Como poderemos manter uma espiritualidade
saudável se não conhecemos a Deus?
Ao longo da narrativa bíblica podemos observar
a presença de homens que temeram a Deus de todo o seu coração e que desenvolveram uma espiritualidade a partir de um
profundo relacionamento com Deus. Essa espiritualidade bíblica diz respeito a
uma clara compreensão daquilo que somos e da Pessoa de Deus com quem nos
relacionamos.
Temor, reverência, devoção,
adoração, confiança e profundo desprendimento são características fundamentais
para que Deus seja honrado pelo que é e para que haja um aprofundamento nesta
espiritualidade que pretendemos desenvolver com Ele.
Não tem como desenvolver uma
espiritualidade saudável sem conhecer a Deus. O profeta Daniel diz: “... mas o
povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas” (Dn 11.32), ou seja, para
que sejamos fortes espiritualmente e façamos proezas precisamos conhecer a
Deus.
O conhecer
na Bíblia é mais do que uma absorção intelectual, mais do que uma apreensão
mental. Timothy Keller explica isso muito bem quando diz:
“O que faz de Alguém um cristão não é tanto o
fato de conhecer a Deus, mas de ser conhecido por Ele. “Conhecer” na Bíblia
significa mais do que a ciência intelectual. Conhecer alguém é estabelecer um
relacionamento pessoal com a pessoa.”
Tiago, o
bispo de Jerusalém e irmão do nosso Senhor Jesus, em sua epístola declarou: “Quem
dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em
mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em
vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há
inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a
sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada,
tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem
hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a
paz.” (Tg 3.13-18)
O conhecer
a Deus não é algo para que venhamos a nos orgulhar, mas algo que concorra para
a glória de Deus. Todo conhecimento acerca de Deus deve culminar numa prática
que promova glória a Deus, em comunhão com os santos, em caráter cristão, em
louvor ao Trino Deus. Esse conhecimento de Deus produz frutos, produz obras (Ef
2.11), esboça misericórdia, sabedoria, paz. E para que possamos desenvolver uma
espiritualidade bíblica saudável esse conhecer a Deus, ao qual o profeta Oseias
nos convoca, deve ser algo contínuo e constante na nossa vida. Não cessa. Não
fica estagnado, ele é crescente. E esse conhecer leva-nos progressivamente a
santificação.
Quando
crescemos na graça e no conhecimento, buscamos tanto estudar profundamente as
escrituras quanto orar e confiar em Deus. É quando agimos de um modo onde a
plenitude de Deus pode estar operante em nós que mostramos se estamos ou não
extremando um desses atributos e esquecendo o outro. É quando usamos nossa
mente para entender a Palavra e oramos para que Deus opere nos corações. Como
expôs Jonathan Edwards: “Os Hipócritas [...] são como Efraim na antiguidade, de
quem Deus reclamou muito e disse: ‘Efraim é um bolo que não foi virado. ’ (Os
7.8). Ou, como diríamos meio cru.”
É
exatamente isso que devemos evitar. Não podemos ser ‘queimados’ demais de um
lado e ‘crus’ do outro. Devemos sempre buscar crescer mais e mais em cada uma
dessas duas atuações cristãs. Não nego que sempre haverá irmãos com um
ministério mais enfático em um ponto ou outro, mas isso não deve ser em níveis
desproporcionais. Nunca alguém por ter um ministério que enfatiza a Graça e o
Poder de Deus pode andar longe da Palavra. Nem alguém que é usado por Deus como
Mestre nas escrituras pode viver sem ter uma real intimidade com a manifestação
do Espírito Santo. Embora cada um expresse Cristo de uma forma que os outros
não podem, contribuindo para o equilíbrio da expressão coletiva de Cristo, a
expressão individual deve ser equilibrada também.
Cresçamos tanto na
Graça quanto no Conhecimento! Que nunca estejamos parados ou inertes, mas
sempre buscando orar a Deus para que Ele possa multiplicar suas virtudes em
nós.
Que Deus tenha
misericórdia de nós e nos ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva
Pereira
Amém! Oremos para que a manifestação exata e sincera de Cristo seja visível em nós, e para a glória dele, também por nós seja vista nos nossos irmãos amados! Como é bom meditar nesse assunto!
ResponderExcluirOohh Glória! Glória a Deus por sua vida meu amigo! Sábias pertinentes colocações para nossa geração.
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