Ao
olharmos para a história do povo escolhido de Deus, a saber, Israel, vemos que
um dos fatos mais vergonhoso, porém marcante da sua trajetória foi o cativeiro
babilônico. Nas palavras do pastor e professor R. C. Sproul, na Babilônia “o
povo de Deus se viu diante da onerosa obrigação de entoar a canção do Senhor
numa terra desconhecida e estrangeira. Eles foram forçados a pendurarem suas
harpas nas árvores às margens do rio Eufrates”. Que situação delicada e
humilhante para um povo que tinha sido escolhido pelo Deus vivo para fazer com
que o seu nome fosse conhecido em toda a face da terra.
Todavia,
durante os 70 anos sob o jugo babilônico, mesmo em meio a lutas e angústias sem
iguais, Deus por sua graça e misericórdia levantou dois dos seus maiores
profetas, Daniel e Ezequiel para exortar o povo e orientá-lo acerca dos
oráculos divinos. Nesse mesmo período encontramos três gigantes da fé, Misael,
Azarias e Hananias que por amor ao Deus Vivo enfrentaram a fúria e a loucura de
Nabucodonosor e ainda assim não negaram sua fé no Deus vivo. Ao nos
aprofundarmos no relato bíblico vemos que Daniel, Misael, Azarias e Hananias
seguiram cabalmente uma exortação que o apóstolo Paulo faria séculos mais
tarde: “não vos conformeis com este século...” (Rm 12.1-2). Isso nos ensina que
independente das circunstâncias e adversidades que se levantarem em nossas
vidas, mesmo até em meio ao mais absoluto deserto Deus sempre estará conosco e
fará uso dos seus escolhidos para exortar, ensinar e servir de exemplos para
que não venhamos a desfalecer em nossa caminhada e assim não nos deixarmos
envolvermos por um mundo contrario a vontade Deus e hostil a sua rica e bendita
palavra. Foi assim durante o cativeiro babilônico e é assim hoje e sempre será
assim.
É
lógico que não vivemos sob o jugo babilônico ou de quaisquer impérios
dominantes. Contudo, diferente de Daniel, Ezequiel, Misael, Azarais e Hananias
que não se deixaram conformar pela cultura estrangeira na qual estavam
inseridos, hoje é muito mais cômodo, fácil, prático e agradável aos olhos
humanos se conformar com uma cultura totalmente contrária e hostil ao evangelho
da graça de Cristo. Os cristãos estão
mais propícios a se conformarem com o que o mundo lhes oferece do que lutar
contra e assim hastear a bandeira do verdadeiro evangelho de Cristo. Hoje seria
assaz benéfico se os nós a exemplos do profeta Isaías reconhecêssemos a nossa
pecaminosidade e tal qual como o profeta bradássemos: “Ai de mim que sou um
homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Is
6.5).
Nas
palavras de R. C. Sproul, “a nossa era tem sido descrita como ‘pós-cristã’, na
qual as igrejas se assemelham aos museus e a fé bíblica considerada um
anacronismo (não de acordo com a moda)”. O nosso cativeiro é sociocultural.
Estamos aprisionados em nós mesmos, presos em nossa própria arrogância
desmedida. Estamos conformados com os ditames de um mundo inimigo de Deus e de
sua rica e bendita palavra. Já não salgamos e nem iluminamos como deveríamos e
como nos é ordenado nas Sagradas Escrituras (Mt 5.13-16). O que vemos é uma
grotesca e terrível inversão de valores. O que é ortodoxo e bíblico faz parte
do passado e é irrelevante, já o moderno e inovador que traz consigo toda sorte
de novidades que não se adéquam ao padrão bíblico é sim abraçado porque foi
provado que funciona e que dá certo, ou seja, o moderno torna a fé e o
cristianismo em mero pragmatismo. Assim a igreja se vê cativa da vontade
depravada de uma raça de pseudocrístãos que se deixam conformar por este século
onde o sagrado se tornou hilário e inconveniente ao evangelho que é anunciado.
Um evangelho cativo de uma teologia torpe e insana que insiste em privar Deus
de sua majestosa glória e colocá-la na criatura caída e morta em delitos e
pecados. Assim, o humanismo entra no meio cristão sem restrições e é esse o
mais perfeito dos cativeiros, uma vez que aprisiona o homem em si mesmo. O
humanismo é oposto a Deus e hostil ao evangelho da graça de Cristo.
O
cativeiro do humanismo gera um imenso conflito dentro da tão já perturbada alma
humana. Adaptar-se ou conformar-se aos padrões, costumes e visão de um mundo
que jaz em trevas é uma das maiores perturbações que se pode experimentar. Nas
palavras de R. C. Sproul “estar culturalmente ‘fora dela’ (visão de mundo
atual) é frequentemente considerado o ponto mais deprimente de realização
pessoal”.
Semelhantes
a Israel, nós estamos cativos! Um cativeiro onde não há um império opressor com
um líder louco e furioso a exemplo de Nabucodonosor, mas cativo de uma vontade
torpe e imunda que se coloca sempre contra a vontade soberana de Deus. Essa
vontade que nos cativa nos torna cada vez mais insensíveis à voz do Pastor de
nossas almas. Faz-se mais do que necessário e urgente nos libertarmos desse
cativeiro, mas na nossa força nada podemos fazer. Só Deus pelo Santo Espírito
através da pregação genuína do seu santo evangelho. Só o Espírito Santo pode
convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), de igual modo e
soberano agir pode despertar a igreja do Senhor para que ela enxergue o cativeiro
no qual está preso e se conscientize de sua situação e ore a Deus para que os
grilhões sejam quebrados e assim “a raça eleita, o sacerdócio real, a nação
santa, o povo de propriedade exclusiva de Deus” seja liberto desse terrível
cativeiro ao qual a própria igreja trouxe para si ao se conformar com este
século não buscando a transformação pela renovação de suas mentes.
Temos
que admitir que estamos falhando em nossa vivência cristã!
Que
Deus nos ajude, liberte-nos e assim tenha misericórdia de nós!!!
Soli
Deo Gloria!!!
Joel
da Silva Pereira
Joel, gracias hermano por este articulo. Es verdad que estamos atrapados en una carcel de nuestro propio pecado y de nuestro propio hacer.
ResponderExcluirMuchas bendiciones hermanos!
Gloria Hieser (de FB) :)
o conformismo cega as pessoas, e não deixa que vejam a verdadeira natureza depravada e corrompida do homem.
ResponderExcluirParabéns meu Amigo ! Muito bom, Que Deus continue te Abençoando!
ResponderExcluirEu amo ler seus textos (:
Graça e paz meu irmão, escutando um cd que ganhei um dos louvores (lamento de Israel), Fala da desobediência, de todos aqueles que se diz servir ao Senhor!Parte da letra desse louvor falada nossa ingratidão, (Ah! Jerusalém por que deixaste de adorar O Deus vivo que em tantas batalhas te ajudou?). E veio no meu pensamento os seus artigos que estou devedora em alguns,quando abro vejo o que Deus estava falando comigo....e vejo a fidelidade de DEUS para com os seus , que usa seu servo para abençoar outros, fui presenteada com esse maravilhoso artigo.
ResponderExcluirEstamos presos no nosso próprio mundo envolto em nossos próprios interesses, da bíblia nos adverte a esse respeito. (Mat.6-25 )"Portanto eu digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?(Mat.6.33-34) Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.
Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas (col.3.1-2).
É meu irmão muitos estão cativos, e vivendo uma crise de identidade, e vivendo como falsos crentes Pois, para o homem andar com Jesus, tem que despojar (despir) de todo o conhecimento humano e se revestir de um novo homem dirigido e guiado pelo Espírito Santo Que o senhor tenha misericórdia de nós!!! sua irmã em cristo joselma.