quarta-feira, maio 01, 2013

Verdadeiros Adoradores?


Temos que cultuar a Deus de acordo com a Sua vontade. Quando nos debruçamos sobre as Sagradas Escrituras, mais especificamente sobre o livro do profeta Malaquias, vemos, que a realidade vivenciada pelo profeta não é tão diferente da nossa. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus: “o livro assim como os dias que hoje vivemos situa-se num contexto no qual adorar a Deus parece não fazer a diferença visível na vida dos que o buscam constantemente nos locais de culto”.
Os cristãos não entendem o privilégio imerecido que têm de adorar a Deus, sendo-lhe leal e executando assim a sua boa, agradável e perfeita vontade.
Assim como hoje, nos dias do profeta Malaquias o culto era vazio e superficial. O que vemos hoje é a realidade dos tempos de Malaquias onde os sacerdotes haviam se corrompido e estavam desmotivados, e dessa forma prestavam a Deus um culto não condizente com a Sua Glória e Majestade.
Nessa mesma linha de pensamento o príncipe dos pregadores, Charles Haddon Spurgeon, disse: “o fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outra coisa que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice”.
Assistimos a meros shows gospel, pois, foi nisso que o culto das maiorias das igrejas se transformou. Um culto assim leva o povo ao desânimo, e faz com que o amor pelas coisas de Deus diminua, levando o povo a se dispersar e a sair em busca de seus próprios interesses; algo que lhes satisfaça, nem que para isso tenham que trilhar o caminho da tolice como bem disse Spurgeon.
 Martyn Lloyd-Jones em seu livro Estudos no Sermão do Monte nos diz que “a mais notável característica da igreja atual é a sua superficialidade”. Essa verdade foi asseverada em 1959, o Doutor, como era conhecido (Martyn Lloyd-Jones), parece que estava descrevendo a nossa realidade onde a superficialidade impera e o amor de muitos esfria. “Então como cultuar a Deus sendo tão superficiais?” “O que nos difere dos sacerdotes dos tempos do profeta Malaquias, que se apresentavam diante de Deus de qualquer maneira e prestavam um culto e uma adoração deturpada e vil?”
Se tivéssemos que definir CULTO, creio que a melhor definição nos foi deixada por William Temple ex-arcebispo de Canterbury: “cultuar é vivificar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purificar a imaginação pela beleza de Deus, abrir o coração para o amor de Deus, devotar à vontade ao propósito de Deus”. Se colocarmos os cultos de hoje sob o crivo dessa definição estamos até piores do que os sacerdotes dos dias do profeta Malaquias.
O culto deve ser centrado na pessoa e na Palavra de Cristo, mas, o cativeiro do humanismo (ver o artigo anterior) aprisiona o homem em si mesmo e o faz adorar a criatura ao invés do Criador. A restauração do verdadeiro culto a Deus é um processo lento, demorado e progressivo e que acima de tudo é mais do que necessário. Para que tal restauração aconteça é necessário entendermos o que Jesus mesmo ensinou acerca do culto. Jesus restaurou o culto a Deus em um ambiente hostil e bastante estranho. Ele não o fez no Templo em Jerusalém como era de se esperar, mas o fez à beira de um poço em Samaria, e isso em um encontro com uma mulher que estava a tirar água do poço.  Jesus, em uma simples conversa à beira de um poço com uma mulher samaritana ensinou como deve ser o verdadeiro culto a Deus, contudo estamos muito distante das verdades asseveradas por Nosso Senhor Jesus Cristo! O culto que ora prestamos é frio e antropocêntrico, o que está totalmente dos padrões que Cristo expôs à mulher samaritana, o que infelizmente vemos é uma terrível semelhança com os tempos do profeta Malaquias.  Temos que ter consciência de que Deus tem zelo por seu nome, por sua glória e sua reputação, tudo isso estava sendo deixado de lado pelos sacerdotes dos tempos de Malaquias e temos que reconhecer que não estamos tributando a Deus a honra e glória que lhe são devidas. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus “o culto é a expressão pública do que a igreja acredita sobre Deus, sobre si mesma e sobre a salvação. Portanto, o culto é um assunto muito sério.” Estamos muito distante da verdade asseverada nessa citação. Encerro esse post citando novamente o reverendo Nicodemus: “As pessoas podem até querer adorar a Deus do seu modo, mesmo estando cheias, mas quem regula o culto a Deus é ele mesmo, não nós. Não devemos inventar uma maneira própria de adorar a Deus, pois ele dirá que o que está sobre o altar é pão imundo”.
Que Deus tenha misericórdia de nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

2 comentários:

  1. Muito bom artigo, Joel. Hoje estive num culto em que não me agradei da música, nem da dança sugerida e senti falta de mais pregação, embora tenha sido dado espaço para a oração.

    Quando alguém me pergunta se o culto foi bom, penso em responder: "Pergunte para Deus, que foi quem recebeu!". Da mesma forma, culto de jovens não é para jovens e sim deles para Deus.

    Outra coisa que deve ser habilitada em nós, ao subir à Casa do Senhor (ou descer, dependendo do referencial) é o nosso temor a Deus. Onde esperamos encontrar santidade? Na igreja! E carnalidade? Seria bom que pudéssemos nos humilhar na presença do Altíssimo a cada culto, e que iniciássemos a preparação antes mesmo de sair de casa.

    Obrigado, Joel, pelo compartilhamento de tão agradável conhecimento. Abraço e muito amor, graça e sabedoria, no Amado.

    Ricardo Gabriel

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  2. oferecer culto a Deus é um privilégio para o homem, infelizmente muitos não tem noção da responsabilidade disso e acabam negligenciando um momento tão importante que é o culto de louvor e adoração a Deus. Deus tenha misericórdia de nós!!

    Muito bom artigo!!

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