Segundo o reverendo Augustus Nicodemus “a
verdadeira espiritualidade começa com a
regeneração, o novo nascimento, e que somente pessoas que nasceram de novo e
foram regeneradas pelo Espírito Santo de Deus, que são uma nova criatura, um
novo homem, é que podem realmente se santificar, crescer espiritualmente e ter
comunhão íntima com Deus. A ausência da doutrina da regeneração no movimento
pode dar a impressão de que por detrás de tudo está a ideia de que a religiosa
natural, inata, do ser humano, por causa da imago dei, é suficiente para uma
aproximação espiritual em relação a Deus mediante o emprego das práticas
devocionais.”
Infelizmente esse aspecto
mais do que essencial tem sido deixado de lado. Fica claro que as bases
doutrinárias para uma espiritualidade sadia começam com uma clara, séria e
profunda compreensão da doutrina da regeneração. O cultivo de uma verdadeira
espiritualidade saudável deve nos levar a uma vida de santidade. A
espiritualidade pregada e ensinada hoje tirou o foco de Cristo e o colocou todo
no homem e em sua busca para se tornar um ser espiritual, porém a verdadeira
espiritualidade deve nos levar a uma busca séria por uma vida de santificação. As
Escrituras são claras: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Se a nossa busca por uma espiritualidade bíblica não
nos levar a uma busca intensa por santidade, então precisamos rever a nossa
espiritualidade.
Uma verdade que precisamos
ter em mente é que por mais que nossa espiritualidade seja alicerçada pela
Santa Palavra de Deus, a nossa santificação nunca será perfeita e plena aqui
neste mundo, por isso o nosso foco, o nosso olhar devem está fitos em Cristo,
pois sem ele nada podemos fazer e nada somos.
Com base nisso o reverendo Nicodemus disse: “quando não mantemos em
mente o fato de que a santificação é imperfeita nesse mundo, que nunca
ficaremos aqui totalmente livres da nossa natureza pecaminosa e de seus
efeitos, facilmente podemos nos inclinar para o perfeccionismo, que ao fim traz
arrogância ou frustração.” Isso nos mostra que podemos mui facilmente perder o
foco de nossas vidas e assim nos distanciarmos da cruz de Cristo, e tirarmos os
olhos do Autor e Consumador da nossa fé.
Paulo em I Coríntios 11.1
diz: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo”, com isso podemos
entender que para Paulo olhava tão somente para Cristo. Será que nós olhamos
tão somente para Cristo? Porque a verdadeira espiritualidade tem seu inicio,
seu meio e seu fim com e em Cristo. Tendo isso em mente precisamos entender
também que Cristo por ser perfeito e plenamente santo vivia uma religião e uma
espiritualidade diferente da nossa. Sobre isso Nicodemus discorre: “A religião
dele era totalmente diferente da nossa. Nós somos pecadores. Jesus não era.
Logo, ele não se arrependia, não pedia perdão, não mortificava uma natureza
pecaminosa, não lamentava e chorava por seus pecados. Ele não orava em nome de
alguém e nem precisava de um mediador entre ele e Deus. Ele não tinha
consciência de pecado e nem sentia culpa – a não ser quando levou sobre si
nossos pecados na cruz. Ele não precisava ser justificado de seus pecados e nem
experimentava o processo crescente e contínuo de santificação”. Assim ficamos a
pensar como poderemos imitar a Cristo então? Ao falar sobre sermos imitadores
de Cristo o Novo Testamento ensina que é no tocante a disposição para uma
renúncia e obediência inquestionáveis fazia com que se submetesse sem reservas
a boa, agradável e perfeita vontade do Pai sofrendo todas as intempéries que
uma nova vida Nele nos reserva. Todavia imitarmos a Cristo plenamente como
cristão e seguir suas praticas devocionais e sua espiritualidade está for do
nosso alcance.
Quando lemos tudo o que foi exposto acima,
podemos pensar como poderemos então desenvolver uma espiritualidade sadia, uma
vez que parece ser algo inalcançável? Simples! A resposta está no Santo Livro:
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo
para glória de Deus” (I Co 10.31) A nossa busca por uma espiritualidade
bíblica além de nos levar a uma vida de santidade, deve glorificar a Deus
porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Rm 11.36). Assim devemos
buscar uma espiritualidade que centrada nas
Escrituras e que seja esclarecida e pontuada pelas doutrinas principias da fé
cristã, tais como as doutrinas da justificação pela fé, que enfatiza a graça de
Deus recebida mediante a Palavra, a doutrina da regeneração, pois só os
verdadeiros regenerados buscarão viver uma espiritualidade bíblica. Também
contribuem para o desenvolvimento de tal espiritualidade o estudo diligente e acurado das Sagradas
Escrituras e uma vida devocional de oração e que vê a santidade como um
processo inacabado nesse mundo, embora tendo como alvo a perfeição final.
Que em sua graça Ele
nos impeça de buscar uma espiritualidade totalmente desvencilhada de sua
Palavra!!!
Que Deus tenha misericórdia de nós e no
ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!
Joel da Silva Pereira