Infelizmente somos uma geração
ignorante! Somos uma geração que desconhece sua própria história! Uma geração
que não se importa com sua origem, com o seu passado e que desconhece suas
raízes doutrinárias e eclesiásticas.
Uma geração que não se baseia
mais nos cinco solas. Os princípios que moldaram a reforma protestante do
século XVI, a muito vem sido trocado por princípios humanos e distorcidos. Por
desconhecer a sua história nos tornamos uma geração fraca e medíocre, pois se
conhecêssemos a história dos pais apostólicos, dos pais da igreja, dos
reformadores, dos puritanos e do morávios (só pra começar) entenderíamos que
eles eram homens totalmente voltados à sã doutrina e à pregação genuína do
evangelho da graça de Cristo.
Esse vergonhoso e escandaloso esquecimento
nos torna uma geração preconceituosa. Quando ouvimos falar acerca da dedicação
e devoção dos puritanos, os taxamos de radicais e fundamentalistas, só que nos
esquecemos de que esse é o tipo de dedicação que o apóstolo Paulo ensinou e
exortou o seu amado filho Timóteo a seguir, ou seja, servir a Deus sem reservas
de todo o coração. Os puritanos apenas estavam seguindo a Bíblia. E nós o que
estamos seguindo?
Ignoramos muito acerca dos
primórdios da fé cristã. Achamos que algumas doutrinas quando são resgatadas
são novidades, mas nem de longe isso é verdade. A triste verdade é que deixamos
de pregar tais doutrinas e nos acostumamos com uma doutrina torpe e vã. Por
isso é tão necessário conhecermos nossa história, para entendermos o que os
nossos pais na fé viviam e ensinavam, e eu creio que era algo bem diferente do
que vemos hoje.
Perdemos tanto tempo em
discussões bobas acerca de nada e nos esquecemos de que temos um passado rico e
que deveria ser lembrado com mais ênfase. Não sou contra a defendermos um ponto
de vista doutrinário, muito pelo contrário sou a favor de termos uma identidade
doutrinária alicerçada nas Santas Letras. Mas, quando fazemos dessas discussões
nosso objetivo perdemos o foco real daquilo que somos ou pensamos.
Sir Isaac Newton disse uma vez:
“o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.” Nossa geração se
enquadra perfeitamente nessa assertiva de Newton, pois desconhecemos e muito o
nosso legado doutrinário.
Sentiremos um imenso pesar se
fizermos as seguintes perguntas à nossa geração:
“O que é a Confissão de Fé de
Westminster?”
“O que é a Declaração de Savoy?”
“O que foi a Confissão de Fé
Guanabara?”
Somos uma geração que não
respeita as suas tradições. Até o rico legado da reforma protestante do século
XVI é deixado de lado e tratado com desdém. A igreja tem se esquecido das
grandes verdades que serviram de alicerce para a reforma e estruturação da
igreja protestante ao longo de sua história, a saber, os cinco solas: Sola
Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria. Essas
verdades deveriam fluir livremente de um coração liberto na pessoa de Cristo,
mas o que vemos é uma verborragia de uma geração falsa, vil e demagoga que se
engolfa em soberba e arrogância se achando especial por se autoproclamar
“cristã”.
Uma geração sem herança, sem
legado, sem história está se desenvolvendo de maneira assombrosa, pois está em
busca do evangelho da moda. Em busca daquilo que é novidade, mas estão correndo
atrás do vento, pois tudo não passa de vã ilusão. Tudo isso me faz lembrar um
trecho de uma canção do inesquecível Sérgio Pimenta:
“Toda a novidade que vem
no vento
Ao peso da força, na rotina cai
Na monotonia do pensamento
Que à busca
de outra novidade sai”.
Esse trecho reforça a minha
assertiva de que vivemos em busca de novidades, mas a maior novidade, da qual
infelizmente fazemos pouco caso é que o Verbo se fez carne e habitou entre nós.
Essa era a novidade que os cristãos da igreja primitiva pregaram ao custo de
suas próprias vidas em sua maioria, os pais apostólicos, os pais da igreja, os
reformadores, os puritanos e todos quantos dedicaram suas vidas a Deus e por
Ele viveram intensamente até o findar de suas vidas. E é toda essa incrível
história de luta pela fé cristã regada por sangue que desconhecemos e que
precisamos resgatar urgentemente. Que Deus nos leve a uma incursão pela
história da fé cristã para que possamos entender quem somos e qual as nossas
origens.
Que Deus nos ajude e tenha
misericórdia de nós!
Soli Deo Gloria!
Joel da Silva Pereira
É muito bom andar com os sábios, não só com os mais vividos e experientes, mas também com os pais da igreja, que nos precederam em tempos não menos difíceis que o nosso. O resgate desse legado é um material riquíssimo para confrontar e identificar as heresias de nossos dias. Precisamos nos alertar para que não sejamos enganados pelos falsos cristos e falsos apóstolos. Necessitamos de aprofundar cada vez mais nosso conhecimento pessoal de Cristo, crescendo também em graça, e isso para a edificação da igreja.
ResponderExcluirQuando o evangelho genuíno é pregado, brota o arrependimento dos corações. Não há como ocultar a verdade por muito tempo, tornemos, pois, as boas obras dos puritanos, morávios e tantos outros que pertencem ao mesmo corpo de Cristo, conhecidas. O Senhor nos faça agradáveis a Ele, em todo o tempo, e que, hoje, sigamos as mesmas pisadas de Jesus Cristo. Amém.