quarta-feira, dezembro 19, 2012

Soberania & Salvação!!!


“Porque ele diz a Moisés: ‘Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e compaixão de quem eu quiser ter compaixão. Assim, isso não depende da vontade nem do esforço de alguém, mas de Deus mostrar misericórdia’”. (Rm 9.15-16)
Muitos asseveram que Deus é o soberano Senhor do universo. Dos seus púlpitos bradam com vozes de trovão que Deus é soberano e que tudo está sobre o seu cotrole soberano. Contudo, quando se aproxima o término dos cultos, Deus perde uma parte de sua soberania. Infelizmente na maioria das igrejas o público é ensinado que pode escolher ser salvo, como se isso fosse uma decisão facultada ao homem que se encontra morto em delitos e pecados. Creio que o texto de romanos citado acima não é tido em alta conta nos dias de hoje, uma vez que ele expressa claramente a soberania de Deus na salvação, e Paulo vai mais além declarando que não depende da vontade e nem do esforço de alguém, mas unicamente de Deus revelar sua misericórdia ao pecador miserável e assim convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo e dessa forma alcançá-lo com a sua irresistível e soberana graça resgatando-o do império das trevas.
O profeta Jonas relata que a salvação pertence ao Senhor (Jn 2.9)! Então eu me pergunto: “Como é que diante de uma tão pura e irrefutável verdade, homens colocam a salvação coo se fosse algo que partisse do homem e que sobre ela ele tivesse poder de decisão”?  Isso totalmente antibíblico! Asseverar que o homem tem o direito de escolha sobre a salvação e incorrer em um grande erro. Podemos tomar como exemplo da soberania de Deus na salvação, o patriarca Noé. Diz-nos o texto sagrado que Noé achou graça aos olhos de Deus. A palavra graça significa literalmente favor imerecido, ou seja, imerecidamente Noé foi escolhido, juntamente com sua família, para sobreviver ao dilúvio que varreria a raça humana totalmente depravada e corrompida da face da terra. Será que a Noé foi facultado o direito de escolher ser salvo ou não do dilúvio?
Como foi com Noé na época do dilúvio, assim é nos dias de hoje. A salvação não depende do homem! A salvação é um ato totalmente monergistico (o homem tem zero de participação), é um ato da soberana vontade de Deus, onde a vontade humana depravada e escrava do pecado se rende a vontade soberana, boa, agradável e perfeita pelo agir sobrenatural do Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
Pregar que o homem tem direito de escolher por si só ser ou não salvo é negar o evangelho da cruz de Cristo. O próprio Jesus disse que ninguém poderia se chegar até ele se o pai não o conduzisse até aos pés da cruz, o que só acontece pelo agir sobrenatural do Espírito Santo quebrantando o coração de pedra do pecador miserável.
Muitos não pregam acerca da soberania de Deus na salvação pelo simples fato de que não aceitam que um Deus segundo a sua soberana, boa, agradável e perfeita vontade escolha uns para a salvação e outros para a danação eterna. É mais fácil, devo confessar, e bem mais aprazível pregar apenas que Deus é amor, e não que Ele seja um Deus severo e que não passamos de pecadores nas mãos de um Deus irado, como pregou o grande Jonathan Edwards. Será que nas Bíblias desses pregadores não está escrito que Aquele que viria após João Batista nos batizaria com o Espírito Santo e com fogo? Porque o Espírito Santo aqui significa o selo que está no coração de todo aquele que foi convencido pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo. Enquanto que o fogo significa a consumação daqueles que tiveram os seus corações endurecidos (a exemplo de Faraó que teve o seu coração endurecido por Deus) e que não tem o selo do Espírito Santo de Deus, ou seja, o seu lugar e no lago de fogo e enxofre.
Acredito que o inesquecível e impactante sermão pecadores nas mãos de um Deus irado, do puritano Jonathan Edwards, não encontraria espaço na maioria das igrejas de hoje. Gostaria de ver todo o estardalhaço que tal sermão causou e confesso que gostaria que minha vida fosse impactada tais quais as vidas que ouviram pessoalmente, pois vivemos em um marasmo espiritual terrível a ponto de entregarmos aos homens o direito de escolherem ou não serem salvos! Esse sermão revelou a face irada e Deus e desmistificou a ilusão de que Deus por ser pleno em amor não pode irar-se contra suas criaturas pecaminosas. Um Deus irado contra uma humanidade decaída e depravada, mas este sermão também revelou a face misericordiosa de Deus. Um Deus misericordioso que mesmo em face ao pecado imerecidamente convoca pecadores ao arrependimento e consequentemente á salvação.
Hoje a face irada de Deus é escondida por detrás de uma infinidade de palavras que enaltecem apenas a face bondosa desse Soberano Deus, contudo, os que pregam tais palavras, o fazem no intuito de deixar o homem em uma condição de igualdade com Deus no que tange a salvação. É como se Deus e homem fossem sócios e cada um detivesse 50% de poder de decisão sobre a salvação, contudo ainda sendo sócios em pé de igualdade cabe ao homem a decisão final acerca da salvação. Isso é um absurdo sem tamanho!
Ensinar que o homem tem direito de escolha e que dessa forma pode interferir em sua salvação e desmerecer o sacrifício expiatório e perfeito de Cristo.
Os reformadores lutaram com todas as forças e alguns deles pagaram com suas próprias vidas defendendo a supremacia e autoridade das Sagradas Escrituras, e acima de tudo a soberania de Deus. Hoje esse legado é deturpado! Será que os pregadores que ensinam que o homem tem poder de decisão na salvação nunca lerem “porque é Deus que efetua tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fl 2.12). Paulo afirma com isso que é Deus que produz em nós desejo de salvação, ou seja, como bem disse C. S. Lewis após um autoexame: “Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxúrias, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados.” Como alguém assim pode ter poder de decisão acerca da salvação?
Jonas escreveu: “A salvação pertence ao Senhor!” (Jn 2.9).

Ou Deus é soberano ou não!!!

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira


 

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Provações & Fé!!!!!


Oscilamos em nossa fé! Em nossa caminhada cristã em muitos momentos, nos sentimos cansados das urdiduras da vida, mas, “quem disse que a vida é um mar de rosas?” Nesses momentos as dúvidas e os medos povoam a nossa mente, fazendo com que nos sintamos mais impotentes e inúteis do que já somos.
Profeta Jeremias nos diz o seguinte: “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade” (Jr 3.27) Como vemos não podemos dissociar as agruras da vida cristã, contudo é benéfico para nós suportá-las. Ao escrever este artigo vem a minha mente as palavras do grande reformador Martinho Lutero: “A minha fé foi forjada na bigorna da provação”, e incontáveis provações Lutero suportou.
Outro grande exemplo de provação me vem à memória o piedoso John Bunyan, autor da grande pérola da literatura cristã, a saber, O Peregrino. Bunyan, por não se conformar com o regime político da Inglaterra que ditava os caminhos que a igreja e o evangelho deveriam trilhar, foi condenado a prisão perpetua, a Bunyan foi concedida a liberdade desde que ele não pregasse mais o evangelho, mas ele ousadamente falou: “me solte, e amanhã estarei pregando”, dessa forma Bunyan suportou doze longos anos de reclusão na prisão de Bedford, e tudo o que ele pediu foi que Deus lhe concedesse a força para que fosse capaz de suportar as agruras que o cárcere viria lhe trazer.
O apostolo Paulo registrou em sua segunda epístola aos Coríntios: “sofremos pressões de todos os lados, mas não estamos arrasados, ficamos perplexos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não desamparados, abatidos, mas não destruídos” (II Cor. 4.8-9) Paulo era um “expert” no que dizia a respeito das provações. Ao nos debruçarmos sobre a vida deste gigante da fé Cristã, vemos o quanto de provações alguém que tem sua vida para glória de Deus pode suportar.
O evangelho da prosperidade ensina que estamos enfrentando provações e sofrimentos, por vivermos em pecado e consequentemente sem “um pingo” de fé que seja em nossos corações. Contudo, quem responde ao evangelho da prosperidade é o próprio Cristo: “No mundo terais aflições, mas tende bom ânimo!” Deus não nos deixou exime de passarmos por provações, mas, ao contrário somos levados a passar por ela para que sejamos experimentados e assim aprendemos a ser perseverantes nas tribulações. Paulo vai além “... mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança e a perseverança à aprovação, e a aprovação a esperança” (Rm 5. 3-4). Creio que esses versos não estão entre os favoritos dos defensores da Teologia da Prosperidade, uma vez que endossam que a vida cristã é uma luta de sofrimentos, provações e terríveis e incessante luta em nome da fé em Jesus Cristo.
Ao finalizar este artigo vem ao meu coração o refrão da maravilhosa canção do Grupo Logos: “pois eu sei que jamais eu provado serei, além do que eu possa suportar, e se ainda eu cair e pensar que é o fim, Jesus me ergue e segue junto a mim”.
Lutas, dores, angustias, sofrimentos! Tudo isso faz parte da caminhada cristã de tais coisas não podemos fugir. Temos que enfrentar tudo isso com galhardia e acima de tudo com os olhos fitos no autor e consumador da nossa fé!
Encerro este artigo relembrando o lema que era seguido pelos Moráveis: “Vicit agnus noster eum sequamur- Venceu o nosso cordeiro, vamos seguí-lo!”.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude em nossa caminhada cristã rumo à pátria celestial!!!

Soli Deo Glória!!!

Joel da Silva Pereira

sábado, dezembro 01, 2012

Boa, Agradável e Perfeita!!!


“... para que experimenteis qual seja boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2b) é assim que o apóstolo Paulo finaliza o segundo verso do décimo segundo capítulo de sua epístola aos Romanos. Trata-se de uma das mais maravilhosas verdades do evangelho da graça de Cristo. Essa passagem nos revela a grandeza da vontade soberana do nosso Deus. Contudo, em nossos dias a vontade de Deus só se torna boa, agradável e perfeita se estiver submissa aos caprichos e mimos de uma geração corrompida e depravada que insiste em desafiar a soberana e irresistível vontade do Criador e subjugá-la a seus torpes desejos.
O “cristão” hoje acha-se no direito de controlar a vontade de Deus  além disso determina o dia e o que Deus tem que fazer para seu próprio bem. Deus está refém dos desejos malignos de uma humanidade tola e vil. Isso tudo é fruto de uma deturpação e de uma má interpretação escancarada das Sagradas Escrituras, quantas almas neste momento estão cativas desse torpe ensino apregoados por homens que se dizem arautos do evangelho da graça de Cristo, mas, que não passam de lobos em pele de cordeiro que devoram as casas das viúvas e que fazem dos seus discípulos duas vezes mais filhos do inferno do que eles mesmos.
Tais pregadores nunca experimentaram a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, uma vez que a única vontade que eles defendem e pregam é sua própria vontade vil e pecaminosa que é incapaz de se submeter a Deus espontaneamente uma vez que é uma fiel serva do pecado.
Em sua boa e irresistível vontade, Deus ao criar o homem, por sua onisciência, sabia que o mesmo cairia e Dele se afastaria e dessa forma toda a sua descendência seria rebelde e obstinada e que jamais por vontade própria escolheria se arrepender e se voltaria para Deus de todo o seu coração, uma vez que a humanidade que está longe de Deus está morta em delitos e pecados (Ef 2.1).
Em sua agradável e irresistível vontade, Deus se agradou de moer o seu filho unigênito (Is 53.10) por amor daqueles que o Espírito Santo covenceu e ainda convencerá do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Também em sua agradável e irresistível vontade, logo depois da triste confissão de nossos pais no Éden, Deus nos revela que viria ao mundo Aquele que pisará a cabeça da serpente (Gn 3.15), e essa é primeira profecia acerca do Messias, e que os estudiosos chamam de o protoevangelho.
Em sua perfeita e irresistível vontade, Deus se fez carne e habitou entre nós. O verbo de Deus, o Logos se fez carne e tabernaculou entre nós, cheio de graça e de verdade (Jo 1.14). Contudo, mesmo sendo Deus não considerou o fato de ser igual a Deus, era algo a que devesse se apegar, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo e tornando-se semelhante aos homens (Fp 2.5-7). Creio que estes versos não estão entre os preferidos dos pastores da moda. Pois admitir que Deus se humilhou, na visão deturpada deles, é o mesmo que admitir que Deus não é onipotente, pois esse é o atributo divino mais enfatizado por eles em suas verborragias infindáveis. Seria bom que eles se esvaziassem de seus tão já inflados egos e buscassem a plenitude do Espírito Santo de Deus e consequentemente a sua sabedoria e dessa forma pelo agir sobrenatural do Espírito Santo se voltassem para Deus e para a sua santa e bendita Palavra de forma sadia e ungida e não torpe e vil como fazem hoje.
Os homens têm que se conscientizar de que somente a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita, enquanto que ao mesmo tempo têm que cair e em si como o grande C. S. Lewis caiu e expressou da seguinte forma: “Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxúrias, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados”. Essa frase de Lewis resume bem o que é a vontade humana quando esta é escrava do pecado e nos serve de alerta para que saibamos que a vontade soberana de Deus não está e nunca estará cativa de nossos mimos vis e escravos o pecado. E também nos deixar atentos para o fato de que por nossa própria vontade ou méritos podemos nos render a tão irresistível vontade, uma vez de que tudo depende de Deus exercer sua misericórdia com quem Ele quiser ser misericordioso e isso não depende da vontade nem do esforço de alguém, mas de Deus mostrar misericórdia (Rm 9.15-16). Que os homens de hoje possam ouvir, e atendam ao pedido que Martinho Lutero fez a igreja medieval na época da reforma protestante: “Deixem Deus ser Deus!”.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

quarta-feira, outubro 31, 2012

Reforma, urgente!!!


Chegamos a mais um trinta e um Outubro, o que marca mais um aniversário da Reforma Protestante do século XVI. A 495 anos exatos Martinho Lutero afixava nos portais da catedral de Wittenberg  as suas famosas 95 teses, esse fato deu origem ao maior movimento da igreja cristã após o derramar do Espírito Santo no dia de Pentecoste.
O que não podemos ignorar é que anos e até séculos antes de Martinho Lutero, outros homens lutaram por uma reforma na igreja, alguns deles pagaram com a própria vida, a exemplo de John Huss o reformador da Boêmia que foi queimado acusado de ser um herege. Tivemos também o grande John Wycliff que ficou conhecido como a Estrela D’alva da Reforma, todos esses homens e muitos outros tinham o sonho de ver a igreja restaurada e sendo totalmente cristocêntrica alicerçada nas Sagradas Escrituras e não nas palavras de homens falhos e pecadores.
Mais uma vez chegamos a um aniversário da reforma protestante e a maioria dos cristãos no dia 31 de outubro só se lembra de que nessa data se comemora dia das bruxas, que vergonha! Somos uma igreja sem memória!
A reforma protestante e as 95 teses de Lutero eram alicerçadas em cinco princípios plenamente bíblicos que infelizmente para os quais a igreja ao que parece virou as costas. Tais princípios que serviram de norte para a igreja reformada ficaram conhecidos como os Cinco Solas da reforma protestante, estes, exaltam a soberania de Deus e a autoridade infalível e plena das Santas Letras, são eles: Sola Scriptura (Somente a Escritura; II Tm 3.16-17), Sola Gratia (Somente a Graça; Ef 2.8-9), Sola Fide (Somente a Fé; Rm 1.17), Solus Christus (Só Cristo; At 4.12) e Soli Deo Gloria (Gloria somente a Deus; Rm 11.36). Esses princípios não encontram mais lugar na maioria dos púlpitos das igrejas atuais, uma vez que hoje tais princípios contrariam as pregações da moda, do “evangeliquês” universal que grassa as igrejas hoje e transforma as Santas Letras em um evangelho “a gosto do freguês”.
Creio que se Lutero vivesse nos dias de hoje ele se envergonharia daqueles que hoje se professam protestante, que viraram as costas para os princípios bíblicos sobre os quais foi firmada a igreja protestante e que se tornaram a base dos estudos dos reformadores e demais teólogos posteriores que seguiram o caminho preparado por Huss, Wycliff, Lutero, enfim todos quantos lutaram por amor a Cristo por uma igreja cristocêntrica e reformada pelas Sagradas Escrituras.
Será que a realidade da igreja do século XVI era diferente da que vivemos hoje? Creio que não! A realidade do século XVI relatada pela história não é tão diferente da que vivenciamos hoje. Os dogmas, desvios doutrinários e indulgências ainda estão assolando o mundo e o pior com máscaras de cristandade. São as igrejas tidas como “cristãs” que estão resgatando essa imundície e a travestindo com uma capa de cristandade e assim enganando a muitos. Essa imundície assola o meio cristão e deturpa a sã doutrina!
A doutrina hoje da maioria das igrejas é tudo, menos sã! Os reformadores lutaram para reformar a igreja e assim resgatar o ensino apostólico e com isso redirecionar o foco da igreja e assim levá-la de volta ao seu verdadeiro lugar que é o centro da vontade soberana de Deus.
É necessário reformar, e este era o lema do grande mestre francês João Calvino: “Igreja reformada, sempre se reformando”, todavia, é muito importante entender que tal reforma não é inovação, modernização do conteúdo da fé, mas, sim a restauração da compreensão desse conteúdo. Dessa maneira, a questão não se impõe com novos métodos, mas sim, com o antigo método, que implicava numa volta à palavra de Deus, para extrair dela o que realmente ensina. A Palavra de Deus é a referência. Contudo, vivemos uma crise espiritual avassaladora que nos tem levado a um total abandono da nossa tão cara herança teológica reformada.
Vemos o passado dogmático e indulgente da igreja medieval sendo resgatado e disseminado no seio da igreja de Cristo e assistimos a isso, inertes, pois, é mais fácil ir com a onda do que nadar contra ela. Tal situação não era tolerada pelos reformadores, pois, em seus corações ardia um zelo tal por Deus e por sua bendita e santa Palavra que os levava a protestarem contra tal situação mesmo que essa luta redundasse na perda de suas vidas. Tal zelo, não está em nossos corações e muito menos estaríamos dispostos a arriscar as nossas vidas em nome de uma nova reforma protestante em nossos dias; infelizmente nos deixamos conformar com esse mundo e não buscamos a renovação da nossa mente, será que se os nossos lugares na história e no tempo fossem trocados com John Huss, John Wycliff e Lutero, teríamos tamanha fé e devoção por Deus e por sua santa e bendita palavra a ponto e consideramos a possibilidade de perdermos a vida pela causa do evangelho da graça de Cristo? Será que Lutero seria abençoado pelo fruto do nosso labor se coubesse a nós a tarefa de lutar pela reforma protestante do século XVI? A nossa resposta a essa pergunta determinará o fruto da nossa lida que será colhido pela próxima geração!
Que Deus seja louvado e honrado pela vida de Huss, Wycliff, Lutero e tantos outros que lutaram para que hoje houvesse uma igreja que honra, adora e proclama o nome do Deus Eterno!!!

Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós e dessa forma nos conduza a uma nova e tão necessária reforma hoje!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira
   

sexta-feira, setembro 07, 2012

Que Tempo,Que Pregação!!!


Em tempo de incertezas doutrinárias e de uma fé mercadológica chovem pregações triunfalistas e a cada dia surge uma nova leva de pregadores extravagantes. O que aconteceu com o verdadeiro evangelho da graça de Cristo? O que aconteceu com aqueles que se diziam arautos do evangelho? A resposta nos salta das páginas das Santas Letras: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrario, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II Tm 4.3-4). Hoje, em muitos púlpitos, a sã doutrina não é mais pregada, ensinada e muito menos defendida, pois ela causa coceiras nos ouvidos depravados da platéia.
Hoje ao que parece pregar o evangelho da graça de Cristo é uma blasfêmia. Pregar o evangelho da graça de Cristo é nadar contra a maré, uma vez que a moda é pregar o que o homem totalmente depravado e morto em seus delitos e pecados quer ouvir; uma mensagem que massageie o seu já tão inflado ego. Quem se propõe a pregar exatamente o que as Escrituras revelam é tido como antiquado, ultrapassado e ainda como fundamentalista. Confesso que prefiro ser antiquado, ultrapassado e até mesmo fundamentalista do que mercadejar a minha fé. Não posso salvar ninguém do inferno, mas, posso tornar alguém “duas vezes mais filho inferno” por pregar algo que é totalmente contrário ao evangelho da graça de Cristo (Mt 23.15).
Os pregadores que hoje mercadejam a fé, a vocação e o ministério deveriam repensar se foram mesmo chamados por Deus para estarem à frente do rebanho de Cristo. Para Lutero, “quem não prega a palavra, para o que foi chamado pela igreja, não é sacerdote de maneira alguma”. Os pregadores que não pregam mais o evangelho da graça de Cristo, e sim um pseudoevangelho, mutilam suas mensagens, açucarando-as, dando enfatizando as benesses do Evangelho e ocultando assim a santa e justa ira de Deus, a necessidade de arrependimento e os custos do que significa realmente seguir a Cristo, pois os que querem viver piedosamente em Cristo serão perseguidos (II Tm 3.12).
O evangelho deve ser pregado de maneira integral. Devemos denunciar categoricamente o pecado, asseverando que o homem morto em delitos e pecados está condenado a passar a eternidade no inferno, e que somente quando o Espiríto Santo de Deus o convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) e gerar nele um verdadeiro arrependimento e assim a regeneração é que ele terá uma nova vida em Cristo e que essa vida não pode ser alcançada por méritos humanos, pois, como bem asseverou o profeta Isaías nós somos como o imundo e nossas justiças como trapos de imundícia (Is 64.6). A salvação pertence totalmente ao Senhor (Jn 2.9)! É um erro e um desvio sério ensinar que o homem por si só pode alcançar a salvação no momento que lhe convier. Se assim fosse a Bíblia estaria mentido ao asseverar que tudo depende de Deus exercer sua rica misericórdia ou endurecer o coração do homem (Rm 9.14-18), esse texto deixa mais do que claro que o homem não contribui em nada para a sua salvação. Todavia, isso não é mais pregado na maioria dos púlpitos das igrejas hoje, pois, pregar isso é ser radical, fundamentalista, podendo até ser chamado de herege.
O pastor congregacional Jonathan Edwards escrevendo acerca os pastores de seu tempo asseverou: “devemos ser fiéis em cada parte das nossas obras ministeriais, e nos empenhar para magnificar nosso ofício. De maneira particular, devemos atentar para a nossa pregação, a fim de que ela seja não apenas sã, mas instrutiva, temperada, espiritual, muito estimulante e prescrutadora”. Creio que os mercadores da fé de hoje não dariam valor a essa assertiva por ela ir contra todo o sistema legalista de um evangelho pragmático que hoje se instalou e que se alastra avassaladoramente pelo seio da igreja. Acredito também que o excelente livro: O Pastor Aprovado, do pastor puritano Richard Baxter seria refutada pelos pastores da moda de hoje, uma vez que o livro exorta contra tudo o que esse pseudoevangelho que se prega hoje.
Precisamos de vozes que clamem nos desertos hoje, a exemplo de João Batista. Chega de falsos pastores que tomam para si títulos e nomenclaturas que não lhes convêm e que só enganam as massas com um pseudoevangelho cheio de afetos, carinhos, que nada têm do verdadeiro conteúdo do evangelho da graça de Cristo. Nas palavras do pastor Paulo Cezar do grupo Logos: “eu sinto verdadeiro espanto no meu coração em constatar que o evangelho já mudou”, essa canção do ano de 1996 já trazia a tona uma preocupação importante no tocante à deturpação do evangelho, deturpação essa que vivenciamos hoje de uma forma ainda mais nociva do que na década em que essa canção foi composta.
O Dr. Sinclair Ferguson diz “hoje há uma necessidade gritante de uma pregação da Palavra de Deus de forma mais clara, minuciosa, essencial, simples e, contudo, profunda, perscrutando os corações e iluminando as mentes. Não precisamos de mais pregadores famosos. O que precisamos é de mais pregadores residentes, eruditos e piedosos”. Precisamos de pregadores que amem e vivam de acordo com as Escrituras e que amem acima de tudo o Senhor das Escrituras que os convocou para o sagrado ministério. Que os pastores sejam homens santos, humildes, fiéis, amorosos, homens de oração, estudiosos, zelosos, evangelizadores, persistentes e ungidos pelo Espiríto Santo.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

sábado, agosto 18, 2012

Piedade!!!


O teólogo Errol Hulse define piedade: “Piedade é uma constante cultura da vida interior de santidade diante de Deus e para Deus, que por sua vez se aplica em todas as outras esferas da vida prática. Piedade consiste de oração junto ao trono de Deus, estudo de sua Palavra em sua presença e a manutenção da vida de Deus em nossas almas, que afeta toda a nossa maneira de viver”.
Um cristão sem piedade é um desastre. Indo mais a frente, A. W. Tozer diz que: “santos sem santidade são a tragédia do cristianismo”. A piedade e santidade que os pregadores proclamam hoje dos púlpitos é destruída pela impiedade de suas vidas.
O declínio da piedade hoje se deve ao fato do enorme desvio doutrinário que a igreja enfrenta hoje. A igreja a cada dia se desvia a passos largos das Sagradas Escrituras. O profeta Oséias exortou séculos atrás que o povo de Deus estava sendo destruído porque lhe faltava conhecimento (Os 4.6). Piedade é algo que hoje para a maioria dos que se professam cristãos beira a heresia, pois é tão deprimente a pregação hoje que não promove nenhum estímulo na vida do cristão que o leve a um cultivo de uma vida de piedade.
Para o grande teólogo e reformador francês João Calvino pietas (piedade) designa a atitude correta do homem para com Deus. É uma atitude que envolve conhecimento verdadeiro, adoração sincera, fé salvadora, temor filial, submissão e amor reverentes. Saber quem e como Deus é (teologia) envolve atitudes corretas para com Ele e fazer o que Ele deseja (piedade). Em seu primeiro catecismo Calvino escreveu: “A verdadeira piedade consiste em um sentimento verdadeiro que ama a Deus como Pai e O reverencia como Senhor; apropria-se de sua justiça e teme mais o ofendê-Lo do que enfrentar a morte”.
Nas Institutas da Religião Cristã Calvino é mais sucinto: “Chamo de piedade aquela reverência unida ao amor de Deus, o amor que é fruto do conhecimento de seus benefícios”. Essas assertivas estão longe de serem vivenciadas pelos cristãos hoje, pois nada do que é pregado hoje nos púlpitos das igrejas remetem a essas verdades, salvo raríssimas exceções (graças a Deus), mas em quase sua totalidade o conteúdo das pregações estão distantes do que foi asseverado pelo reformador. Assim para Calvino “toda a vida dos crentes deve ser um tipo de prática da piedade”.
No sermão do monte Jesus exorta que a justiça dos cristãos deve exceder a dos fariseus e mestres da Lei.  De igual podemos entender que a piedade dos cristãos deve exceder também a dos fariseus e dos mestres da Lei. Contudo, a piedade que é vivida hoje é uma piedade farisaica cheia de ostentação e pompa, motivada pela vaidade e recompensada pelos homens. Mas, a verdadeira piedade ensinada e vivida por Cristo é secreta, motivada pela humildade (artigo em extinção hoje entre os cristãos) e recompensada por Deus.
O alvo da piedade farisaica que é vivenciada hoje não é Cristo, mas sim as recompensas materiais que Ele pode nos conceder por vivermos de modo piedoso. Outro fato que os cristãos ignoram é que os verdadeiros cristãos que querem viver de modo piedoso sofrem perseguições (II Tm 3.12). O conceito de piedade hoje passa por uma série de recompensas concedidas por Deus a todos os que vivem “piedosamente” e a privação de sofrerem quaisquer infortúnios. Para muitos, hoje, sofrer é um sinal de uma vida em pecado, longe da presença de Deus e não de piedade. Será que esses que defendem tal argumento não leem na Bíblia acerca da vida do apóstolo Paulo e sobre os seus sofrimentos? Será que tais sofrimentos eram consequência de uma vida de pecados ou de uma piedade rigorosa que honrava a Deus e que humilhava o homem? O alvo da piedade e da vida cristã a muito tempo deixou de ser Cristo e passou a ser as recompensas que podemos alcançar em Nome Dele e por conta disso surge toda sorte de bizarrices e doutrinas contrárias ao evangelho da graça de Cristo.
O pastor e teólogo reformado holandês Joel Beeke diz: “o alvo da piedade, bem como de toda a vida cristã, é a glória de Deus – a glória que resplandece nos atributos de Deus, na estrutura do mundo, na morte e na ressurreição de Jesus Cristo. No que diz respeitos a todos os que são verdadeiramente piedosos, o glorificar a Deus supera a salvação pessoal”. A piedade cristã autêntica é referendada pelo SOLI DEO GLORIA, pois toda a nossa vida deve ser vivida pra a glória de Deus (I Co 10.31). De acordo com Calvino o homem piedoso confessa: “Somos de Deus; vivamos e morramos para Ele. Somos de Deus; sejamos governados por sua sabedoria e vontade em todos os nossos atos. Somos de Deus; em harmonia com isso, devemos segui-Lo como nosso único objetivo lícito, em todos os aspectos de nossas vidas”. Ao analisarmos nossas vidas sobre a óptica dessa assertiva de Calvino observamos que vivemos em uma deturpação incrível e bem distante dos ideais bíblicos que deveriam nortear nossas vidas.  
Joel Beeke prossegue: “Deus redime, adota, santifica o seu povo, para que sua glória resplandeça nele e o liberte da busca pelo egoísmo ímpio. O profundo interesse do homem piedoso é Deus mesmo e suas coisas – sua Palavra, sua autoridade, seu evangelho, sua verdade. O homem piedoso tem intenso desejo de conhecer ais a Deus e de ter mais comunhão com Ele como seu único alvo”. Todavia nos perguntamos como poderemos glorificar a Deus, para obtermos tal reposta nos voltamos para Calvino: “Deus nos prescreveu uma maneira pela qual Ele pode ser glorificado por nós, a saber, a piedade, que consiste na obediência à sua Palavra. Aquele que ultrapassa esses limites não está honrando a Deus; pelo contrário, está desonrando-O”.
Encerro este artigo citando novamente Joel Beeke e na sequência João Calvino. Joel Beeke diz: “A obediência à Palavra de Deus significa refugiar-se em Cristo para perdão dos nossos pecados, conhecê-Lo por meio de sua Palavra, servi-Lo com um coração repleto de amor, praticar boas obras em gratidão a sua bondade e exercitar a autorrenúncia, a ponto de amar os nossos inimigos. Esta resposta envolve total rendição a Deus mesmo, à sua Palavra e à sua vontade”. Já o teólogo e reformador francês João Calvino disse: “Ofereço-te o meu coração Senhor, sincera e imediatamente”. Esse é o desejo de todos os que são verdadeiramente piedosos. Porém esse desejo só é possível de ser realizado apenas por meio da comunhão com Cristo e participação Nele; pois, longe da pessoa de Cristo, o homem religioso vive apenas para si mesmo, ou como dissemos antes, vive uma vida piedosa de ostentação que é motivada pela vaidade e recompensas humanas. E apenas em Cristo os piedosos podem viver como servos voluntários, soldados leais e valorosos de seu Comandante; filhos obedientes do seu Eterno e Soberano Pai.

Que Deus tenha misericórdia e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira


quarta-feira, agosto 08, 2012

Avivamento!!!


“Aviva a tua obra, ó Senhor...” Essa foi a oração feita pelo profeta Habacuque e que hoje em dia é tão repetida por muitos cristãos que estão em busca de um avivamento. O que eu acho mais interessante é que as pessoas pedem por avivamento sem ao menos saber o que é Avivamento. Não se tem uma definição própria do que seja um avivamento, mas se pudéssemos definir o mais coerente seria seguir a definição do presbítero Rubem Amorese, que disse que avivamento é “o resultado da ação do Espírito Santo na vida do crente, enchendo-o e habilitando-o para cumprir a vontade do Senhor no seu contexto específico de vida, tendo também a conotação coletiva de um movimento; é resultado também da ação (permissão, ou submissão) do homem, no sentido de buscar a santidade e de se deixar encher por Deus”. O verdadeiro avivamento irrompe quando a igreja cristã está enfrentando crises seja por pecado, seja por apatia, desobediência e desvirtuamento das Sagradas Escrituras ou de sua vocação e missão.
Olhando para a história da cristandade vemos maravilhosos relatos de grandes avivamentos, a exemplo, do que houve na Inglaterra nos tempos dos irmãos Wesley (John e Charles) e de seu amigo Whitefield, e tempos depois com o príncipe dos pregadores, o grande Charles Spurgeon que por meio do seu ministério foi usado como precursor de um grande avivamento em seus dias na Inglaterra do século XIX. E não podemos deixar de mencionar o povo morávio que passou um século inteiro de oração. Ação que impulsionou os morávios a um despertamento e empreendimento missionário jamais novamente visto na história da cristandade. Tal foi o impacto desse século inteiro de oração que o Espírito Santo foi derramado sobremaneira na vida desse povo, a ponto de alguns moravianos se entregarem como escravos para alcançar povos não alcançados nos cantos mais remotos do mundo.   
Por conta de uma visão deturpadas de algumas igrejas, os cristãos não sabem o que significa avivamento. Para esses, avivamento é uma série de bizarrices, que nada tem a ver com o derramar do Espírito Santo como vemos no relato do capítulo dois do livro de Atos, onde podemos ver a verdadeira manifestação sobrenatural do Espírito Santo. Hoje, o que vemos e ouvimos é um deturpar de uma tão maravilhosa ação divina onde gritarias, urros e toda sorte de meninice é qualificada como sendo o agir do Espírito Santo no meio da igreja. Nada do que vemos se enquadra com os exemplos de avivamentos ao longo da história da cristandade e muito menos com os relatos bíblicos do derramar do Espírito Santo. O verdadeiro avivamento não tem nada a ver com gritos, unções esquisitas, que surgem de tudo quanto lugar, tais como: unção do riso, unção do leão, unção do urso, unção o cão. Haja bizarrice! E ainda tem o cair no “espiríto”. Confesso que já li a Bíblia completa algumas vezes e em nenhum dos seus inspirados 66 livros encontrei nenhuma dessas unções e outras bizarrices. E uma coisa que me deixa ainda mais intrigado é que ministérios notórios são adeptos dessas unções e outras bizarrices e o pior é que  os cristãos continuam a defender tais ministérios como se tais práticas fossem algo natural, mas tais defensores podem me contestar e dizerem que isso é algo a parte dos ministérios. Quanta cegueira!
O verdadeiro avivamento traz consigo marcas inquestionáveis e profundas. O avivamento verdadeiro leva os cristãos verdadeiros a um retorno as Sagradas Escrituras e, por conseguinte uma forte e sincera obediência e proclamação da Palavra de Deus. A palavra de Deus é lida, estudada e proclamada com afinco, amor e devoção. Através desse retorno às Escrituras e a sua sincera exposição nos púlpitos a convicção de pecado caia fortemente sobre os ouvintes da ministração da Santa Palavra e assim as conversões são genuínas e não motivadas pelo medo e por coação, mas eram motivadas e impulsionadas pelo Santo Espírito de Deus que convencia as almas ouvintes a se arrependerem e se entregarem a Cristo. A oração se torna imprescindível à vida cristã. O contato íntimo, amoroso e sincero com o Senhor gera no coração de cada cristão uma fé genuinamente bíblica e verdadeira, mas hoje a fé que é ensinada e pregada nas igrejas é uma fé torpe e enganosa que leva os cristãos a cometerem as maiores sandices em nome de uma fé que vai contra tudo o que Cristo ensinou. “Decrete”, “declare” e “determine” soa muito bonito, mas não é bíblico e nem é consequência da fé autêntica que é produzida na vida cristã pelo Espírito Santo em detrimento ao avivamento. O verdadeiro avivamento nos coloca em contato com as antigas doutrinas da graça (depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos) e também com os pilares da reforma protestante do século XVI (os cinco solas), a saber, Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria, e o contato com essas santas e bíblicas doutrinas só é possível porque o avivamento leva o crente de volta às páginas das Sagradas Escrituras.
Avivamento vai além de emoções. Vai além de manifestações bizarras e unções esquisitas sem respaldo bíblico e inventadas por homens que querem notoriedade e que são propagadas e disseminadas no meio das igrejas por ministérios que pára se promoverem, ao que parece, ensinam e pregam tais doutrinas.
Avivamento genuíno traz uma fome e consequente amor a Palavra de Deus e com isso pregação autêntica do puro, simples e verdadeiro evangelho de Cristo e como fruto dessa pregação tem-se: arrependimento, convicção de pecado, vida nova em Cristo Jesus para os pecadores que são convencidos pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Essa é a essência do verdadeiro avivamento, é claro que tem muitas outras marcas inquestionáveis que autenticam o verdadeiro derramar do Espírito Santo, mas em essência essas que arrolamos aqui neste artigo são as mais forte e evidentes. E confesso que estou orando por tal obra de Deus em nosso meio, pois nossa apatia e negligência estão beirando o absurdo!
Que seja nossa oração a mesma do profeta Habacuque: “Aviva a tua obra, ó Senhor”!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

domingo, julho 29, 2012

SER ou TER?Eis a Questão!!!


A pregação triunfalista se alastrou de forma avassaladora e vem deturpando cada vez mais o verdadeiro evangelho da graça de Cristo. Ela tomou conta de uma grande parte dos púlpitos modernos e trouxe de volta consigo uma verdadeira praga para o cristianismo, a saber, o antropocentrismo. O homem, agora, tornou-se o centro do evangelho que é pregado nas igrejas hoje e Deus é visto apenas como um mero despenseiro da vontade vil e egoísta do homem. E com isso surgem vários tipos  de bizarrices, tais como: em algumas orações o homem coloca Deus contra a parede e o obriga a realizar a sua vontade, ou seja, o homem se torna soberano e Deus um mero servo de sua perversa vontade; a vontade do homem é sim perversa.
O que mais me espanta é que “os cristãos” acham isso normal e encaram como se fosse algo bíblico, uma vez que alguns grupos que se dizem cristãos cantam músicas que apoiam essa deturpação clara do evangelho e dessa forma essa doença se alastra e toma conta da igreja moderna gerando uma séria crise na vida da igreja. Uma crise entre o SER e o TER.
 A pregação triunfalista ensina que o homem tem direito a TER tudo o que ele deseja, pois a Bíblia assim ensina e o grupo tal também canta canções que dizem isso também.
Hoje, o cristão só é abençoado se tiver uma vida na qual desfrute de uma situação financeira que lhe conceda um bom status social e que possa ser invejado pelos demais.  Não sou contra a prosperidade na vida desde que ela venha do fruto do trabalho do homem e que Deus seja glorificado por meio dela, mas fazer dela o parâmetro de uma vida abençoada isso é antibíblico e sou totalmente contra, pois isto é servir a Mamom e não a Deus.
 O cristão é levado e ensinado a TER e quanto mais ele tem mais se convence de que não tem o bastante e assim ele prossegue numa busca insaciável por TER e por essa causa ele se aproxima de Deus exigindo que suas orações egoístas sejam respondidas imediatamente, pois se não responder Deus não é Deus e é um mentiroso, pois disse em sua palavra que bastava pedir em seu Nome que a oração seria respondida.
Todavia, quando examino as Sagradas Escrituras me deparo com seguinte texto: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31), que me ensina que tudo o que tenho que fazer como cristão deve glorificar a Deus e isso inclui também as minhas orações.  Ao ler e estudar um texto como esse não posso crer que o parâmetro de uma vida abençoada seja o TER, mas sim o glorificar a Deus. “Os cristãos” estão se acostumando a celebrar e glorificar a bênção e estão se esquecendo, ou melhor, estão ignorando que “toda boa dádiva” procede do Pai das luzes e Ele sim deve ser celebrado, adorado e glorificado ao invés da bênção.
As Santas Letras nos ensinam que devemos SER cristãos que tomam sua cruz e que negam a si mesmos; SER aqueles que colocam a mão no arado e não olham para trás; SER santo como santo é nosso Deus; SER transformado pela renovação da nossa mente. Não encontro nenhuma passagem que me ensine que eu deva TER todas as minhas orações respondidas ou que me digam que Deus é obrigado a atender todas as minhas orações mesmo que sejam egoístas e vis.
Ao olhar para a história da cristandade, encontro os puritanos ingleses que procuravam viver suas vidas em plena harmonia com a Bíblia (não estou defendendo que eles eram perfeitos, uma vez que todos pecaram) e a única coisa que eles almejavam TER era “a mesma atitude que Jesus Cristo tinha” (Fp 2.5), algo que está muito longe de nós hoje.  Os grandes reformadores também tinham essa visão de que o SER era mais importante e agradava mais a Deus do que o TER, porém, os cristãos de hoje estão querendo mais agradar a si mesmos do que a Deus, e enquanto tiverem bitolados e entupidos pela má teologia propagada dos púlpitos e endossadas pelas canções de grupos que ensinam que TER é melhor que SER será difícil que venham a viver um evangelho autêntico e bíblico. 
Numa época em que a bênção é mais valorizada e celebrada do que o Deus que concede a bênção é um sinal para que fiquemos alertas e sejamos ainda mais vigilantes e sóbrios. Não podemos nos deixar corromper pela pregação triunfalista e sim nos atermos às bíblicas doutrinas da graça, a saber, a depravação total, a eleição incondicional, a expiação limitada, a graça irresistível e a perseverança dos santos. Tais doutrinas foram pregadas e ensinadas pelos grandes reformadores, a exemplo de Calvino e Knox, e que foram resgatadas por Whitefield, Spurgeon e Edwards. Além das santas doutrinas da graças devemos resgatar também os princípios bíblicos apregoados e defendidos veementemente durante a reforma protestante que, ficaram conhecidos como os cinco solas: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude no resgate das antigas e bíblicas doutrinas da graça e no resgate dos princípios da reforma protestante!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

terça-feira, julho 10, 2012

Enchei-vos!!!!!


Jesus antes de ascender aos céus prometeu enviar o Espírito Santo para permanecer para sempre com a igreja.
“Mas recebereis poder quando o Espiríto Santo descer sobre vós; e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
Não pode existir igreja sem a presença gloriosa do Espiríto Santo, e também não existe crescimento saudável da igreja de Cristo sem o agir poderoso e sobrenatural do Espiríto Santo. O príncipe dos pregadores, a saber, Charles Haddon Spurgeon, dizia que é mais fácil ensinar um leão a ser vegetariano do que converter uma alma sem a obra regeneradora do Espiríto Santo.
Para ter uma idéia mais detalhada acerca do Espiríto Santo é necessário crer piamente na doutrina da Trindade (tema de um artigo futuro). O Espiríto Santo é Deus, assim como o Pai e o Filho são Deus. Cristo chamou o Espiríto Santo de “Conselheiro” e “Espiríto da verdade”. Ele disse que o Espiríto Santo guiaria os seus discípulos e consequentemente a igreja a toda verdade e concederia poder para que houvesse um testemunho autêntico da verdade (At 1.8).
Era sumamente importante e necessário para os discípulos e, por conseguinte à igreja que Jesus retornasse ao Pai (Jo 16.17). Jesus dissera antes a seus discípulos que o Espiríto Santo estava com eles (na sua pessoa, o Verbo encarnado), contudo depois de seu retorno para o Pai o Espiríto Santo estaria neles (Jo 14.17) e consequentemente na igreja. Isto ocorreu no Pentecoste, quando o Espiríto Santo os encheu e os transformou (At 1.8; 2.1-17). Há alguns que defendem que até o derramar do Espiríto Santo no dia de Pentecoste os discípulos não tinham o Espiríto Santo, o que é um absurdo sem tamanho, uma vez que se eles eram convertidos é certeza plena que tinham o Espírito Santo o que é asseverado pelas Escrituras (Rm 8.9). Todavia, após a sua ressurreição Jesus soprou sobre eles o Espiríto Santo, dizendo-lhes: “Recebei o Espiríto Santo” (Jo 20.22). Mas eles não estavam cheios do Espiríto Santo. Pois nas palavras do reverendo Hernandes Dias Lopes, ainda não havia chegado a hora da dispensação do Espiríto Santo. O Paracleto, o Consolador ainda não tinha sido enviado.
No dia de Pentecoste, dias depois da ascensão de Jesus e da oração incessante da igreja primitiva, o Espiríto Santo foi derramado. Os discípulos ficaram cheios do Espiríto Santo. Aqueles que já tinham o Espírito Santo, pois eram convertidos, agora foram cheios do Espiríto Santo e revestidos de poder para testemunhar. Após tal revestimento àqueles que antes eram apenas convertidos se tornaram poderosos e valentes embaixadores de Cristo. Um fato interessante é que até o derramar do Espiríto Santo os cristãos estavam escondidos com medo dos judeus os caçarem e os matarem tal qual fizeram com o seu Mestre Amado. Agora, os que antes se portavam como covardes, enfrentavam açoites, prisões e até mesmo a morte com galhardia e com uma fé inabalável e inquestionável, fé essa que fora despertada e fortalecida pelo agir soberano do Espírito Santo.
O derramar do Espiríto Santo impulsionou o crescimento vertiginoso da igreja. Uma vez que a igreja foi revestida de poder do Espiríto Santo, sua vida passou a evidenciar esse revestimento de poder, e o mundo foi impactado. Tal revestimento ficou visível através da firmeza doutrinária dos apóstolos, da sua intensa e fervorosa vida de oração, da adoração em espiríto e em verdade, da comunhão fraternal e de um testemunho santo e irrepreensível. Que enorme diferença há entre a igreja primitiva e a igreja dos nossos dias! Sei que, assim como a nossa igreja hoje, a igreja primitiva tinha suas falhas, mas a diferença entre ela e as nossas igrejas reside no fato de que ela foi revestida de poder do alto, e mesmo sobre a égide da mesma promessa onde está o poder hoje? Onde está o Espiríto Santo hoje? O que vemos não passa de uma deturpada imitação do derramar do Espiríto Santo, pois não posso crer que o Espiríto nos faça agir de maneira irracional e descontrolada como vemos em nossas igrejas. As manifestações que vemos hoje em nossas igrejas passam longe daquelas relatadas nas Escrituras e por serem diferentes e contrárias eu não posso aceitá-las como sendo o agir sobrenatural do Santo Espiríto de Deus que habita em nós desde o momento em que nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16. 8). Busquemos o verdadeiro revestimento de poder do alto!
O reverendo Hernandes Dias Lopes assevera que ser cheio do Espiríto Santo não é uma opção; é uma ordem. É um mandamento, não mera possibilidade. Há muitos cristãos que têm o Espiríto Santo, porém não estão cheios Dele. Ser habitado pelo Espírito Santo é uma coisa, outra bem diferente e ainda mais necessária é transbordar do Espiríto. Os apóstolos após o derramar do Espiríto Santo se tornaram transbordantes do Espiríto e suas vidas evidenciavam isso. Hoje, a igreja evidencia esse mesmo transbordar? Que Deus seja propício a nós pecadores e seres espiritualmente fracos e débeis!
A vontade soberana Deus para a sua igreja é uma vida abundante, produzida pela plenitude do Espiríto Santo. Portanto igreja do Senhor: “... enchei-vos do Espiríto” (Ef 5.18).

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e por sua soberana graça nos encha com o seu Santo Espiríto!!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira





sexta-feira, junho 22, 2012

Adoramos?


“Tira o pé do chão!”, “Faça barulho em nome de Jesus!”, “Toque no altar de Deus!”, “Receba!” Isso e outras bizarrices são berradas dos púlpitos das igrejas hoje, em meio a louvores sem conteúdo e sem reverência, a isso os cristãos chamam de: “Adoração”. Meu Deus quanto absurdo!
Nas palavras de William Temple: “adoração é a submissão de toda nossa natureza a Deus. É a vivificação da consciência mediante sua santidade, o nutrir da mente de Cristo com sua verdade, a purificação da imaginação por sua beleza, o abrir do coração ao seu amor e a entrega da vontade ao seu propósito”.
A verdadeira adoração tem por base a Bíblia e não jargões de um “evangeliquês” de meia pataca. A verdadeira adoração segue o Soli Deo Gloria defendido e pregado pelos reformadores. A verdadeira adoração não é coisa de um momento durante o qual algumas canções são entoadas, e, diga-se de passagem, canções medíocres e sem conteúdo bíblico saudável. Canções que exaltam o homem a um patamar que única e exclusivamente de Deus.
O pastor Renato Vargens, em seu livro Muito Mais que Louvor (que indico), diz: “Adorar a Deus é dar ao Senhor a glória que lhe é devida como resposta ao que Ele nos revelou e fez em Seu Filho Jesus Cristo”. Isto, posto, como podem os tais “adoradores” chamarem o espetáculo que encenam nos púlpitos de adoração ao Deus vivo?
Proferir jargões de um “evangeliquês” paupérrimo sem nexos, gritar pra incitar os irmãos na igreja, cantar músicas que são antropocêntricas não é adorar a Deus em espírito e muito menos em verdade, como a Bíblia nos exorta a fazer (Jo 4.24).
Prosseguindo o pastor Renato Vargens diz: “adorar é demonstra com a vida e não somente com os lábios, que Cristo nos salvou e que pela sua graça, mediante o Espírito Santo, fomos regenerados, sendo transformados em novas criaturas”.
Muitos dizem que adoração é um estilo de vida. Eu discordo totalmente. Adorar não é um simples estilo de vida, mas sim a nossa vida. Paulo foi bem claro quanto a isso: “Assim quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31).
Não poderia deixar de citar as canções entoadas hoje em nossos cultos, uma vez que adoramos a Deus através delas. Só que nessa área a igreja está deixando muito a desejar. As canções antigamente traziam em suas letras a expressão: “Tu és...” e enalteciam a Deus e o tinham como centro, hoje a igreja ao que parece se perdeu no caminho em direção ao trono do Altíssimo, pois suas canções agora trazem a expressão: “Eu sou...” e enaltecem ao homem e o colocam como o centro da adoração. Será que esses compositores se esqueceram das palavras de Isaías: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória...” (Is 42.8)?  Hoje as canções glorificam ao homem e colocam Deus na posição do gênio da lâmpada mágica que tem que fazer todas as vontades das suas egoístas criaturas. As músicas de hoje não glorificam apenas massageiam o ego e satisfazem os crentes. Tudo isso que ocorre hoje foi escrito e cantado pelo Grupo Logos em 1996: “Quem ontem era servo, agora acha-se senhor e diz a Deus como Ele tem que ser” . Louvamos e adoramos a criatura e não ao Criador Eterno. Que vergonha! As canções mais parecem com aquelas que são usadas pelos educadores físicos nas academias, pois é um negócio de: “pra direita, pra esquerda” e o pior os ditos ministros de louvor ainda berram: “é a ginástica de Jeová” haja paciência para suportar tais aberrações. Isso não é e nem nunca foi adoração. Nas palavras de Herbert M. Carson: “adorar a Deus é compreender o propósito com o qual Ele nos criou”.
Outra coisa que incomoda muitos pastores hoje é a questão da dança na igreja. Não sou contra a coreografia como forma de adoração a Deus, é tanto que o salmista diz no salmo 150 que devemos louvá-Lo com adufes e com danças. Contudo, concordo com a opinião do pastor Renato Vargens: “o momento de adoração com música deveria ser única e exclusivamente para adorar a Deus e não para a apresentação de grupos artísticos”. O que eu contesto é que devido a letras tortas e sem conteúdo bíblico incitam a coreografias onde beijos são encenados em pleno altar. “Beijar Deus”, “Abraça-Lo com todo nosso amor”, isso é encenado de forma escancarada nas igrejas, sei que nem todos os grupos de coreografias se renderam a essas músicas, mas pelo erro de um todos os demais pagam e assim ficam mal vistos num cenário que já não é tão aberto a essa forma de adoração. Ao pesquisar para redigir esse artigo me deparei com algo sobre o qual discorrerei em outra ocasião, a saber, a Dança Profética.
Os compositores modernos pelo visto perderam o senso bíblico. Letras vazias que dizem coisas absurdas como que “vão tirar o fôlego de Deus”, que vão “beijá-Lo”, “acariciá-Lo”. Não encontramos isso em nenhum relato de exemplo bíblico de adoração a Deus. Tudo isso ocorre porque o povo vive mergulhado em uma ignorância bíblica sem tamanho e quando surge alguém ou algum “ministério” trazendo algo empolgante e “novo” pronto caem no engodo.
Engana-se quem pensa que é apenas importante o que se fala ou canta, não é necessário e imperativo atentarmos para vida dessas pessoas por trás de suas canções e ministérios, pois como daremos crédito a alguém que leva o povo a crer no que dizem ou cantam se elas mesmas não se importam em viver de acordo com o que professam através de suas canções? Duvido piamente eu o Grupo Logos, tão conhecido em nosso meio, teria a aceitação e respeito que tem hoje se não vivesse aquilo que expressam e professam através de suas canções. Duvido que Jesus fosse aceito se suas palavras e ensinos fossem palavras ao vento. Mas vocês podem dizer: “eu só escuto as músicas e não me importo com a vida, pois cada um vai dar conta si”, mas será que a vida daquele que serve a Deus não deve estar de acordo com o que professa? Será que Paulo teria tido êxito em sua vida ministerial se as pessoas não vissem em sua vida uma imagem exata daquilo tudo que ele ensinava e pregava?
Temos que nos lembrar de que ao adorarmos a Deus estamos glorificando o Eterno por meio de uma vida sincera, honesta, santa e abnegada. Assim o que pregamos, cantamos e ensinamos devem estar de acordo com a nossa forma de viver. Os puritanos ingleses eram exemplos nesse aspecto, pois eles tinham toda a vida como uma forma de adoração plena a Deus. Temos muito ainda que aprender com esses gigantes da fé, mas antes e acima de tudo temos que aprender com o Mestre através de sua rica e bendita Palavra! Não nos entreguemos à mediocridade na adoração ao nosso Deus uma vez que fomos criados para o louvor de sua glória.

Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

P.S. A exemplo do Grupo Logos, outros ainda hoje cantam músicas com conteúdo bíblico saudável e nos levam a uma adoração bíblica e cristocêntrica, a saber, Sérgio Lopes, Gladir Cabral, Nelson Bomilcar, Jorge Camargo, Tiago Vianna, Stênio Marcius, Fabrício Matheus, Guilherme Kerr, João Alexandre, Vencedores Por Cristo, e outros que só porque não estão na mídia e que não cantam as canções da moda ou da estação, não são conhecidos, mas eu afirmo que são esses que cantam a verdadeira música cristã que enaltece e exalta o Cordeiro de Deus.





segunda-feira, junho 18, 2012

Santidade ao Senhor!!!


A busca por uma vida de acordo com o padrão bíblico de santidade, ao que parece, é uma luta atemporal. Uma luta eterna que só se findará no dia da gloriosa vinda do Senhor.
Os tempos podem ter mudado; a igreja e as pessoas também, contudo a exigência divina acerca da conduta da vida dos cristãos ainda é a mesma que foi feita aos israelitas na ocasião da peregrinação rumo à terra prometida: “Consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo” (Lv 20.7). Jesus, no sermão do monte, elevou essa exigência ao declarar: “Sejam perfeitos como perfeito é o Pai celeste de vocês” (Mt 5.48). Seria um erro descabido por parte dos cristãos pensar que esse padrão tenha mudado na contemporaneidade. Para mostrar a relevância desse padrão bíblico de santidade o teólogo inglês John Stott (1986) disse o seguinte: “O chamado que Cristo nos faz é novo, não apenas porque é uma ordem para sermos ‘perfeitos’, mais do que ‘santos’, mas também por causa da descrição que faz do Deus que devemos imitar” (STOTT, 1986, p. 123).
Ao que parece maior dificuldade que impede o homem de alcançar tal meta, a saber, uma vida de santidade, não é o mundo que jaz em pecado, mas o pecado residente no próprio homem, e dessa forma ele encontra toda sorte de obstáculos em sua busca por uma vida santa.
A igreja independente da época em que vive é chamada a viver uma vida de diligente santidade. No tocante a isto o teólogo reformado holandês Joel Beeke (2005) diz: “o crente que não cultiva diligentemente a santidade não terá a verdadeira certeza de sua própria salvação, nem obedecerá a exortação de Pedro no sentido de buscar essa certeza (II Pe 1.10)” (BEEKE, 2005, pp. 81-82).
Contudo, as próprias Escrituras exorta a igreja que virão dias terríveis; dias em que os homens não suportarão a sã doutrina, e o homens teriam aparência piedosa (II Tm 3.1,5; 4.3), ao que parece esses difíceis e terríveis dias chegaram e a necessidade por uma vida de santidade mais autêntica chegou com eles, e a igreja outra vez é confrontada com a exigência de uma vida santa em meio ao caos doutrinário e moral que Paulo exortou séculos antes. Sobre a necessidade de uma vida de santidade autêntica e visível hoje Lopes (2008) diz:
“A santidade é visível aos olhos humanos. Não acontece apenas no âmbito das relações invisíveis entre os crentes e Deus. Se por um lado já fomos santificados e glorificados em Cristo nas regiões celestiais – coisa que não podemos sentir nem ver -, somos exortados a nos santificar diariamente pela mortificação da natureza pecaminosa pelo revestimento das virtudes cristãs” (LOPES, 2008, pp. 123-124).
O mundo em pecado tem que ver na igreja um reflexo da santidade de Deus. A igreja tem que ter a consciência de que a mentira, o suborno, a soberba, a profanação do santo nome de Deus, o egoísmo, a injustiça social, e orgulho ainda são pecados. Tal consciência só é possível por uma vida autêntica de santidade de acordo com os ensinos bíblicos. Em dias como os de hoje ao que se vê um paradigma tão importante para vida cristã, a saber, um viver de acordo com o padrão bíblico de santidade, precisa ser resgatado.
 Beeke (2005) falando acerca da necessidade da igreja viver em santidade diz o seguinte: “responder a chamada à santidade é uma tarefa diária. É uma chamada absoluta e radical, que envolve a essência da fé e prática religiosa” (BEEKE, 2005, p. 85). Dessa maneira, Beeke encara a vida de santidade como uma vida radical onde o cristão tem que se entregar devotadamente em uma prática diária.
A igreja contemporânea necessita entender que a para se viver de um modo santo, precisa ter uma genuína vida onde a prática devocional se faça presente. Acerca disso Lopes (2008, p. 125) discorre: “eu ainda acredito, depois de todos esses anos de crente, pastor e professor de interpretação bíblica que a leitura diária, junto com a meditação e oração a Deus, são meios indispensáveis para nos santificarmos (Sl 1)”. Se não houver vida devocional na igreja, não há um testemunho eficaz por parte da igreja, pois como refletir uma coisa que não se vive? Sobre esse mesmo ponto de vista Beeke (2005, p. 91) diz o seguinte: “As Escrituras são o caminho primário à santidade e o crescimento espiritual – levando em conta que o Espírito, como Mestre, abençoará a leitura e o estudo da Palavra de Deus”. Pela óptica dos dois teólogos a igreja deve se esforçar em um exercício devocional constante, através do qual se fortalecerá para viver de acordo com o padrão bíblico de santidade.
Ainda enfocando santidade bíblica Lopes (2008) conclui: “A santificação precisa de referenciais morais objetivos e fixos. Sem eles, a santificação descamba para o misticismo, o pragmatismo, o paganismo. O referencial seguro do caminho da santidade é a Palavra de Deus, nossa única regra de fé e prática. Ela é a lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos (Sl 119.105)” (LOPES, 2008, p. 126).
O chamado de Deus para a sua igreja é um chamado à santidade. Contudo, ao longo dos tempos vê-se que ela sempre enfrentou dificuldades para viver de modo digno desse chamado. Deus escolheu um povo para que seja santo. O alvo da escolha soberana de Deus é que a sua igreja seja santa e irrepreensível perante Ele (Ef 1.4). Independente da época a igreja deve sempre buscar viver em santidade.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

P.S.: Esse texto faz parte da minha monografia de conclusão do curso de Teologia!!!