O
bispo Ryle, em seu livro Santidade, afirma que pecado “é aquela vasta enfermidade
moral que afeta a raça humana inteira, em todas as classes e níveis, nas
nações, povos e línguas – uma enfermidade da qual apenas um único homem nascido
de mulher esteve isento”. Essa verdade não é mais tão propagada como antes. Ao
que parece não existe mais uma preocupação e nem uma necessidade latente de
fazer o homem cônscio de sua morte em delitos e pecados. Se realmente nos
vemos como igreja, e essa igreja deve glorificar a Deus e se satisfazer por
toda a eternidade, temos que entender que para isso temos duas coisas à fazer,
a saber, denunciar os pecados e buscar a edificação dos santos.
Externando
uma preocupação semelhante a do bispo Ryle, o pastor Charles Leiter, em seu
livro Justificação e Regeneração, diz que o pecado é problema final e, de fato
o único problema da humanidade. Independente de qual seja a época e os tempos,
podemos ver que é preciso, sim, mostrar a humanidade que a queda de Adão causou
a depravação total de toda a raça.
Infelizmente
vivemos dias onde a pregação das sagradas doutrinas da graça perdeu fôlego, mas
para a glória de Cristo há um remanescente fiel que se mantém firme e constante
na exposição das sãs doutrinas do evangelho da graça de Cristo. Lutero, em uma
das suas 95 teses, assevera que o maior tesouro da igreja é o evangelho da
graça de Cristo. Só que esse evangelho dia após dia vem sendo mais e mais
deturpado, a ponto de sua exposição não ser o meio pelo qual os pecadores se
tornam cônscios de sua natureza depravada.
A
teologia das igrejas neopentecostais aliada à covardia e falta de compromisso
de muitos, que se dizem “arautos” do Senhor, são de enorme contribuição da
atual escassez de pregações acerca da doutrina do pecado. As igrejas
neopentecostais tiram os textos bíblicos dos seus contextos e expõem um
evangelho humanista, um evangelho água com açúcar que endeusa o homem e o
retratam como um ser que apenas age em reposta a um meio que está corrompido.
Mas, daí surge a seguinte a indagação: “quem corrompeu esse meio?”. Já os
“arautos” covardes vendo o crescimento numérico de tais igrejas, se utilizam de
práticas pragmáticas para aumentarem seus rebanhos. É nesse contexto que entram
as pregações humanistas, mensagens de autoajuda, exposições bíblicas que nada
tem a ver com o verdadeiro evangelho da graça. Tais mensagens iludem o homem
pecador e o coloca numa espécie de ilusão, na qual ele se sente como alguém a
quem Deus deve submissão, e Deus tem a obrigação de atender aos mais depravados
e estapafúrdios desejos de um ser que está morto em seus delitos e pecados, mas
é aqui que vemos o erro desse povo, suas mensagens não contêm nada acerca da
doutrina do pecado. Nessas mensagens o homem não é apresentado como alguém que
está morto, mas sim como alguém "bonzinho" que apenas se
desviou um pouco do "caminho". Nessas mensagens o homem precisa
apenas levantar a sua mão e instantaneamente se torna "um salvo".
Contemplando
esse terrível quadro da igreja hoje, nos parece que voltamos aos tempos de
Lutero, onde a igreja só se interessava em aumentar o seu poderio numérico,
político e acima de tudo financeiro. Com uma igreja que pensa e age
dessa forma, não há espaço nesse tipo de igreja para a sã doutrina e muito
menos para denúncia pública dos pecados dos ouvintes. Não vale a
pena,do ponto de vista dessas igrejas e seus líderes, a genuína pregação do
evangelho. Pregar a Bíblia e denunciar o pecado simplesmente são vistos como
algo que causa esvaziamento de suas igrejas, e isso não é bom para os negócios.
Pensar e agir assim chega a ser abominável. Será que essas pessoas
acham que Deus as deixará sem a devida paga por tão hediondo erro? Será que
nunca leram em suas Bíblias que de Deus não se zomba e nem se escarnece (Gl
6.7)?
Se
realmente somos filhos de Deus não podemos nos eximir da responsabilidade de
denunciar o pecado do homem. As boas novas do evangelho inevitavelmente passam
pela denúncia dos pecados. Em seu sermão no dia de pentecostes Pedro
asseverou:"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados..."(At
2.38). A verdadeira
pregação que exalta a Deus expõe a necessidade do arrependimento dos pecados.
Esse texto deveria fazer a diferença e servir de parâmetro para os pregadores
da bendita Palavra de Deus: "Quando eu disser ao ímpio: Certamente
morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu
mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade,
mas o seu sangue, da tua mão requererei" (Ez 3.18).
O pecado deve ser confessado e abandonado. O homem
precisa ser alertado sobre o seu estado de morte espiritual, e é nosso dever
pregar o verdadeiro evangelho. Paulo escrevendo aos Corintios
disse:"Porque se anuncio o evangelho, não tenho do que me gloriar, pois me
imposta essa obrigação; e ai de mim, se não pregar o evangelho!" (I Co
9.16). Devemos anunciar o verdadeiro evangelho da graça de Cristo, e dessa
forma denunciar o pecado e anunciar a salvação na pessoa bendita e gloriosa de
Cristo. Que Deus em sua soberania nos constranja a sermos pregadores
fiéis do verdadeiro evangelho de Jesus.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Que verdades aqui ditas meu amigo, fazemos de Deus servos e somos seu senhor, as empresas que se intitulam igreja prezam por seu bem estar financeiro, vemos uma geração Narcisista e egocêntrica, que coloca suas necessidades acima de tudo, não se humilham na presença do nosso Senhor, não pedem perdão pelos seus pecados, não entendem o processo de santificação e nem tão pouco se vêem como pecaores, de modo que o amor de Deus para eles não passa de uma "obrigação" de Deus para com a humanidade. Que Deus tenha misericórdia de nós
ResponderExcluirGraças a Deus que o Seu zelo se manifesta na verdade que liberta. Muitas mensagens de pregações lisonjeiras são apenas seduções de uma Babilônia adúltera. Todavia, a graça do Senhor Jesus faz-nos ver quem somos realmente, e daí depender de Cristo para tudo. Que o Pai nos santifique nele ainda mais e nos faça perseverantes e constantes no Seu amor!
ResponderExcluirGraça e Paz
ResponderExcluirBoa vontade ou uma simples necessidade não é suficiente para servir, muitos pensam que pode esta na presença de Deus de qualquer forma. Lembro-me de Aió e Uzá e dos setes filhos de Ceva, um tinha boa vontade e outro quis servir sem nem ao menos conhecer a Cristo.