sábado, janeiro 21, 2012

Que Igreja,Que Geração!!!


A má teologia prejudica as pessoas e desonra a Deus. A igreja contemporânea vem disseminando uma teologia deturpada ao pregar um evangelho para os homens viverem comodamente satisfeitos suas vidas. Um evangelho torpe que atende sobremaneira a todos os desejos desta geração que não sabe que há mais valor no Eterno, e não nesta vida passageira. 
O evangelho que denuncia o pecado e que traz edificação aos santos está em processo de extinção, salvo algumas exceções, pois Deus ainda mantém um remanescente que ainda é fiel as antigas doutrinas da graça e que ainda prega o genuíno evangelho da graça de Cristo. Contudo, mesmo Deus preservando um remanescente, nos é impossível não perguntarmos: “O que há com igreja? E que tipo de geração esse evangelho torpe está criando?” Essas duas perguntas devem tirar o sono de qualquer cristão verdadeiro que acredita verdadeiramente no evangelho da graça de Cristo.
Em resposta temos que infelizmente a igreja tem se tornado como o mundo. O mundo está preocupado apenas no acúmulo desenfreado de riquezas. Dessa forma as igrejas manipulam o sagrado evangelho de Cristo para embasar suas falsas doutrinas. Manipulam de uma forma tão sutil e sórdida que os fiéis são iludidos e absorvem essa teologia depravada. Por pregarem essa má teologia onde o que importa é o TER e não o SER, tais igrejas se esquecem do senso de urgência que o evangelho requer de nós. Tal senso de urgência deveria fazer com que o cristão entendesse que por mais que ele viva no plano terreno sua vida está arraigada num plano ainda mais superior, a saber, no Eterno. Nesse aspecto da urgência de se preocupar e procurar viver a eternidade já aqui, não se tem melhor exemplo que os Puritanos. Eles de maneira alguma atribuíam demasiada importância as coisas desta vida em detrimento aos valores espirituais, mas as igrejas de hoje (em sua maioria) se tornaram insensíveis e indiferentes para com as coisas do alto e desta feita estão se conformando com este mundo e estão acumulando tesouros que o ladrão pode roubar e vivendo de uma maneira como se não conhecesse o Senhor. É como se as igrejas pregasse a Cristo apenas como salvador da igreja e não como o seu verdadeiro e suficiente Senhor, uma vez que por causa de sua má teologia, o seu senhor é Mamom.
Em resposta a pergunta sobre que geração está sendo gerada nessas igrejas, pode-se dizer que é uma geração que a sua esperança em Deus está apenas nas necessidades da existência terrena. A prioridade de suas orações evidencia essa situação lastimável. Uma geração que ora e jejua não porque quer estar em doce comunhão e profunda e santa intimidade com o Senhor ou crucificar a carne e assim renunciar a sua vontade, mas o faz em busca das bênçãos que Deus pode conceder, ou seja, Deus tem que satisfazer a vontade dessa geração se não Ele não será Deus, e muito menos dessa geração. O pastor John Piper comenta: “os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos simples prazeres da terra. Os prazeres dessa vida e os desejos por outras coisas não são o mal e si mesmo. Não são vícios. São dons de Deus. Mas todos eles podem tornar-se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossas vidas.”
Acumular preocupações com as coisas desta vida é um dos muitos ditames dessa má teologia que tem se alastrado no meio cristão. E tal ditame endurece a necessidade de buscar mais a Deus do que as bênçãos provenientes dele.
Uma igreja que deturpa o evangelho da graça de Cristo não pode de maneira alguma gerar cristãos saudáveis. Gerará sim, uma geração tão deturpada quanto o evangelho que por ela é ensinado. Uma geração que está longe de “fixar seus olhos não nas coisas que se veem, mas naquilo que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (II Co 4.18), tal geração está mui longe de entender esse rico princípio bíblico.
Ficamos a pensar (os autores deste artigo) qual seria a reação dos pais da igreja, dos reformadores, dos puritanos e de todos os que deixaram (sem citar Cristo e os apóstolos) tão rico legado doutrinário e que hoje é tão facilmente deturpado.
Uma igreja fria e vazia de doutrina, mas cheias de heresias e de pessoas vazias de Deus e uma geração totalmente desprovida de compromisso para com Deus e sua mui grandiosa e excelente obra.
Nas palavras do princípe dos pregadores, a saber, Charles Haddon Spurgeon: “quando o evangelho é pregado completa e poderosamente e o Espiríto Santo é enviado dos céus, nossas igrejas não apenas retêm os seus, mas ganham outros convertidos; mas quando desaparece aquilo que constitui a força da igreja – ou seja, ao ser encoberto o evangelho e menosprezada a vida de oração – tudo se transforma em mera aparência e ficção. Por isso, nosso coração fica machucado de tristeza.”  
Assim nos perguntamos: “Até quando ficaremos de braços cruzados inertes em nosso comodismo sem tomarmos nenhuma atitude que seja para mudarmos tão terrível quadro?”

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira
Sonaly Soares
                                                                                                                                  

sábado, janeiro 07, 2012

Mortos não têm Vontade!!!!




O reverendo e teólogo metodista Richard Watson disse: “por natureza o homem é totalmente corrompido e degenerado; por si mesmo é incapaz de qualquer bem... todos nascem num estado de morte espiritual.” Essa afirmação veio de um teólogo arminiano. Admira-me que um arminiano diga tal coisa, pois como se sabe os arminianos são defensores do ensino do livre-arbítrio. Contudo tal afirmação ensina que o homem está morto, o que não me deixa de questionar o seguinte: “Se o homem está morto e morto não tem vontade, então como pode ter o homem o livre-arbítrio?” Uma vez que tal ensino defende que o homem tem uma vontade livre! Como pode tal ensino ser concebido?
Os que acreditam no livre-arbítrio negam a doutrina da depravação total da raça humana, alegando que ainda há no homem algo bom que o faz voluntariamente voltar-se para Deus, ou seja, o homem tem em si mesmo o poder de arrepender-se de seus pecados. O homem, partindo dessa premissa, encontra em sim mesmo uma fé que o faz acreditar em Cristo por suas próprias forças sem a operação do Santo Espírito de Deus. O homem segundo tais defensores é dotado do livre-arbítrio.
Os arminianos defendem que o homem depois da queda não se depravou totalmente, apenas uma porção do homem foi afetada pelo pecado e a sua vontade de escolher voluntariamente o que é bom e desta feita o caminho que conduz a Deus não foi afetada. Mas, não é isso que ensina as Sagradas Escrituras.
Em Rm 5.12-21 Paulo ensina, mui claramente, que Deus criou o homem sob o princípio de representação. Todos caímos no primeiro Adão. “Por um só homem entrou o pecado no mun­do, e pelo pecado a morte; assim também a morte passou a to­dos os homens, porque todos pecaram” (v.12); “pela ofensa de um só morreram muitos” (v.15); “o julgamento derivou de uma só ofensa para a condenação" (v.16); “pela ofensa de um só rei­nou a morte” (v.17); “por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação” (v.18); “pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores” (v.19).

Deus age igualmente sobre a mesma base de representa­ção quanto à nossa salvação, como Paulo ensina no mesmo capí­tulo. Se foi justo que caíssemos pela desobediência do primeiro Adão, é igualmente justo que nos levantemos pela obediência do segundo Adão, Jesus Cristo. Em Adão tornamo-nos pecadores; em Cristo somos justificados e santificados e, por conseguinte ficamos libertos do pecado.

“Se pela ofensa de um só morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante sobre muitos... o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação, mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se pela ofensa de um, e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que da vida. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos” (Rm 5.15-19).

Não admitir que herdamos de Adão o pecado é não crer que herdamos de Cristo a justiça. Não reconhecer que fomos condenados em Adão é não admitir que podemos ser salvos em Cristo. Porque, se não somos condenados pela desobediência de Adão, como podemos ser perdoados e justificados pela obe­diência de Cristo, de quem Adão foi figura? (Veja-se Rm. 5.14).

Defender o livre-arbítrio é defender que Deus não é soberano totalmente, mas apenas em partes, uma vez que a nossa salvação depende de nossa escolha e não de sua vontade soberana. Ou seja, o homem não precisa do Espírito Santo para convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) uma vez que ele próprio pode se conscientizar de sua condição pecaminosa, então me pergunto: “Qual a função do Espírito Santo?” Defender tal ensino implica dizer que o homem pode ser justificado por seus próprios méritos, uma vez que escolher já se constitui em um ato humano! Mas, então como harmonizar isso com os ensinamentos bíblicos? Resposta: “É impossível!”

O profeta Isaías declarou: “Todos nós somos como o imun­do, e todas as nossas justiças como trapos da imundícia” (Is 64.6). Se o melhor de nosso ser e de nossos atos, a saber, nossa justiça, é como trapos da imundícia, que dizer de nossos pecados?

A Bíblia diz que não conhecemos nossos próprios corações. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Foi esta a experiência de Moisés, quando pôs a mão no seio; tirando-a depois “eis que a mão estava leprosa, branca como a neve” (Êx 4.6). Ele não sabia que possuía lepra em seu seio. Deus provou Ezequias, para mostrar-lhe tudo o que lhe estava no co­ração (II Cr 32.31). Do coração, que pensamos ser tão bom, é que procedem todos os males (Mc 7.18-23).

Todo estudante da Bíblia conhece como Paulo descreveu o homem, em sua epístola aos Romanos, cap. 3, vs. 10-18. Aí retrata ele tristemente todo o gênero humano, tanto judeus como gentios, como completamente contaminado, desesperado e desamparado, humanamente falando.

“Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aber­to; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios; a boca eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue; nos seus caminhos há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos”.

Paulo diz ainda que “o homem natural”, isto é, o irregenerado “não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espi­ritualmente” (I Co 2.14). Disse também que “o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7).

Os pensamentos de seu coração são maus de contínuo. Até suas justiças são trapos imundos, à vista de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente perverso, cheio de lepra espiritual — fonte de todos os pensamentos e ações más. Sua condição é de completa contaminação e impiedade, de desespero e desamparo. Ê cego, e somente Deus pode abrir-lhe os olhos. É escravo, e somente Deus pode libertá-lo.

Encerro este artigo dizendo que depois desse estudo detalhado dos textos bíblicos aqui mencionados me mostram que o livre-arbítrio é uma ilusão do enganoso coração humano, e ainda assevero que defunto não tem vontade, e como a raça humana está morta em delitos e pecados não tem vontade alguma e muito menos que essa “vontade” a possa conduzir à salvação!

“Pode um cadáver, no túmulo, erguer-se daí pela mú­sica mais suave que já se tenha inventado, ou pelo mais retumbante trovão que pareça abalar os pólos da terra? Tal acontece com o pecador, morto em delitos e pecados: não se move pelo trovão da lei, ou pela me­lodia do Evangelho. “Pode acaso o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal. (Jr 13.23)”.

E nas palavras de um dos maiores arminianos da história cristã, o grande John Wesley: “Reconhece-te pecador e de que maneira o és. Reco­nhece a corrupção de tua íntima natureza, pela qual estás muito distanciado da justiça original, e pela qual “a carne cobiça” sempre “contra o espírito”, median­te essa “mente carnal” que “é inimiga de Deus”, que “não é sujeita à lei de Deus, nem de fato o pode ser”. Sabe tu que és corrompido em toda a tua capacidade, em cada faculdade de tua alma. Sabe que és total­mente corrompido em tudo isso, inteiramente perver­tido. Os olhos do teu entendimento estão obscurecidos, de sorte a não poderem discernir Deus, ou o que lhe diz respeito. As nuvens da ignorância e do erro permanecem sobre ti, envolvem-te com a sombra da morte. Ainda não sabes nada como devias saber, nem a respeito de Deus, nem do mundo, nem de ti mesmo. Tua vontade não é mais a vontade de Deus, mas está inteiramente pervertida e falseada, avessa a todo o bem, a tudo quanto Deus ama, e inclina-se para todo o mal, para toda abominação que Deus odeia. Teus afetos estão alienados de Deus e se distribuem por toda a terra. Todas as tuas paixões, sejam desejos, ou aversões, alegrias ou dores, esperanças ou temo­res, estão desajustadas, não se mantêm nas devidas proporções ou têm por alvo objetos impróprios. As­sim sendo, não há sanidade em tua alma, mas “desde a planta do pé à cabeça (na expressão forte do pro­feta) não há coisa sã, senão feridas, contusões e cha­gas inflamadas”. Tal é a corrupção inata do teu coração, de tua íntima natureza... E que frutos podem brotar de tais ramos? Só frutos amargos e ruins continuadamente”.

A doutrina da total depravação ou incapacidade do homem não podia ser expressa em linguagem mais forte do que a empregada acima, pelo notável arminiano João Wesley.

Se Wesley sendo arminiano refutou o livre-arbítrio eu não posso dizer mais nada!!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!


Joel da Silva Pereira
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