terça-feira, abril 14, 2015

Imagem e Semelhança!!!



“Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gn 1.26a)
Que privilégio e honra ser formado à imagem e conforme a semelhança do Eterno Deus.
O homem, a coroa da criação, criado perfeito em semelhança à plena perfeição de Deus, estava acima de toda a criação. Encontrava-se em um estado de plena pureza. Porém, bastou uma única ação, apenas um ato de desobediência para que toda essa perfeição fosse desconstruída e este homem caísse de seu estado de graça e se afastasse totalmente da perfeita comunhão que gozava com o Pai (Gn 3).
Por causa desse ato insano do representante federativo da raça humana, a saber, Adão, toda a criação recebeu a devida paga pelo pecado e está sob a ira santa, justa e terrível do Onipotente Deus criador de todas as coisas.
O homem, outrora criado a imagem de Deus, agora se encontra morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1) e destituído da glória de Deus (Rm 3.23) e mergulhado em um estado tão depravado que por si só não tem forças de se achegar a Deus, sem que seja despertado antes por Deus através da obra regeneradora do Espírito Santo.
Nos dias atuais os cristãos querem ser parecido com pastor tal, “apóstolo” fulano, bispo beltrano, cantor sicrano! Querem ser parecidos com pessoas que alcançaram algum tipo de sucesso ou projeção, algum destaque ou alguém que por alguma razão ocupa uma posição vistosa. Querem se parecer com tudo e todos, menos com Deus.
Muitos podem alegar que cumprindo o que a Bíblia ensina por intermédio do apóstolo Paulo; Paulo disse com autoridade e ousadia: “sejam meus imitadores como eu sou de Cristo” (I Co 1.11). Será que esses “expoentes” aos quais os cristãos miram como sendo exemplos dignos de serem seguidos têm uma autoridade, ministério, comunhão com Deus e vida piedosa tal qual o apóstolo Paulo? Se Paulo exortou as suas ovelhas a o imitarem é porque o Espírito Santo o capacitou para isso. Paulo, em sua vida, expressava o caráter de Cristo, a ponto de dizer “vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Será que esses ditos “exemplos” dos cristãos hoje podem fazer tal afirmação?
O que se vê hoje é que o homem se corrompe mais e mais, e expressa de uma forma mais abrupta a sua depravação total consequência da queda no Éden, e dessa forma é impossível a este homem expressar alguma semelhança com o Deus Vivo. É certo que não alcançaremos a perfeição aqui nesta terra, embora haja uma corrente doutrinária que defenda que isso seja possível e ainda defende que o homem pare de pecar ainda aqui neste mundo tenebroso. A perfeição tal qual Adão em seu estado primário só será possível quando na segunda vinda de Cristo, os salvos na pessoa Dele receberem um corpo glorificado, antes disso é impossível e quem defende tal ensino está em total desacordo com as Santas Letras.
O que ocorre hoje é algo que o apóstolo Paulo deixou esclarecido em sua epístola aos romanos: “Porquanto trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram objetos e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém!” (Rm 1.25). Com a propagação de ensinos deturpados das Escrituras o homem que caiu de seu estado de graça passou a ser o objeto da adoração de homens que como esses “objetos de adoração” também são desprovidos da glória de Deus, ou seja, o que ocorre é uma terrível inversão de valores. O homem, que foi formado à imagem e conforme a semelhança do Deus vivo, sob os efeitos da queda passa a adorar e a exaltar homens caídos semelhantes a eles ou que talvez estejam em um estado ainda mais lastimável que o seu.
Os homens de hoje se vangloriam, a semelhança dos fariseus à época de Cristo, das suas obras, dos seus méritos, chegam ao cúmulo de se valerem de uma extrema arrogância, e ainda dizem batendo em seus peitos envaidecidos que são a imagem e semelhança do Deus vivo. Não é possível ver em tais homens os atributos que as Santas Letras asseveram acerca do Deus Todo Poderoso.
O que a história da cristandade revela é que os que mais expressavam e procuraram viver em semelhança a Deus, a saber, os pré-reformadores, os reformadores, os puritanos, os morávios e outros verdadeiros expoentes da fé cristã, ao contrário dos “exemplos” atuais, se consideravam os mais miseráveis dos pecadores tal como o apóstolo Paulo um dia se identificou.
Cristo, no Sermão do Monte, asseverou: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mt 5.48), essa é a ordenança que todo cristão deve seguir sem restrição se procura mesmo viver de uma forma que reflita a imagem e a semelhança do Deus Criador, mas só há um jeito dessa ordenança ser cumprida, e apenas os que verdadeiramente nasceram de novo podem cumpri-la, e ainda assim só conseguem cumpri-la pela a ação poderosa e sobrenatural do Espírito Santo de Deus em cada pecador salvo pela irresistível graça de Deus.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude, e que em sua soberana graça pelo agir do seu Santo Espírito sejamos transformados dia a dia à imagem e conforme a semelhança Dele. Amém!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

2 comentários:

  1. Ali no salmo oitavo, nós vemos a dignidade com que foi criado o homem (um pouco menor do que os anjos) e com que humildade ou humilhação ele se apresenta diante de Deus, não se achando digno de ser lembrado ou visitado.

    Todavia, ele nos dá a honra de sermos chamados filhos, de crer e sofrer pelo Filho Santo que gerou para morrer e ressuscitar por nós. Mas os primeiros, colocou ele como últimos neste mundo, para servir, para ser maltratados e perseguidos por causa do evangelho, tratados como indignos de viver aqui.

    Não temos nós que exaltar nosso ministério ou dom algum que tenhamos recebido, senão aquele que nos dá todas as coisas para o nosso bem e Sua glória: Deus. Que possamos conter o tesouro da graça do nosso Senhor em vasos de barro, mantidos inteiros, cheios e úteis somente por sua rica e grande misericórdia.

    Nas palavras de João Batista, "convém que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30).

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  2. Quantos em nosso meio estão á perecer enquanto á isto?! Todavia convém que ele cresça e que eu diminua, como está escrito em João. Honrar á Deus com nosso ministérios é uma oportunidade valiosa. Não querer honrar para si, rejeitar aplausos, nem fama e palcos, esse é o problema. Imagino como Deus agiria e seria se estivesse como homem aqui, a sua personalidade altruísta, cheia de compaixão e amor, veríamos a olho nu a grande semelhança, e com certeza ao vermos nos encheríamos ao ver seu testemunho. Uns iriam se sentir tristes pois estariam longes da semelhança devida, mas, se fosse assim não haveria valor, seriam apenas imitadores de obras e não do mesmo. Ao meu ver ser imagem e semelhança de Cristo, resume-se em SANTIDADE!

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