sábado, fevereiro 01, 2014

Buscando Identidade...



Infelizmente somos uma geração ignorante! Somos uma geração que desconhece sua própria história! Uma geração que não se importa com sua origem, com o seu passado e que desconhece suas raízes doutrinárias e eclesiásticas.
Uma geração que não se baseia mais nos cinco solas. Os princípios que moldaram a reforma protestante do século XVI, a muito vem sido trocado por princípios humanos e distorcidos. Por desconhecer a sua história nos tornamos uma geração fraca e medíocre, pois se conhecêssemos a história dos pais apostólicos, dos pais da igreja, dos reformadores, dos puritanos e do morávios (só pra começar) entenderíamos que eles eram homens totalmente voltados à sã doutrina e à pregação genuína do evangelho da graça de Cristo.
Esse vergonhoso e escandaloso esquecimento nos torna uma geração preconceituosa. Quando ouvimos falar acerca da dedicação e devoção dos puritanos, os taxamos de radicais e fundamentalistas, só que nos esquecemos de que esse é o tipo de dedicação que o apóstolo Paulo ensinou e exortou o seu amado filho Timóteo a seguir, ou seja, servir a Deus sem reservas de todo o coração. Os puritanos apenas estavam seguindo a Bíblia. E nós o que estamos seguindo?
Ignoramos muito acerca dos primórdios da fé cristã. Achamos que algumas doutrinas quando são resgatadas são novidades, mas nem de longe isso é verdade. A triste verdade é que deixamos de pregar tais doutrinas e nos acostumamos com uma doutrina torpe e vã. Por isso é tão necessário conhecermos nossa história, para entendermos o que os nossos pais na fé viviam e ensinavam, e eu creio que era algo bem diferente do que vemos hoje.
Perdemos tanto tempo em discussões bobas acerca de nada e nos esquecemos de que temos um passado rico e que deveria ser lembrado com mais ênfase. Não sou contra a defendermos um ponto de vista doutrinário, muito pelo contrário sou a favor de termos uma identidade doutrinária alicerçada nas Santas Letras. Mas, quando fazemos dessas discussões nosso objetivo perdemos o foco real daquilo que somos ou pensamos.
Sir Isaac Newton disse uma vez: “o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.” Nossa geração se enquadra perfeitamente nessa assertiva de Newton, pois desconhecemos e muito o nosso legado doutrinário.
Sentiremos um imenso pesar se fizermos as seguintes perguntas à nossa geração:
“O que é a Confissão de Fé de Westminster?”
“O que é a Declaração de Savoy?”
“O que foi a Confissão de Fé Guanabara?”
Somos uma geração que não respeita as suas tradições. Até o rico legado da reforma protestante do século XVI é deixado de lado e tratado com desdém. A igreja tem se esquecido das grandes verdades que serviram de alicerce para a reforma e estruturação da igreja protestante ao longo de sua história, a saber, os cinco solas: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria. Essas verdades deveriam fluir livremente de um coração liberto na pessoa de Cristo, mas o que vemos é uma verborragia de uma geração falsa, vil e demagoga que se engolfa em soberba e arrogância se achando especial por se autoproclamar “cristã”.
Uma geração sem herança, sem legado, sem história está se desenvolvendo de maneira assombrosa, pois está em busca do evangelho da moda. Em busca daquilo que é novidade, mas estão correndo atrás do vento, pois tudo não passa de vã ilusão. Tudo isso me faz lembrar um trecho de uma canção do inesquecível Sérgio Pimenta: 
“Toda a novidade que vem no vento
Ao peso da força, na rotina cai
Na monotonia do pensamento
Que à busca de outra novidade sai”.
Esse trecho reforça a minha assertiva de que vivemos em busca de novidades, mas a maior novidade, da qual infelizmente fazemos pouco caso é que o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Essa era a novidade que os cristãos da igreja primitiva pregaram ao custo de suas próprias vidas em sua maioria, os pais apostólicos, os pais da igreja, os reformadores, os puritanos e todos quantos dedicaram suas vidas a Deus e por Ele viveram intensamente até o findar de suas vidas. E é toda essa incrível história de luta pela fé cristã regada por sangue que desconhecemos e que precisamos resgatar urgentemente. Que Deus nos leve a uma incursão pela história da fé cristã para que possamos entender quem somos e qual as nossas origens.

Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós!

Soli Deo Gloria!

Joel da Silva Pereira


Um comentário:

  1. É muito bom andar com os sábios, não só com os mais vividos e experientes, mas também com os pais da igreja, que nos precederam em tempos não menos difíceis que o nosso. O resgate desse legado é um material riquíssimo para confrontar e identificar as heresias de nossos dias. Precisamos nos alertar para que não sejamos enganados pelos falsos cristos e falsos apóstolos. Necessitamos de aprofundar cada vez mais nosso conhecimento pessoal de Cristo, crescendo também em graça, e isso para a edificação da igreja.

    Quando o evangelho genuíno é pregado, brota o arrependimento dos corações. Não há como ocultar a verdade por muito tempo, tornemos, pois, as boas obras dos puritanos, morávios e tantos outros que pertencem ao mesmo corpo de Cristo, conhecidas. O Senhor nos faça agradáveis a Ele, em todo o tempo, e que, hoje, sigamos as mesmas pisadas de Jesus Cristo. Amém.

    ResponderExcluir