Em 1517, o monge alemão Martinho
Lutero lutou contra a imoralidade da igreja medieval, contra a depravação do
clero e toda sorte de atos imundos que eram praticados que eram praticados “em
nome de Deus”. As celebrações eram odiosas, pois a Bíblia (a qual só o clero e
os de famílias abastadas tinham acesso) era ensinada de maneira torpe e vã com
intuito de justificarem todas as abominações praticadas pela igreja medieval.
Nesse contexto onde as Sagradas Escrituras eram deturpadas de maneira vil, Martinho Lutero inconformado
com tão horrenda situação afixa nos portais da catedral de Wittenberg as suas
famosas 95 teses dando inicio a Reforma Protestante. Nunca foi propósito de
Lutero causar a divisão da igreja medieval. O que ele tencionava era que a
igreja se reformasse voltando às Sagradas Escrituras e assim ensinar que a
Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática, ou seja, Lutero queria que a
igreja medieval se portasse como a verdadeira igreja, a noiva imaculada do
Cordeiro de Deus.
Assim, como foi nos dias de
Lutero, hoje a verdadeira igreja é uma sombra de do que deveria realmente ser!
A igreja deve viver a verdade de que a Bíblia é a única regra de fé e prática.
A verdadeira igreja deve prestar um culto reverente e dedicado inteiramente à
glória de Deus. Contudo, o que vemos é uma
total irreverência para com Deus e sua glória.
O culto hoje se tornou um
ridículo show onde o homem á personagem principal. Tudo o que é feito no culto
é para o prazer e a satisfação da depravada, pecaminosa e morta vontade deste
homem, que está tão envaidecido e cheio de orgulho e arrogância que não se dá
conta de que está morto em seus delitos e pecados.
Outra abominação que assola o
cristianismo hoje é que a verdadeira igreja tem seu tamanho medido físico e
numericamente, uma vez que o que interessa é o crescimento quantitativo e que
par alcançar esse inchaço os líderes lançam mão de tudo que é estratégia,
inclusive transformar o culto, que deveria ser em honra a Cristo, em um
espetáculo ridículo. E também cometem os mais perigosos dos erros. Deturpam a
sã doutrina! Digo que a deturpação da sã doutrina é o mais perigoso de todos os
erros porque uma vez que o evangelho da graça de Cristo é pregado de maneira
torpe, todas as demais partes da liturgia do culto são distorcidas e vis, e
assim não atribuem glória e honra a Deus! Com essa distorção litúrgica honrar,
glorificar e louvar a Deus não é mais o objetivo dos cultos hoje; a parte da
oração do Senhor: “... seja feita a tua vontade assim na terra como nos céus”
só tem valia para Cristo e apenas em agonia no jardim do Getsêmani, e não para
o homem que hoje é a figura central dos cultos.
O culto hoje, de acordo como
reverendo Kenneth Wieske, “é um conjunto de pessoas assistindo outras fazerem
apresentações; é alguma coisa horizontal entre as pessoas que não têm
reverencia, e que entram e saem porque já ouviram certos testemunhos por várias
vezes. O povo não está na presença de Deus, estão sempre buscando manifestações
e sinais”. A verdadeira igreja “adora a Deus em espírito e em verdade” (Jo
4.24) e ela tem noção de que tudo “deve ser feito com decência e ordem” (I Co
14.40), inclusive e acima de tudo, o culto em honra a Cristo.
A igreja que verdadeiramente
segue a Deus e crê piamente em sua rica e bendita Palavra não busca sinais, nem
adora ao homem morto em seus delitos e pecados. Não busca coisas que
impressionam, mas sim busca acima de tudo a Deus. Jesus advertiu os fariseus e
mestres da lei: “uma geração má e perversa busca sinais”. Tal advertência se
aplica plena e completamente a igreja hodierna, pois se nos cultos não
acontecem “manifestações espirituais” o povo não sente a “presença de Deus” e
nem se convence pela autenticidade e veracidade da exposição da Palavra de
Deus!
A verdadeira igreja deve buscar a
Deus para que possa crescer na graça e no conhecimento do Senhor; crescimento
espiritual e amadurecimento em Cristo! “Será que estamos crescendo dessa forma?”
“Será que nos cultos aprendemos que temos que manifestar o amor de Cristo em
nossas vidas?” As respostas para essas perguntas nós encontramos em um único
lugar: A Palavra de Deus. Temos de retornar sempre à Palavra de Deus –
Reformando, sempre se reformando!
Que Deus tenha misericórdia de
nós e nos ajude para que possamos lhe prestar um culto racional no qual
apresentemos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Ele
segundo suas ricas misericórdias (Rm 12.1).
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira
Sempre bom passar por aqui e ler um texto que nos ensina tantas coisas. Abraço da pirraia.
ResponderExcluirUma vez eu abri a Bíblia num trecho, antes de começar o culto, e Deus falou comigo:
ResponderExcluir"Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro.
E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas" (Amós 5:21-23).
Ainda que não tivesse lido o contexto todo, confirmei mais tarde em Isaías 1 que Deus não quer sacrifício, senão misericórdia. Aliás, há somente um sacrifício que podemos dar a Deus após o imenso sacrifício que em Cristo, pela graça, se nos deu - o sacrifício de louvor:
"Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15);
"Aquele que oferece o sacrifício de louvor me glorificará; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus" (Sl 50.23).
Jesus deu a sua vida por nós e nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Assim, culto é no trabalho, na igreja, antes de sair de casa, na internet (não virtual, mas real), no quarto, no transporte, no deitar, no levantar, no exercício físico, no comer e beber, no vestir, no agradecer, no tratar bem as pessoas, na leitura da Palavra, no descansar, no falar com sabedoria, no amar a família, no servir os pequeninos do Mestre etc.
Creio que aqui é apenas uma minúscula prévia da eternidade de adoração que teremos de participar, com alegria, nos céus. Treinemos, pois, o louvor que agrada a Deus, em espírito e em verdade. Pois o melhor exemplo de perfeito louvor é o das crianças de peito (Mt 21.16). O Pai procura verdadeiros adoradores, deixemo-lo achar a nós, se ao menos fomos contados como filhos amados. Abraço, Joel, e obrigado pelo convite para ler e comentar. Deus abençoe.