santo se consagra ao Senhor de todo o coração (II Crônicas 34). O que ocorreu nos dias do rei Josias foi um verdadeiro avivamento, mas o que a maioria diz hoje ser “avivamento” não passa de invencionices humanas desprovidas de bases bíblicas e muito menos de poder do Espírito Santo. Enfim não passa de movimentos e brados de uma igreja morna que está a ponto de ser vomitada pelo Deus vivo.
Que a oração da igreja hoje seja a mesma do profeta Habacuque: “Aviva ó Senhor a tua obra...” (Hc 3.2). Que o Senhor pelo seu agir soberano irrompa no meio da sua igreja um avivamento tal qual nos tempos do rei Josias.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude para não sermos como a igreja de Laodicéia!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira



segunda-feira, maio 19, 2014

???



“Será que a mensagem que é bradada dos púlpitos hoje é o verdadeiro evangelho?”
As “teologias da moda” propagam uma mensagem muito similar ao evangelho bíblico, porém elas erram um ponto primordial: o evangelho da modernidade exalta o homem, glorifica-o como a pessoa mais importante do universo, porém o verdadeiro evangelho exalta a Deus.
A mensagem do evangelho da graça de Cristo desmascara a autojustiça humana, e faz com que o homem se enxergue como verdadeiramente ele é, a saber, um perdido morto em seus delitos e pecados, com um coração tão entenebrecido por conta do pecado que por si só não consegue enxergar que está atolado no lamaçal do pecado e que por suas próprias força e vontade é incapaz de sair de tal situação.
Nas palavras do pastor Paulo Cezar do Grupo Logos, em uma de suas canções: “Eu sinto verdadeiro espanto no meu coração em constatar que o evangelho já mudou... quem ontem era servo agora acha-se senhor”...essa canção foi composta e gravada em 1996 e é de uma atualidade incrível. Há uma terrível inversão de valores hoje, o homem que por meio da pregação genuína da Palavra de Deus deveria se submeter ao senhorio de Cristo, hoje se coloca numa situação de alguém que tem direito as benesses arroladas no evangelho da graça Cristo como se Deus fosse obrigado a lhe salvar baseado unicamente em desejo arrogante, pecaminoso e vil do coração humana. Se assim for a graça já não é mais graça.
A mensagem do evangelho hoje apresenta Jesus apenas na figura de Salvador. O pecador não é confrontado com sua real situação de perdido. Apenas lhe é dito que ele precisa aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal que os seus problemas terão fim. Nada é dito acerca de submeter-se à soberania divina, ou padecer perseguições para os que estão dispostos a viverem piedosamente uma nova e verdadeira vida em Cristo Jesus.
O evangelho pregado hoje na maioria das igrejas se satisfaz com decisões baseadas apenas em algumas palavras de persuasão que somente apresentam uma meia verdade acerca do evangelho (e às vezes nem meia verdade é apresentada) e convencem o pecador não por meio das verdades escriturística, mas, por meio de jargões psicológicos e filosóficos tirados de livros de autoajuda que são devorados vorazmente pelos pregadores da moda, não pra conhecerem os erros e evitá-los, mas sim para aprender como inflar o ego humano de uma maneira mais convincente e assim fisgar o pecador e convencê-lo de que o “evangelho” resolverá todos os seus problemas, e assim esses pregadores tomam para si a tarefa que é do Espírito Santo, que é convencer o homem do pecado, da justiça e do pecado (Jo 16.8).
As mensagens de hoje oferecem tudo: alivio para as dores, uma vida financeira vitoriosa, uma vida sem doenças; o crente de hoje é ensinado que não pode ficar doente porque Cristo levou sobre si todas as nossas enfermidades e assim como Ele perdoou os nossos pecados lá na cruz, assim, também curou todas as nossas enfermidades e dessa forma se cairmos doentes é porque estamos em pecado. Esse ensino uma distorção horrorosa das palavras do profeta Isaías no capitulo 53 de seu livro. Já imaginou os crentes que estão doentes estão em pecados, sendo assim, não tem uma pessoa no mundo inteiro sem que esteja doente, e isso inclui os ímpios, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).
Contudo esse evangelho que é oferecido hoje na maioria das igrejas em nada se parece com o verdadeiro evangelho da graça de Cristo. Nas palavras do príncipe dos pregadores, a saber, Charles Haddon Spurgeon: “quando o evangelho é pregado completa e poderosamente e o Espírito Santo é enviado dos céus, nossas igrejas não apenas retêm os seus, mas ganham outros convertidos; mas, quando desaparece aquilo que constitui a força da igreja – ou seja, ao ser encoberto o evangelho e menosprezado a vida de oração – tudo se transforma em mera aparência e ficção. Por isso nosso coração fica machucado de tristeza.” Spurgeon escreveu isso no século XIX, fico pensando no que ele diria acerca da igreja e da pregação nos dias atuais.
Na atualidade temos sido marcados por uma pregação antropocêntrica e Deus tem sido cada vez mais propositadamente deixado em segundo plano e sendo apresentado como Aquele que está totalmente à disposição de todos os quantos dizem que o aceitaram como seu salvador pessoal para que dessa forma persuasiva e torpe “este Deus” realize todos os desejos desses “professos cristãos”.  Contudo, essa pregação não é a verdadeira pregação do evangelho da graça de Cristo. O verdadeiro evangelho da graça de Cristo mostra o homem morto em seus delitos e pecados e sem nenhuma condição de salvar-se a por suas próprias forças e méritos. Só pela infinita, soberana e irresistível graça do Senhor é que o homem pelo agir soberano do Espírito Santo pode se achegar a Deus.
Esse é o verdadeiro evangelho! Esse é o evangelho que deve ser anunciado! Esse é o evangelho pelo qual o apóstolo Paulo viveu e morreu! O evangelho pelo qual Lutero e os reformadores lutaram! O evangelho do qual os Puritanos se tornaram grande defensores e expoentes! Esse é o evangelho que a igreja do Senhor deve proclamar, ensinar e viver!
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude a resgatarmos a pregação do genuíno evangelho de Cristo.
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira




quarta-feira, abril 30, 2014

Longe de Deus...



“Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Is 29.13)
Uma geração que ama a Deus de maneira superficial é dessa forma que a igreja hodierna tem se mostrado, o profeta Isaías fez essa exortação aproximadamente 700 anos de o Verbo se fazer carne e habitar entre nós.  Nunca essas palavras foram tão atuais.A atual geração quer se apresentar diante de Deus de qualquer forma.  “Será que Deus se sente glorificado com a forma como nos apresentamos diante Dele?”
A centralidade das Escrituras ao que parece não interessa a essa geração, que cada vez se corrompe mais e se distancia assustadoramente das verdades do evangelho.  Uma geração vazia e descompromissada com o evangelho é isso que surge hoje. O joio se alastra de forma desmedida no seio da igreja; e essa geração doente quer se apresentar a Deus como se fosse à raça eleita e o sacerdócio real, uma geração que com sua boca honra a Deus, mas que em seus corações Deus não está entronizado.
Não há mais um senso de santidade por parte daqueles que se apresentam diante de Deus. E isso engloba a todos: pastores, presbíteros, diáconos, missionários, missionárias, evangelistas, líderes de ministérios e departamentos, professores de escola dominical, enfim a superficialidade e a falsidade estão entranhadas de maneira sólida e visível no meio da igreja.
Há uma falsa santidade que permeia toda a vida cristã atual e isso afronta descaradamente a majestade gloriosa de Deus, pois, como uma geração corrupta e falsa pode adorar verdadeiramente um Deus que é absolutamente santo e perfeito?
Impulsionadas por pregações humanistas atual geração se aproxima de Deus como se este lhe fosse um eterno devedor. Essa geração só honra a Deus enquanto Ele estiver lhe proporcionando benesses materiais, mas, basta uma aflição para Deus ter menos importância, uma vez que Ele não mais abençoa pra que honrá-Lo ou adorá-Lo em Espírito e em verdade?
Os cristãos hoje se aproximam de Deus esperando todo tipo favor, pois é isso que as pregações tortuosas e humanistas têm enraizado nos corações daqueles que em busca de uma solução para a sua vida pecaminosa têm encontrado na maioria das igrejas e assim a soma dos que se aproximam de Deus apenas de boca e com lábios só aumenta. Isso é catastrófico e denigre o rico e maravilhoso legado deixado pro Lutero e demais reformadores, pois, Lutero lutou com todas as suas forças para que a pregação da Palavra fosse feita de forma pura e genuína com o intuito de formar cristãos sadios e verdadeiros servos do Deus Vivo. Todavia, esse legado não mais importa o que importa são templos lotados de pessoas vazias de Deus, mas cheias de si mesmas alimentadas por pregações de “pastores” que se dizem próximos de Deus e que se proclamam detentores de novas “revelações” vindas diretas do divino trono e com isso rebanhos pastam rumo ao inferno cegamente guiados por cegos.
Essa não é uma questão simples, pois ela não está restrita somente a exposição das Sagradas Escrituras, está enraizada por todas as áreas da vida e do ministério cristão, um exemplo bem claro disso está nas canções que são entoadas durante os cultos. Letras vazias e sem conteúdo bíblico que exaltam o homem e que força a Deus se dobrar a pecaminosa e tortuosa vontade humana.  Essa realidade vivida pela igreja atual é a confirmação da profecia de Isaías na qual se baseia esse post.
A vida devocional também é outro aspecto da atual geração que se adéqua a profecia de Isaías.  O momento de intimidade com Deus se tornou banal, pois é nesse momento que a geração atual acua Deus no canto da parede e o condiciona à sua vontade e Deus “se vê na obrigação” de abençoar e atender as orações dos seus “santos servos”.
Os servos verdadeiros do Deus Vivo são chamados para ser sal da terra e luz do mundo, mas o que se vê ao que parece é que surge uma geração que perdeu o seu sabor e a sua luz, e assim não pode mais fazer a diferença neste mundo tenebroso, e como se não bastasse ter perdido o sabor e não brilhar em meio às trevas, essa geração é cheia de mimos e não me toques. Isaías estava realmente correto, e isso só mostra mais uma vez a atualidade das Sagradas Escrituras. O Senhor Jesus usou as palavras de Isaías para advertir os fariseus e escribas que se portavam como “santos”, mas que verdadeiramente eram hipócritas. O Dr. Russell Shedd diz que a hipocrisia surge quando as atitudes e a vida íntima, tal como de fato são, não correspondem com as palavras e atos religiosos. Tal afirmação se adéqua perfeitamente a essa geração atual que se diz cristã. Diz mais o Dr. Shedd, em seu comentário acerca da passagem profética de Isaías (Is 29.13) “Os pensamentos e as diretrizes destes hipócritas estavam longe de atingir a vontade divina. A mesma situação se deu com os fariseus. Maquinalmente. Dogmas, litanias e liturgias decoradas, ensaiadas, sem amor, sem convicção.” 
Uma geração que se aproxima de Deus com dogmas, litanias e liturgias decoradas e se porta como detentora da verdade, porém não passa de uma geração sem vida.
Que Deus possa nos restaurar e nos colocar no caminho certo para uma verdadeira vida que honre e glorifique o Sublime Nome Dele.

Que Deus tenha misericórdia e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira



domingo, março 23, 2014

Sã Doutrina!!!!



“Os lábios do sacerdote deve guardar o conhecimento” (Ml 2.7)
É a tarefa primordial dos pastores preservar e ensinar a pura e genuína doutrina do evangelho da graça de Cristo, não há nada mais sagrado no ministério pastoral, do que a clara e firme exposição das Sagradas Escrituras.
Os dias são maus e a corrupção no da igreja enlameia o evangelho por causa daqueles que se autoproclamam “arautos” do evangelho os quais deveriam guardar o conhecimento da Palavra de Deus, porém, estão ao “seu bel” prazer distorcendo o glorioso evangelho a fim de darem justificativas para suas atitudes erradas e assim condenam o rebanho de Cristo a uma estagnação e a uma cegueira espiritual devastadora.
Pessoas que deturpam a verdadeira e gloriosa mensagem do evangelho que se transformam em verborragia propagada de seus púlpitos afirmando ser isto o inicio de um grande e genuíno avivamento, diante disso, não posso deixa de questionar: “Como pode ser essa imundície o inicio de um avivamento, se o que está sendo pregado não é o genuíno evangelho da graça de Cristo?” O que sai dos lábios de tais “sacerdotes” é tudo menos algo que honra a Deus.
O verdadeiro avivamento é uma obra soberana de Deus operada pelo Espírito Santo através da verdadeira exposição das Sagradas Escrituras.
Não tem como não deixar de citar num post sobre o dever de guardar o conhecimento de Deus não poderia deixar de citar os reformadores e os puritanos. Lutero descobriu o verdadeiro valor das Escrituras e diante de tal descoberta intentou reformar a igreja medieval. Ele desejava que os clérigos retornassem à Bíblia e assim não só os lábios, mas, também os seus corações estariam plenos do conhecimento de Deus. Daí surgiu o Sola Scriptura baseado em Jo 17.17. O desejo de Lutero era que a igreja voltasse a ensinar as Escrituras ao povo na língua materna, uma vez que a língua empregada era o latim. Os clérigos da época é claro que não aceitaram as argumentações de Lutero e o trataram como herege até a excomunhão.
Segundo J. M. Boyce o reformador francês João Calvino não tinha outra arma a não ser a Bíblia. Calvino expôs as Escrituras pelas Escrituras todos os dias crendo no principio hermenêutico de que a Bíblia se explica pela própria Bíblia. Dessa forma pelo poder do Espírito Santo a cidade de Genebra foi impactada pelo conhecimento que fluía do púlpito sobre o qual se postava um sacerdote que guardava em seus lábios e em seu coração o conhecimento acerca de Deus e de sua rica e bendita palavra, a saber, João Calvino.
Os puritanos também têm seu lugar na história da cristandade dentre àqueles que guardaram o conhecimento do Senhor e de sua rica e bendita palavra. Dentre os teólogos puritanos destaca-se o príncipe dos puritanos, a saber, o pastor congregacional John Owen. Owen reconhecia a necessidade de se guardar o conhecimento das Escrituras e reconhecia a sua divina origem por intermédio do Espírito Santo, em suas palavras: “Nisso consiste o testemunho que o Espírito dá à Palavra de Deus: sendo o Espírito Santo o autor imediato de toda a Escritura, ali por meio dela presta testemunho acerca da verdade e da origem da mesma, por meio das marcas da autoridade e veracidade divinas expressos nas Escrituras, evidenciando esses fatos por meio de seu poder e eficácia”. Por intermédio do Espírito Santo continua Owen, “as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento manifestam-se, de forma abundante e inequívoca, como a Palavra do Deus vivo”, e era essa Palavra que Owen pregava diariamente crendo que ela era (e ainda é) o poder de Deus para a salvação de todo aquele crê, isso mostra que, Owen se portava como um sacerdote cujos lábios guardavam o conhecimento de Deus.
Na contemporaneidade, salvo algumas raras exceções, a guarda do conhecimento bíblico não se faz mais necessário, uma vez que, a pregação se torna a cada dia mais humanista e exalta mais o homem do que a Deus, isso faz com o povo se afaste cada vez mais de Deus, o que nos faz pensar na assertiva do profeta Oséias concernente ao conhecimento de Deus e de sua Palavra: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento” (Os 4.6). Essa assertiva é o retrato da realidade que vivenciamos hoje. A assertiva do profeta Malaquias que introduz esse post deveria ser a realidade dos sacerdotes que estão como líderes do rebanho de Deus, contudo é justamente o contrário. O legado do Sola Scriptura deixado pelos reformadores hoje não é relegado como um simples principio arcaico e fundamentalista.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Que Deus nos dê sacerdotes que se sintam honrados que em seus lábios e corações repouse o conhecimento de Deus e de sua Palavra gloriosa e assim glorifique ao Eterno com a sadia exposição das Escrituras!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira