segunda-feira, dezembro 07, 2015

A Luta!!!!!!



Em sua epístola aos hebreus o sagrado escritor traz um alerta muito forte à igreja: “Ora na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até o sangue...” (Hb 12.4).
A autoria dessa famosa carta é desconhecida, mas o seu conteúdo é de suma importância para a igreja hodierna. Mas, o que o escritor quis dizer ou ensinar com a expressão “resistido até o sangue”?  Será que a igreja em sua luta contra o pecado resiste até o sangue?
No Antigo Testamento, mais precisamente na Lei de Moisés (o Pentateuco) está escrito que o povo de Deus está proibido de comer sangue (Lv 17.14), porque a vida de toda a carne é o seu sangue.  Como um exímio conhecedor do Antigo Testamento, o escritor traz a referência do significado do sangue na Lei para uma aplicação no tocante à luta do cristão contra o pecado. Se a vida está no sangue, será que em sua luta contra o pecado a igreja tem resistido a ponto de entregar a sua vida? Será que os cristãos hoje preferem morrer ao invés de pecar? Até onde os cristãos estão dispostos a ir em suas lutas contra o pecado? Inúmeras indagações são levantadas, mas nunca se encontra uma resposta pronta.
O teólogo H. C. Trumbull disse: “o calvário mostra como os homens podem ir longe no pecado, e como Deus pode ir longe para salvá-los”. Mesmo sendo sabedores dessa terrível, porém maravilhosa verdade, muitos que se professam servos do Senhor, vivem uma vida intensa de pecados, e alguns ainda cegos por seus altos intelectos, acham que por estarem salvos nada mais precisam fazer para combater o pecado, pois acham que como já que estão salvos, não têm mais que estarem lutando contra o pecado. Ledo engano, pois o apóstolo Paulo alerta sobre uma luta intensa entre a carne e o espírito (Gl 5.17).
A luta do cristão contra o pecado só irá terminar quando duas coisas ocorrerem. Esses dois eventos são: a volta gloriosa de Cristo onde os cristãos receberão corpos glorificados ou no dia da morte de cada servo do Senhor, pois depois disso ele esperará o soar da trombeta anunciando a volta do Rei dos Reis. Enquanto esses dois eventos não ocorrerem a luta continuará e cada vez mais será difícil e urdida.
O cristão não pode ser negligente nessa luta, pois cada vacilo que comete cada brecha que deixa aberta é uma oportunidade que o devorador pode usar para tragar-lhe. Uma coisa que ocorre muito é o cristão querer usar a Bíblia de forma distorcida pra justificar os pecados cometidos. Expressões como essas são corriqueiras: “Ah, Davi era segundo o coração de Deus e pecou, por que eu não posso pecar?” “Ah, Moisés era o mais manso da Bíblia e mesmo assim desobedeceu a Deus?”  
É fato que esses homens erraram, mas não se pode justificar os erros atuais apontando para os erros dos outros. Vive-se muito a síndrome de Adão que de imediato culpou, não a Eva, mas a Deus que a tinha lhe dado por companheira.  
A síndrome de Adão é muito mais comum do que se pensa. Com o advento da teologia da prosperidade e o crescimento exacerbado dos neo-pentecostais, a síndrome de Adão se prolifera de maneira assombrosa. Uma vez que nas igrejas adeptas dessa teologia não se prega e nem se ensina o Santo Evangelho, mas sim um evangelho distorcido, é muito mais fácil se achar justificativas para o pecado, usando textos isolados e fora de contexto, do que simplesmente confessá-lo e abandoná-lo.
Alguns vão até mais além. Alguns chegam ao cúmulo de atribuírem a culpa por seus pecados ao Diabo, ao invés de se assumirem como pecadores miseráveis. É muito mais fácil expulsar o demônio do que assumir que é um pecador miserável e assim buscar a Deus arrependido e constrangido por se reconhecer pecador.
Há em muitos, os quais se dizem cristãos, uma enorme quantidade do orgulho dos fariseus, tal qual o que subiu ao templo junto com o publicano como revela as Escrituras (Lc 10.9.18). O orgulho é um aliado primário do pecado, pois ele endurece o coração do pecador ainda mais e o impede de reconhecer o que realmente é, e dessa forma o torna insensível ao agir do Santo Espírito de Deus.
O que é incrível é que uma das maiores figuras da Bíblia, a saber, o profeta Isaías,  quando confrontado pela santidade do Senhor dos Exércitos, não culpou ninguém por causa do seu pecado, pelo contrário ele se reconheceu como um miserável pecador. Ele não procurou justificativas para o seu pecado, antes não só se assumiu como pecador, mas chegou a conclusão que toda a população era tão pecadora quanto ele e assim passível de punição por parte do Deus Todo Poderoso.
Uma coisa que os crentes precisam saber é que não se pode brincar de se crente.  Os crentes têm que entender é que são chamados para serem santos e irrepreensíveis (Ef 1.4). Para ser santo e irrepreensível o cristão deve lutar constantemente contra o pecado. E os verdadeiros cristãos, que temem e amam ao Senhor, irão preferir morrer ao invés de pecar.
“O que encobre suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13)
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt 3.12; Mt 4.17)

Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira







segunda-feira, agosto 31, 2015

Salmos & Hinos!!!



“Igreja fica de pé e vamos louvar ao Rei dos Reis!” Aí quando se começa a cantar, as canções em nada louvam e nem glorificam a Deus. As canções estão longe de exaltar a Deus e toda sua majestade.
Louvar e adorar a Deus na beleza da sua santidade nunca foi tão difícil como nos dias de hoje. As canções, assim como as pregações, são antropocêntricas e colocam Deus em segundo plano, isso quando Ele é mencionado em sua letra.
Se alguém canta uma canção com uma letra bíblica, não agrada! A Bíblia exalta a Deus e não ao homem, por isso que canções cristocêntricas são raras. Elas não agradam a massa decaída e morta em delitos e pecados.
O hino de número 247 do hinário congregacional diz o seguinte: “Santo! Santo! Santo! Deus onipotente! Cantam de manhã, nossas vozes com ardor! Santo! Santo! Santo! Justo e compassivo! És Deus triúno, excelso Criador!” Uma clara exaltação a santidade, majestade e onipotência do soberano Deus. Esse hino e muitos outros foram banidos do meio da igreja hodierna. As desculpas que são dadas para que tais hinos não sejam cantados são as mais variadas. Desde que são velhos, saíram de moda, eram para outras pessoas e a lista é grande. É disso a pior! Só que o real motivo é que esses hinos exaltam e glorificam a Deus. Deus é o centro!
Os hinos, que de antigos não têm nada, estão repletos de conteúdo bíblico e doutrinário. Tal conteúdo é uma afronta à teologia atual que "exalta" e “glorifica” o homem, e que faz de Deus um mero servo da vontade humana.
Não é preciso recorrer aos hinários para termos músicas de conteúdo bíblico e cristocêntico. É claro que é sempre bom manter a tradição viva, ainda mais uma tradição tão rica como a dos hinários das igrejas.
Tem-se bons exemplos na música cristã como o excelente grupo Logos, que na canção O Evangelho, diz o seguinte: “eu sinto verdadeiro espanto no meu coração em constatar que o evangelho já mudou/ quem ontem era servo, agora acha-se senhor, e diz a Deus como ele tem que ser!”
Há também o reverendo  Gladir Cabral que expressa sua devoção a Deus na sua canção Rei do Universo : “Rei do Universo/Deus da minha vida/Ouve essa cantiga/ Feita para o teu louvor/ Tua poesia/ Tua melodia/ Tua harmonia/ É muito mais/ E sempre mais/ Do que se pode ousar imaginar/ E vai além do entendimento/ Ou do humano sentimento/ És meu criador/ Fonte e raiz/Lume da minha alma/És e serás sempre.....Rei do Universo...
Por que essas duas canções não são cantadas? A resposta está no foco das suas letras. Elas são centralizadas na pessoa do Altíssimo e não no homem caído.
As Escrituras relatam o seguinte: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criastes, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4.11), e também “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele (I Co 8.6) e continua, “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” (At 17.28). Como se pode ver a Bíblia em sua inteireza exalta a Deus e a Ele tributa toda honra, todo louvor e toda glória. Diferente das canções atuais que escanteiam Deus.
As igrejas assistem inertes, e chegam até a participar das bizarrices que são cantadas em seus cultos como sendo para o louvor da glória de Deus. O que é apresentado não passa de uma palhaçada sem tamanho. Essa bizarrice que se alastra se deve ao fato da fraca teologia que é disseminada em pregações sem conteúdo e sem bases bíblicas, pois se as pregações fossem bíblicas por consequências seriam cristocêntricas, e como resultado as canções também o seriam.
As igrejas, sem a devida preocupação em propagar a sã doutrina, dão vida a uma geração doente e sem conhecimento bíblico. Se a atual geração, que é formada nas igrejas, fosse bíblica não engoliria a canção Sabor de mel como sendo um hino de louvor a Deus: “Quem te viu passar na prova/E não te ajudou/Quando ver você na benção/Vão se arrepender/Vai estar entre a plateia/E você no palco/ Vai olhar e ver/Jesus brilhando em você”. Onde Jesus é glorificado nessa canção? Cadê as maravilhas de Deus sendo anunciadas? Cadê o evangelho da graça de Cristo sendo pregado? Esse hino mostra a glória sendo tributada ao homem. Está mais do que na hora da igreja recordar que Deus não reparte a sua glória com ninguém (Is 42.8) e que isso também se aplica ao homem, uma vez que o homem hoje ao que parece é o centro de tudo, e Deus é apenas um mero servo da vontade corrompida e depravada desse homem como explicito na canção citada.
A geração atual ao que parece desconhece a canção, Rei das Nações, do grupo Vencedores Por Cristo: “Grandes são as tuas obras,/ Senhor todo-poderoso;/Justos e verdadeiros são os teus caminhos./Ó, Rei das nações,/Quem não temerá?/Quem não glorificará teu nome?/Ó Rei das nações,/Quem não te louvará?/Pois só teu nome é santo./Todas as nações virão/E adorarão diante de ti,/Pois os teus atos de justiça se fizeram manifestos.” Isso é louvar e engrandecer a Deus. Deus é apresentado na letra. Há evidências da pregação do evangelho da graça, pois só por meio dele as nações são e serão alcançadas.
No fim de tudo a profecia de Oséias se confirma uma vez mais: “o meu povo perece porque lhe falta conhecimento” (Os 4.6). Essa geração encontra-se em desastroso e acelerado declínio. 

Que a igreja volte a se preocupar com a sã doutrina. Que ela volte a pregar, ensinar e viver as verdades do evangelho.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria Nunc Et Semper!!!

Joel da Silva Pereira



sexta-feira, agosto 14, 2015

Sem a Palavra e sem a Graça: A Geração Mimada!!!!



 Há uma canção do Grupo Logos que diz o seguinte: “Senhor Jesus, ainda não entendo o espinho, mas, se o mesmo, faz parte da tua cruz, eu o aceito...”
Essa canção nos remete a famosa passagem de II Coríntios 12. 1-10, na qual Paulo relata acerca do espinho que o afligia. Sobre esse “famoso” espinho recaem as mais variadas teorias, entretanto o que deveria ser ressaltado é o fato que Paulo relata que orou por três vezes pedindo a Deus que o livrasse desse espinho, mas Deus em sua soberania disse a ele: “A minha graça te é suficiente”.
Hoje, com o advento de toda sorte de doutrinas heréticas, está sendo propagado na maioria das igrejas que os cristãos devem viver sem nenhum tipo de sofrimento ou aflição, pois de acordo com o que é relatado pelo profeta Isaías acerca do servo sofredor (Is 53) toda a aflição findou-se na cruz com Cristo; os proclamadores dessas doutrinas interpretam o santo texto de Isaías, ao que parece da seguinte forma: “Se Jesus já passou por todo tipo de sofrimento e pesar, eu que sou seu filho estou liberto dessa maldição!” Será que tais pregadores nunca leram sobre a vida do apóstolo Paulo e das lutas e sofrimentos enfrentados por amor ao evangelho da graça de Cristo?
Não estou fazendo apologia ou discursando em prol de uma vida de comiseração, mas sim defendendo que o Santo Livro não nos ensina que estaremos isentos de dor, provas, tribulações enquanto aqui vivermos. O Santo Livro nos ensina, sim, que haverá um dia onde o Senhor enxugará dos rostos dos seus escolhidos toda lágrima e os aliviará eternamente de suas dores (Ap 21.4), mas isso não ocorrerá aqui, mas sim na glória celeste onde reinaremos com o Leão da Tribo de Judá.
As Escrituras ensinam que todos os servos verdadeiros que querem viver uma vida piedosa em Cristo padecerão perseguições (II Tm 3.12). Ninguém, a exceção de Cristo, poderia escrever tais palavras melhor que o apóstolo Paulo, dado aos inúmeros reveses que sofreu durante o exercício do seu ministério.
Não é necessário examinar a vida de Paulo para entender que o cristão não está isento de passar por dores, sofrimentos e até ter espinhos em sua carne. O maior exemplo, de sofrimentos e lutas, é o próprio Cristo. Muitos pensam que o maior sofrimento ou maior ato de humilhação de Jesus foi o sofrimento na cruz! O maior ato de humilhação e sofrimento na vida de Cristo foi Ele ter-se feito carne e habitado entre nós (Jo 1.14). Depois disso, Ele passou por inúmeras provas, sofrimentos e dores como está descrito no livro do profeta Isaías (que hoje é mal interpretado propositadamente por homens que não têm compromisso com Deus e sua palavra bendita): “Verdadeiramente ele tomou sobre as nossas enfermidades de levou sobre si as nossas dores; e nós o consideramos aflito, ferido por Deus. [...] Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; e como a ovelha muda foi diante dos seus tosquiadores, ele não abriu a boca.” (Is 53.5,7). Se isso não padecer sofrimento, devo dizer que não sei mais o que poderia ser!
O exemplo de Cristo revela a terrível geração de murmuradores e queixosos que nos tornamos. Cristo passou por situações mais aterradoras que as nossas, e mesmo diante da morte iminente, ele não resmungou, murmurou, nem sequer abriu a boca. Podem até dizer, mas ele é Deus e é onipotente, mas muitos se esquecem de ou não querem aceitar (pois se o fizerem ficam sem desculpas) que Cristo era 100% homem, como relatado em Filipenses: “Assim na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8), e tudo o que suportou em sua carne, ele o fez como sendo cem por cento homem, ou seja, o Cordeiro de Deus, viveu uma vida de dores, aflições e privações, e por que queremos viver de modo diferente? Em que somos melhores que o Messias?
A geração atual é egocêntrica e muito mimada. Uma geração que quer ser adulada e paparicada de todos os lados. Uma geração que quer ser “cristã” sem ter que carregar a cruz. Uma geração que não lê as palavras do próprio Cristo: “No mundo tereis tribulações” (Jo16. 33). Uma geração que mesmo se dizendo cristã ignora essa contundente verdade, e defende que a vida cristã deve um mar de rosas. E para piorar ainda mais esse tão terrível quadro, essa geração, corrompida e analfabeta da Bíblia, dissemina a ideia de que a vida é um mar de rosas como uma verdade absoluta, como se esta fosse a verdadeiramente a mensagem do evangelho da graça de Cristo.
Ao olharmos para o relato de Isaías acerca do servo sofredor, a saber, o Messias e tudo o que Paulo passou e suportou, temos que entender que há algo primordial nas vidas de ambos, e é claro que infinitamente mais na vida de Cristo, que fez toda a diferença. Algo que os fez perseverantes e submissos à vontade soberana de Deus, esse algo primordial chama-se PIEDADE! Uma vida piedosa sempre trará consigo lutas, revezes e até espinhos.
No verdadeiro evangelho da graça de Cristo há uma cruz, lutas, dores, sofrimentos, perseguições, tribulações e toda sorte de outras intempéries, mas há, e sempre haverá Jesus Cristo conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
O reverendo Augustus Nicodemus disse: “Deus nunca nos prometeu uma viagem tranquila, somente uma chegada certa!”
Em meio a tudo isso, que os verdadeiros servos do Senhor guardem e se apeguem com amor, fé e devoção às palavras de Cristo para Paulo: “A minha graça te é suficiente”, mesmo que não entendam os espinhos, as aflições, as lutas ou quaisquer que sejam as adversidades, a graça do Senhor é suficiente!

Sola Gratia!!!

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

quinta-feira, agosto 13, 2015

Que Mensagem é Essa?



O príncipe dos puritanos, a saber, o pastor congregacional John Owen disse: “os escritores bíblicos não inventaram suas próprias palavras, de acordo com as coisas que haviam aprendido, mas apenas expressaram as palavras que receberam”.
Hoje se vê homens, a todo o momento, acrescentando coisas às Escrituras apenas com o intuito de justificarem suas opiniões e desvios doutrinários. E o fazem com tanta ênfase que enganam seus cegos seguidores e os convencem de que toda a verborragia que eles proclamam são as verdades contidas na inerrante Palavra de Deus.
Quando se observam os escritos do Santo Livro, descobre-se que os homens falaram da parte de Deus inspirados pelo Espírito Santo e nunca pela vontade humana (II Pedro 1.21), mas, hoje os homens distorcem a verdade para satisfazerem seus devaneios sem se importarem com as consequências dos seus atos. Eles, ao que parece, não ligam se estão indo contra a vontade de Deus, desde que alcancem seus objetivos tudo é válido.
Essa distorção da verdade tem causado estragos grandiosos no seio cristão. As mensagens egocêntricas que são pregadas hoje, alicerçadas unicamente nas necessidades humanas de conforto e prosperidade, têm encontrado espaço fácil em corações desesperados e assim muitos caem no engodo de tais homens.
Nunca estivemos vivenciando tão claramente uma verdade bíblica quanto nos dias atuais. Vivemos a confirmação do que o profeta Oséias falou acerca do povo de Deus que estava sendo destruído por falta de conhecimento (Oséias 4.6). O analfabetismo bíblico hoje é algo constrangedor. Os cristãos conhecem muitas coisas sobre muitos assuntos, mas acerca das verdades bíblicas são ignorantes. Sabem quase tudo da vida do irmão fulano, da irmã cicrana, mas nada sabem acerca do Deus vivo. Estão como os atenienses, dos tempos de Paulo, adorando a todo tipo de deus, menos ao Deus verdadeiro, pois este lhes é desconhecido.
Os pré-reformadores, reformadores, puritanos e muitos outros lutaram para que a igreja fosse reformada pelas Escrituras e que a sua verdade se submetesse. Eles labutaram incansavelmente por uma pregação genuína e autêntica da Bíblia, pois para eles as verdades de Deus eram inegociáveis, mas hoje a verdade do evangelho é barateada de uma forma horrenda e vil.
A verdade do evangelho hoje muita das vezes não é encontrada nos templos, pois a muito esses locais se tornaram covis de mercadores e deixaram de ser casa de oração (Mt 21.13). Igrejas que negociam as verdades do evangelho da graça surgem aos montes pelo planeta. Paulo em sua segunda epístola a Timóteo diz o seguinte: “Porque chegará o tempo que não suportarão a sã doutrina; mas desejando ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo seus próprios desejos” (II Tm 4.3). Esses dias chegaram, e a igreja, a noiva do Cordeiro que ainda se porta trajando vestes alvas, que luta por uma sã doutrina deve se levantar como descrita nas Escrituras com coluna e baluarte da verdade (I Tm 3.15). Em tempos tão obscuros, a igreja não pode se deixar enredar por ventos de doutrinas que nada tem de conteúdo bíblico. Pregações enaltecendo o homem, colocando Deus como um mero servo da vontade humana. Deus nessas pregações distorcidas é um ser totalmente dependente da vontade humana. Deus é tão desprovido de sua soberania nessas pregações deturpadas que, Ele só salva se o homem permitir. O homem é o centro do universo e pelo visto é soberano também.
Os homens perderam o temor por Deus e dessa forma com suas pregações vis e que denigrem o bom evangelho da graça de Cristo arrebanham inúmeros seguidores. São cegos guiando cegos para um abismo sem fim e sem Deus.
Algo ainda mais triste, em meio a esse horrendo quadro, é o fato de que muitas igrejas que outrora se diziam defensoras da verdade se deixaram enredar por essas “doutrinas” em troca de um crescimento numérico e alguns poucos dízimos gordos.
A maior e mais danosa dessas doutrinas é a teologia da prosperidade. Nas pregações dessa linha doutrinária, Deus é como o gênio da lâmpada mágica incumbido de atender aos desejos mais escabrosos e pecaminosos do “seu senhor”. E para acompanhar essas pregações distorcidas, o meio cristão foi invadido por canções totalmente impregnadas dessas doutrinas errôneas (falaremos mais sobre isso em um próximo artigo) e que massageiam o ego humano. As igrejas cantam essas canções como se fosse uma oferta santa e agradável a Deus, quando não são.
 Todavia, Deus em sua soberana graça e infinita misericórdia tem preservado um remanescente que ainda anunciam valorosamente as verdades do evangelho da graça de Cristo. Homens comprometidos com as verdades que dedicam suas vidas e ministérios a proclamar as verdades inegociáveis do evangelho da graça Cristo. Que Deus capacite mais e mais essas vozes que clamam no deserto. Deus traz aos corações dos cristãos verdadeiros a certeza que trouxe ao profeta Elias, há um remanescente que não se dobrou a Baal (as pregações e canções impregnadas de doutrinas deturpadas).

Que Deus abençoe e conceda graça a esse remanescente fiel.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira


terça-feira, abril 14, 2015

Imagem e Semelhança!!!



“Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gn 1.26a)
Que privilégio e honra ser formado à imagem e conforme a semelhança do Eterno Deus.
O homem, a coroa da criação, criado perfeito em semelhança à plena perfeição de Deus, estava acima de toda a criação. Encontrava-se em um estado de plena pureza. Porém, bastou uma única ação, apenas um ato de desobediência para que toda essa perfeição fosse desconstruída e este homem caísse de seu estado de graça e se afastasse totalmente da perfeita comunhão que gozava com o Pai (Gn 3).
Por causa desse ato insano do representante federativo da raça humana, a saber, Adão, toda a criação recebeu a devida paga pelo pecado e está sob a ira santa, justa e terrível do Onipotente Deus criador de todas as coisas.
O homem, outrora criado a imagem de Deus, agora se encontra morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1) e destituído da glória de Deus (Rm 3.23) e mergulhado em um estado tão depravado que por si só não tem forças de se achegar a Deus, sem que seja despertado antes por Deus através da obra regeneradora do Espírito Santo.
Nos dias atuais os cristãos querem ser parecido com pastor tal, “apóstolo” fulano, bispo beltrano, cantor sicrano! Querem ser parecidos com pessoas que alcançaram algum tipo de sucesso ou projeção, algum destaque ou alguém que por alguma razão ocupa uma posição vistosa. Querem se parecer com tudo e todos, menos com Deus.
Muitos podem alegar que cumprindo o que a Bíblia ensina por intermédio do apóstolo Paulo; Paulo disse com autoridade e ousadia: “sejam meus imitadores como eu sou de Cristo” (I Co 1.11). Será que esses “expoentes” aos quais os cristãos miram como sendo exemplos dignos de serem seguidos têm uma autoridade, ministério, comunhão com Deus e vida piedosa tal qual o apóstolo Paulo? Se Paulo exortou as suas ovelhas a o imitarem é porque o Espírito Santo o capacitou para isso. Paulo, em sua vida, expressava o caráter de Cristo, a ponto de dizer “vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Será que esses ditos “exemplos” dos cristãos hoje podem fazer tal afirmação?
O que se vê hoje é que o homem se corrompe mais e mais, e expressa de uma forma mais abrupta a sua depravação total consequência da queda no Éden, e dessa forma é impossível a este homem expressar alguma semelhança com o Deus Vivo. É certo que não alcançaremos a perfeição aqui nesta terra, embora haja uma corrente doutrinária que defenda que isso seja possível e ainda defende que o homem pare de pecar ainda aqui neste mundo tenebroso. A perfeição tal qual Adão em seu estado primário só será possível quando na segunda vinda de Cristo, os salvos na pessoa Dele receberem um corpo glorificado, antes disso é impossível e quem defende tal ensino está em total desacordo com as Santas Letras.
O que ocorre hoje é algo que o apóstolo Paulo deixou esclarecido em sua epístola aos romanos: “Porquanto trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram objetos e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém!” (Rm 1.25). Com a propagação de ensinos deturpados das Escrituras o homem que caiu de seu estado de graça passou a ser o objeto da adoração de homens que como esses “objetos de adoração” também são desprovidos da glória de Deus, ou seja, o que ocorre é uma terrível inversão de valores. O homem, que foi formado à imagem e conforme a semelhança do Deus vivo, sob os efeitos da queda passa a adorar e a exaltar homens caídos semelhantes a eles ou que talvez estejam em um estado ainda mais lastimável que o seu.
Os homens de hoje se vangloriam, a semelhança dos fariseus à época de Cristo, das suas obras, dos seus méritos, chegam ao cúmulo de se valerem de uma extrema arrogância, e ainda dizem batendo em seus peitos envaidecidos que são a imagem e semelhança do Deus vivo. Não é possível ver em tais homens os atributos que as Santas Letras asseveram acerca do Deus Todo Poderoso.
O que a história da cristandade revela é que os que mais expressavam e procuraram viver em semelhança a Deus, a saber, os pré-reformadores, os reformadores, os puritanos, os morávios e outros verdadeiros expoentes da fé cristã, ao contrário dos “exemplos” atuais, se consideravam os mais miseráveis dos pecadores tal como o apóstolo Paulo um dia se identificou.
Cristo, no Sermão do Monte, asseverou: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mt 5.48), essa é a ordenança que todo cristão deve seguir sem restrição se procura mesmo viver de uma forma que reflita a imagem e a semelhança do Deus Criador, mas só há um jeito dessa ordenança ser cumprida, e apenas os que verdadeiramente nasceram de novo podem cumpri-la, e ainda assim só conseguem cumpri-la pela a ação poderosa e sobrenatural do Espírito Santo de Deus em cada pecador salvo pela irresistível graça de Deus.

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude, e que em sua soberana graça pelo agir do seu Santo Espírito sejamos transformados dia a dia à imagem e conforme a semelhança Dele. Amém!!!

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Púlpitos Vazios!!!


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“Estou contra os que profetizam sonhos falsos, diz o Senhor, e os contam e desviam o meu povo com as suas mentiras e com sua irresponsabilidade. Eu, porém, não os enviei, nem lhes dei ordem; eles não trazem proveito algum a este povo, diz o Senhor” (Jr 23.32)
Essa exortação vinda da parte de Deus ao profeta Jeremias tem mais de 2600 anos, porém é de uma contemporaneidade incrível, o que nos revela que, assim como, o Seu Autor, a Bíblia é imutável. É claro que não existem mais profetas como nos moldes do Antigo Testamento, o último que atendia as prerrogativas deste santo ministério foi João Batista. O que se vê hoje é a palavra de Deus sendo apregoado de tudo o que é jeito, das formas mais absurdas possíveis glorificando a homens que se encontram mortos em seus delitos e pecados. As pregações humanistas dos dias atuais, assim como, os sonhos dos profetas falsos da época de Jeremias, não trazem proveito algum para o povo de Deus.
Será que os pregadores de hoje não atentam para essa sentença acusatória encerrada no livro do profeta Jeremias? Será que se esqueceram de que os céus e a terra passarão, mas as Escrituras irão permanecer para todo o sempre? Tais homens são indesculpáveis e hão de prestar contas, ou melhor, todos prestarão contas, por terrível discordância em pregar o que agrada aos homens e não o que Deus os exorta, e por serem desobedientes.
Os que estão à frente do rebanho e que periodicamente sobem aos púlpitos para, como arautos do Senhor, exporem as Sagradas Escrituras têm sobre seus ombros uma enorme responsabilidade. O que se vê hoje é que não há mais um temor santo e muito menos reverência pelo sagrado ministério. O Santo Ministério tem se tornado um “palco” onde “artistas” se apresentam e promovem a si mesmos, e escondem Deus e a sua bendita palavra.
Spurgeon disse: “perder-se à sombra de um púlpito é terrível, porém quanto mais terrível é perecer havendo ocupado o púlpito”, essa assertiva do príncipe dos pregadores cabe perfeitamente como uma interpretação do texto de Jeremias citado no inicio desse artigo; no texto de Jeremias, Deus se coloca contra os falsos profetas que ensinam o que Deus não disse e que querem fazer com que o povo lhes dê o devido reconhecimento, só que no ministério pastoral ou em quaisquer ministérios a honra, a glória e todo o louvor pertencem a Deus. Spurgeon faz uma séria advertência a todos quantos se colocam na posição de arautos de Deus, que se portam de maneira relaxada e em alguns casos se acham como donos dos seus ministérios e donos dos rebanhos sobre os quais Deus os colocou como líderes ou e em alguns casos extremos tais homens se julgam os únicos dignos e aptos para estarem à frente, como se a obra dependesse unicamente de seus esforços.
Como não existe mais a figura do profeta como nos moldes do AT, os olhares se voltam para os pregadores, pastores, presbíteros, bispos, “apóstolos” (como tantos erroneamente se declaram) ou quaisquer que sejam os títulos que tais homens tomam para si. O evangelho, o rebanho e o reino se enfraquecem, quando um homem que anuncia sonhos tolos e uma mensagem deturpada e totalmente contrária à vontade de Deus se posta nos púlpitos das igrejas. O que torna ainda pior é que, ao que se pode perceber do conteúdo de suas mensagens, muitos desses arautos não sabem nada acerca da salvação, e/ou em alguns casos extremos nem gozam dessa dádiva concedida pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
A assertiva de Spurgeon e ainda mais a profecia de Jeremias são mais do que apropriada para os dias atuais, que salvo algumas exceções, homens pregam acerca de salvação, arrependimento e graça, quando eles mesmos ,na verdade ao que se parece, desconhecem ainda que parcialmente e em alguns casos totalmente as doutrinas acerca das quais estão pregando.
É inconcebível pensar que alguém que se proclama como arauto do Rei desconheça sua mensagem, ou pior pregam aquilo que vão além do que está relatado no Santo Livro. As pregações desses senhores são sobre o que a igreja quer ouvir, e não sobre o que Deus quer que a igreja escute, aprenda, assimile e ponha em prática para que assim ela venha a crescer na graça e no conhecimento e assim farta da sã doutrina.

Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos ajude a perseverarmos e preservamos a sã doutrina.

Soli Deo Gloria!!!

Joel da Silva Pereira