sexta-feira, agosto 14, 2015

Sem a Palavra e sem a Graça: A Geração Mimada!!!!



 Há uma canção do Grupo Logos que diz o seguinte: “Senhor Jesus, ainda não entendo o espinho, mas, se o mesmo, faz parte da tua cruz, eu o aceito...”
Essa canção nos remete a famosa passagem de II Coríntios 12. 1-10, na qual Paulo relata acerca do espinho que o afligia. Sobre esse “famoso” espinho recaem as mais variadas teorias, entretanto o que deveria ser ressaltado é o fato que Paulo relata que orou por três vezes pedindo a Deus que o livrasse desse espinho, mas Deus em sua soberania disse a ele: “A minha graça te é suficiente”.
Hoje, com o advento de toda sorte de doutrinas heréticas, está sendo propagado na maioria das igrejas que os cristãos devem viver sem nenhum tipo de sofrimento ou aflição, pois de acordo com o que é relatado pelo profeta Isaías acerca do servo sofredor (Is 53) toda a aflição findou-se na cruz com Cristo; os proclamadores dessas doutrinas interpretam o santo texto de Isaías, ao que parece da seguinte forma: “Se Jesus já passou por todo tipo de sofrimento e pesar, eu que sou seu filho estou liberto dessa maldição!” Será que tais pregadores nunca leram sobre a vida do apóstolo Paulo e das lutas e sofrimentos enfrentados por amor ao evangelho da graça de Cristo?
Não estou fazendo apologia ou discursando em prol de uma vida de comiseração, mas sim defendendo que o Santo Livro não nos ensina que estaremos isentos de dor, provas, tribulações enquanto aqui vivermos. O Santo Livro nos ensina, sim, que haverá um dia onde o Senhor enxugará dos rostos dos seus escolhidos toda lágrima e os aliviará eternamente de suas dores (Ap 21.4), mas isso não ocorrerá aqui, mas sim na glória celeste onde reinaremos com o Leão da Tribo de Judá.
As Escrituras ensinam que todos os servos verdadeiros que querem viver uma vida piedosa em Cristo padecerão perseguições (II Tm 3.12). Ninguém, a exceção de Cristo, poderia escrever tais palavras melhor que o apóstolo Paulo, dado aos inúmeros reveses que sofreu durante o exercício do seu ministério.
Não é necessário examinar a vida de Paulo para entender que o cristão não está isento de passar por dores, sofrimentos e até ter espinhos em sua carne. O maior exemplo, de sofrimentos e lutas, é o próprio Cristo. Muitos pensam que o maior sofrimento ou maior ato de humilhação de Jesus foi o sofrimento na cruz! O maior ato de humilhação e sofrimento na vida de Cristo foi Ele ter-se feito carne e habitado entre nós (Jo 1.14). Depois disso, Ele passou por inúmeras provas, sofrimentos e dores como está descrito no livro do profeta Isaías (que hoje é mal interpretado propositadamente por homens que não têm compromisso com Deus e sua palavra bendita): “Verdadeiramente ele tomou sobre as nossas enfermidades de levou sobre si as nossas dores; e nós o consideramos aflito, ferido por Deus. [...] Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; e como a ovelha muda foi diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (Is 53.5,7). Se isso não padecer sofrimento, devo dizer que não sei mais o que poderia ser!
O exemplo de Cristo revela a terrível geração de murmuradores e queixosos que nos tornamos. Cristo passou por situações mais aterradoras que as nossas, e mesmo diante da morte iminente, ele não resmungou, murmurou, nem sequer abriu a boca. Podem até dizer, mas ele é Deus e é onipotente, mas muitos se esquecem de ou não querem aceitar (pois se o fizerem ficam sem desculpas) que Cristo era 100% homem, como relatado em Filipenses: “Assim na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8), e tudo o que suportou em sua carne, ele o fez como sendo cem por cento homem, ou seja, o Cordeiro de Deus, viveu uma vida de dores, aflições e privações, e por que queremos viver de modo diferente? Em que somos melhores que o Messias?
A geração atual é egocêntrica e muito mimada. Uma geração que quer ser adulada e paparicada de todos os lados. Uma geração que quer ser “cristã” sem ter que carregar a cruz. Uma geração que não lê as palavras do próprio Cristo: “No mundo tereis tribulações” (Jo16. 33). Uma geração que mesmo se dizendo cristã ignora essa contundente verdade, e defende que a vida cristã deve um mar de rosas. E para piorar ainda mais esse tão terrível quadro, essa geração, corrompida e analfabeta da Bíblia, dissemina a ideia de que a vida é um mar de rosas como uma verdade absoluta, como se esta fosse a verdadeiramente a mensagem do evangelho da graça de Cristo.
Ao olharmos para o relato de Isaías acerca do servo sofredor, a saber, o Messias e tudo o que Paulo passou e suportou, temos que entender que há algo primordial nas vidas de ambos, e é claro que infinitamente mais na vida de Cristo, que fez toda a diferença. Algo que os fez perseverantes e submissos à vontade soberana de Deus, esse algo primordial chama-se PIEDADE! Uma vida piedosa sempre trará consigo lutas, revezes e até espinhos.
No verdadeiro evangelho da graça de Cristo há uma cruz, lutas, dores, sofrimentos, perseguições, tribulações e toda sorte de outras intempéries, mas há, e sempre haverá Jesus Cristo conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
O reverendo Augustus Nicodemus disse: “Deus nunca nos prometeu uma viagem tranquila, somente uma chegada certa!”
Em meio a tudo isso, que os verdadeiros servos do Senhor guardem e se apeguem com amor, fé e devoção às palavras de Cristo para Paulo: “A minha graça te é suficiente”, mesmo que não entendam os espinhos, as aflições, as lutas ou quaisquer que sejam as adversidades, a graça do Senhor é suficiente!

Sola Gratia!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

Um comentário:

  1. Palavra encorajadora e consoladora.
    Não há exemplo maior do que o de Cristo. Se citarmos nossos conservos, louvemos a Deus por tais membros de Cristo.
    Sirvamos ao Senhor e ao seu povo com os dons que ele nos deu para edificar a igreja.
    Soframos por ele como bons soldados de seu reino! Treinemos juntos como atletas mais que vencedores, nas provações e tribulações daqui. Semeemos com lágrimas e ceifemos com alegria, até a nossa partida para a casa eterna.
    Não temamos, porque em Cristo teremos paz (Jo 16:33a).

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